Como era esperado entre os parlamentares, Casa optou por manter chefe do executivo municipal no cargo
RIO - Como já era previsto na Câmara Municipal do Rio, ao fim da votação de três artigos, a Casa optou por rejeitar o pedido de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella nesta terça-feira. O placar final teve 13 vereadores a favor da saída de Crivella, e 35 contra. Houve apenas uma abstenção, de Cesar Maia (DEM), entre os 49 parlamentares presentes.
Ao todo, foram três votações, por:
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeito à administração da Prefeitura;
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
Em todas, Crivella conseguiu mais de dois terços de apoio da Casa. Ao fim do rito, vereadores da oposição, que votaram a favor do impeachment do prefeito do Rio, protestaram segurando pedaços de pizza congelada. Paulo Pinheiro (PSOL) explicou que eles até tinham preparado o "lanche", mas que ele sumiu na sala de cerimonial. O jeito, foi improvisar.
Oposição levou pizza congelada para protestar ao fim da votação que garantiu a permanência de Crivella na prefeitura do Rio Foto: Luiz Ernesto Magalhães |
MUDANÇAS: Após livrar-se do impeachment, Crivella deve promover mudanças no secretariado para acomodar nova base
Um outro movimento importante para Crivella nesta terça-feira, foi a desfiliação do ex-secretário da Casa Civil, e atual vereador, Paulo Messina. Após seguidas críticas à administração do prefeito, o desgaste parece ter chegado ao limite: Messina foi desligado do PRB de Crivella .
PLACAR DO IMPEACHMENT: VEJA COMO VOTOU CADA VEREADOR
Placar mostra o voto dos vereadores na Câmara Foto: Luiz Ernesto Magalhães |
Logo após o fim da sessão, o prefeito publicou um vídeo nas redes sociais, onde agradeceu a Deus pela vitória:
— Primeiramente agradeço a Deus, que em tempos difíceis, nos deu força e vitória. Também quero me dirigir aos munícipes de todo o Estado do Rio, que tenham confiança no governo e que estejam certos que vamos vencer essa crise — disse Crivella, que ainda afirmou que os vereadores fizeram justiça — Agradeço também aos vereadores que fizeram justiça e aos funcionários da prefeitura que sabem que encontrei uma prefeitura quebrada, estraçalhada pela corrupção, e que ao meu lado realizaram as mais árduas renuncias e sacrifícios para erguer nossa cidade. O Rio vai vencer. Quem planta com lágrima, colhe com alegria — completou o prefeito.
A sessão foi agitada e chegou a ter pico de luz no início. O primeiro vereador a discursar, e que mudou o voto, foi Marcelino Almeida (PP). Em abril, ele foi a favor da abertura do processo de impeachment. Agora, seu partido, por iniciativa do ex-governador Francisco Dornelles, fecha uma aliança com o prefeito, visando a tentativa de reeleição em 2020.
— Depois de cinco mandatos nunca vi tanta CPI nesta casa. Quem senta na cadeira do prefeito até erra. Mas seus colaboradores têm que orientá-lo. Voto consciente contra o impeachment, e não faço isto para puxar o saco do prefeito. Não entendo esta tentativa de dar um golpe. Isto é covardia contra Crivella — afirmou o parlamentar.
Quem também discursou, foi Luiz Carlos Ramos (Podemos). Relator do processo, ele afirmou que relatório foi isento.
— É com muita tranquilidade que a oposição deve concordar com o meu relatório. Fizemos um estudo aprofundado, acompanhado por todos os vereadiores. As testemunhas foram categóricas ao dizer que não foram pressionadas para emitir parecer. A legislação é clara quando prevê que os contratos devem ser reequlibrados economicamente. Não posso desfazer as falas e os pareceres dos servidores. Reparamos os fatos. A impopularidade do prefeito, se ou não má gestão, não é objeto da denúncia. Não fomos parciais como diz a oposição, pois em caso do afastamento do prefeito isso poderia favorecer a candidatura do deputado Marcelo Freixo. A comissão agiu de forma imparcial — disse Ramos Filho.Ao fim do processo, Teresa Bergher (PSDB) criticou o resultado:
- A Câmara sai desmoralizada. Abriu um processo de impeachment e onze CPIs contra irregularidades cometidas pelo prefeito. E mais uma vez deu em nada. Acabou em pizza - disse Teresa
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