Translate

sábado, 20 de abril de 2024

Lixo nas ruas do Rio: um prejuízo de milhões para todos.Entenda

Apesar dos esforços e da tecnologia empregados — além da insubstituível vassoura —, parte dos detritos ainda fica pelo caminho, em encostas de morros e às margens de rios e lagoas


Lixo acumulado pela cidade. Na foto, a Rua Fernando Guimarães, em Botafoto. — Foto: Márcia Foletto

Eleita recentemente pela revista Time Out a oitava rua mais legal do mundo, a Arnaldo Quintela, em Botafogo, tem um lado “B” nada glamouroso. Nas primeiras horas do dia, depois que os boêmios se recolhem, quem sofre são os pedestres, obrigados a desviar de pilhas de lixo. A situação não é diferente em outros pontos da cidade. Na Urca, funcionários de um bar diante da mureta à beira da baía — ponto disputado por locais e turistas — recorrem ao “jeitinho’’ enquanto os garis não aparecem: em vez de guardar o material descartado até a coleta passar, varrem os detritos e os deixam esparramados ao lado de uma lixeira.

Na avaliação de especialistas, essa relação do carioca com seu lixo se explica por vários fatores, a começar pela falta de educação.

— O brasileiro, não só o carioca, não se preocupa porque acha que já paga para o lixo ser retirado, e que há alguém para fazer isso por ele. Só que não leva em conta que esse tipo de comportamento pode se reverter contra si, se esse lixo obstruir bueiros e contribuir para enchentes e doenças — diz a psicóloga Claudia Melo, especializada em terapia cognitiva e comportamental.

Na Zona Norte, a aposentada Maria Helena dos Santos, que convive diariamente com a sujeira jogada na Rua Marechal Bittencourt, no Riachuelo, onde mora, tem suas queixas:

— O lixo se acumula aqui por culpa da própria população. Eu separo reciclados, mantenho meu lixo em uma cesta no quintal até o dia de o caminhão passar. Mas tem muito morador que se aproveita do horário irregular da coleta para jogar na rua, usando como desculpa a falta de informação.

A conta dessa sujeira é salgada e quem paga é o próprio carioca. Para cuidar da guimba de cigarro na calçada ao entulho largado em via pública, a Comlurb estima gastar por ano R$ 110 milhões, entre equipamentos e salários de garis. Esse dinheiro seria suficiente para manter dez Unidades de Pronto Atendimento (UPA) por ano ou dois grandes hospitais de emergência.

Reforço nos dias de sol

Em dias de sol forte e praias lotadas, a Comlurb recorre a quatro equipamentos manuais adaptados para a areia, que recolhem o lixo deixado por banhistas em locais como Arpoador, Barra e Piscinão de Ramos. No dia a dia, vias de grande circulação, como os calçadões de comércio de bairros (Madureira, Campo Grande, Bangu), a Rua Olegário Maciel, na Barra, e a orla chegam a ser varridas de três a cinco vezes por dia.

Apesar dos esforços e da tecnologia empregados — além da insubstituível vassoura —, parte do lixo ainda fica pelo caminho, em encostas de morros e às margens de rios e lagoas. Levado pela água, esse material pode chegar à Baía de Guanabara. Usadas para evitar esse dano, as 17 ecobarreiras do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) contêm 4.810 toneladas de detritos por mês. A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) estima que pelo menos 90 toneladas deixam de ser recolhidas por dia na cidade.

— Se um local geralmente é mantido limpo, a tendência é que não se deixe lixo ali. E nem sempre quem joga resíduos em qualquer lugar, como encostas e rios, tem consciência dos problemas ao meio ambiente — diz o coordenador de sustentabilidade da entidade, Carlos Rossini.

Em Botafogo, na Rua Fernandes Guimarães, pilhas de sujeira se acumulam em frente ao Espaço de Desenvolvimento Infantil Casa da Criança, onde estudam as filhas, de 3 e 5 anos, da empresária Michele Back, de 36 anos. Ela diz que, no caminho, sempre fica atenta para que nenhum caco de vidro fique preso nas rodas das mochilas das meninas:

— As pessoas colocam o lixo bem cedo, muito antes de o caminhão de coleta passar. A Comlurb deveria orientar os moradores a deixá-lo em um local que não fosse em frente a uma escola.
A diretora do estabelecimento, Maia Barcelos, de 38 anos, conta que o problema já tem três anos, e que pais, professores e alunos fizeram um abaixo-assinado em 2023 pedindo aos moradores que não jogassem lixo. O documento não surtiu efeito.

— A discussão passa pelo conceito do que o espaço público representa para a população. Não há um senso de pertencimento, de que a rua é de todos — observa o antropólogo Maurício Waldman, autor do livro “Lixo: Cenários e desafios”, acrescentando que eventuais atrasos na passagem dos caminhões, ausência de porteiro ou irregularidades na coleta não são justificativas para o despejo indevido.

Vassouras do jornaleiro

Ainda em Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria, o jornaleiro Francisco de Paula, de 40 anos, diz que um dos problemas é o horário irregular da passagem dos caminhões de coleta. Sem alternativa, ele acaba bancando o “gari” da vizinhança:

— Todo dia chego uma hora antes de abrir para varrer a rua. Até fralda usada já jogaram aqui — diz Francisco, que guarda quatro vassouras na banca.

Nas comunidades em encostas, a situação chega a ser tão crítica que a Comlurb tem um time de 25 garis alpinistas. Um dos pontos em que a empresa diz atuar é o Morro da Mineira, no Catumbi. Mesmo assim, O GLOBO registrou semana passada um lixão num dos locais mais altos da favela. O problema não poupa áreas mais acessíveis, como a Favela do Metrô, na Rua São Francisco Xavier, no Maracanã, onde a Comlurb também diz fazer retiradas periódicas. Lá, um terreno baldio é usado como depósito. Os detritos chegam aos trilhos da SuperVia.

— A comunidade tem coleta, mas as pessoas jogam ali. Quando chove, o lixo se espalha pelo chão, e surgem muitos ratos e baratas — conta a merendeira Graziela Almeida, de 33 anos, moradora do Morro da Mangueira, vizinha à do Metrô.

A sujeira nos trilhos perto da Favela do Metrô está longe de ser exceção. Por mês, a concessionária recolhe em toda a rede 1.200m³ de lixo, o que seria suficiente para encher 52 vagões.

O antropólogo Roberto DaMatta afirma que o fenômeno da imundície nas ruas evidencia a necessidade de o país inteiro, e não apenas o Rio, oferecer ensino de melhor qualidade.

— Depois de adulto é difícil alguém mudar os hábitos. A questão de jogar lixo na rua se explica da mesma forma que outras regras de convívio social não respeitadas. É com o lixo, mas pode ser, por exemplo, quando a pessoa conscientemente desrespeita as leis de trânsito — diz.

Reciclagem falha

Outro lado do problema envolve o lixo reciclado, disputado por catadores informais que se antecipam à coleta oficial e, ao separar o material para revenda, muitas vezes abandonam no chão o que não podem aproveitar. Materiais como papelão, latas de alumínio, plástico e vidro só deveriam ser manipulados em instalações da Comlurb, onde catadores de cooperativas credenciadas fazem a triagem final:

— É uma questão social. O último censo da prefeitura sobre população em situação de rua (2023) indicou que, em um universo de 7.242 pessoas, cerca de 40% (2,9 mil) declaram trabalhar como catadores — explicou o coordenador da coleta seletiva da Comlurb, Édson Saint Roman.

Uma iniciativa adotada para tentar reduzir o despejo irregular perdeu força. Quem joga lixo na rua está sujeito a multas que começam em R$ 282,23 e podem passar de R$ 10 mil, conforme o volume. Na teoria. A inadimplência do programa Lixo Zero só aumenta. Em 2013 era de 40%. Em 2023 alcançou 81%













 

domingo, 7 de abril de 2024

Prefeitura inaugura a Fábrica Verde, em Cordovil

Em qualquer projeto a gestão dos stakeholders é fundamental para bons resultados. 

O Projeto da fábrica Verde em nenhum momento considerou que seria necessário interagir com a Gestora do Sistema de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro, e que é a operadora da coleta seletiva da cidade. 

O Projeto da fábrica Verde não levou em consideração a operação da coleta seletiva da cidade. O modelo adotado pelo Rio de Janeiro não coleta seletivamente têxtil, óleo vegetal, embalagens longa vida, eletrônicos e coco.

A esperança é que a coisa seja entregue para a Iniciativa Privada. Todavia, muito provavél é daqui a algum tempo o stakeholder Gestor do Sistema de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro seja convocado para ajudar quando a coisa estiver em dificuldades logisticas, assim como aconteceu com o "Recicla Comunidade".

Até um triciclo elétricopara coleta seletiva foi apresentado! Alguém sabe como vai operar? VAi sair de Cordoviu para operar em Santa Cruz, Leblon?






Meio Ambiente Notícias

A Fábrica Verde ocupa uma área de seis mil metros quadrados na Avenida Brasil - Beth Santos/Prefeitura do Rio

O prefeito Eduardo Paes e a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), Tainá de Paula, acompanhados do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, inauguraram, nesta quarta-feira (03/04), a primeira fase da Fábrica Verde, em Cordovil, na Zona Norte. O equipamento vai promover o aumento da reciclagem de resíduos gerados na cidade, assim como a inclusão social e econômica da população de baixa renda por meio da economia circular.

– É muito bom a gente poder fazer essa estrutura aqui na Avenida Brasil para vocês (catadores). O mais importante é que a Fábrica Verde começa a funcionar com a gestão da Secretaria de Meio Ambiente, mas sempre olhando para uma transição, para que isso aqui seja de vocês. Que o governo faça só um impulsionamento, mas que esse espaço seja sustentável e possa caminhar somente com o esforço de vocês – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

O processo seletivo das cooperativas que vão atuar no espaço está sendo realizado e a operação deve começar em até duas semanas. Recém-adquirido pela Prefeitura do Rio, o prédio que será a sede da Fábrica Verde tem aproximadamente 6.000m² e fica localizado na Avenida Brasil. Além da reciclagem de resíduos, abrigará projetos de capacitação para cerca de 1.500 profissionais por ano.

 – Hoje, a gente apresenta a primeira fase de nossa fábrica. É a primeira vez que a gente está garantindo o lucro e o pagamento aos catadores. Eles são capazes e se autogovernam, e vão tirar o lucro a partir dos produtos. Não vão precisar terceirizar e entregar o material para as grandes empresas recicladoras. Todos os produtos da Fábrica Verde vão estar à disposição na plataforma de venda online da Prefeitura e nós vamos vender a produção diretamente  ao consumidor, não vamos distribuir lucro com empresas não preservam o meio ambiente – ressaltou a secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula.

O objetivo é estimular a evolução das atividades e das políticas públicas desenvolvidas em cada espaço voltado para a preservação e a conscientização ambiental.

– Essa experiência aqui da Fábrica Verde enche os olhos e tem que dar certo para ser exportada para o país inteiro. A cadeia produtiva da reciclagem é um trabalho digno como qualquer outro, não pode ser discriminada. Além de tudo, são agentes ambientais porque evitam que uma quantidade de material polua o meio ambiente – disse o ministro Márcio Macêdo.

Qualificação ajuda a ingressar no mercado formal

Os catadores que atuarem do projeto receberão uma bolsa e uma participação pelo material reciclado. Além disso, se participarem das qualificações, também terão condições de buscar oportunidades de acessar o mercado formal. A cooperativa desses trabalhadores recebe como incentivo um direcionamento dos itens recicláveis para a fábrica e apoio logístico para a venda do material.

– Para a gente, esse espaço vai ter um significado muito importante, com a inclusão direta dos catadores e catadoras de material reciclável. Isso valoriza a mão de obra e também vai agregar valor ao nosso trabalho dentro da cadeia produtiva da reciclagem. A gente vai ter um espaço que diminui os custos, porque muitos de nós pagamos aluguel pelo espaço onde são montadas as nossas bases. Tem também outros gastos, como água e luz. Então, quando se tem um parceiro que vai arcar com esses custos, você consegue agregar valor para poder aumentar a renda do catador e da catadora  – disse Claudete Costa, que será a gestora da parte de reciclagem de resíduos da Fábrica Verde.

O espaço também será uma fábrica-escola para gerar produtos finais, com valor agregado. Na medida em que as pessoas forem capacitadas, vão colocar o aprendizado delas nas peças produzidas a partir dos resíduos processados na Fábrica Verde.

A Fábrica Verde é um grande centro não só logístico, mas também para a aplicação dos resíduos em toda a cadeia produtiva da reciclagem. Hoje, a maior parte do trabalho dos catadores consiste na triagem e prensa do material coletado.

A proposta aqui é que o catador consiga, por exemplo, lavar e triturar o plástico, que passa a ter outro valor agregado e, assim, ele vai ganhar mais. Isso é transferência de tecnologia social para que esses catadores consigam agregar mais valor ao produto do seu trabalho – explicou a coordenadora da Fábrica Verde, Lívia Galdino.

Com operação plena, a Fábrica Verde vai desenvolver e gerar produtos nas suas instalações a partir do resíduo coletado. A ideia é que a parte têxtil seja utilizada também para a confecção de roupas, bolsas, estojos que podem servir para algum projeto-piloto em escola do município ou para algum hospital da rede municipal ou posto de saúde.

Outro exemplo é o óleo residencial que será coletado. A ideia é transformá-lo em cosmético. E, futuramente, a previsão é a expansão dessa planta do óleo para geração de biodiesel.

Do material coletado, o alumínio tem maior índice de reciclagem. Noventa e oito por cento do alumínio descartado hoje no Brasil são reciclados e voltam para novas latinhas. Há um volume muito grande, também, de papel, que após reciclagem serve para fazer papel e papelão reciclados.



A Fábrica Verde terá capacidade de produzir:

Triagem de recicláveis

300 toneladas de material reciclado por mês, estreitamento da cadeia de reciclagem direto para a indústria e criação de 32 postos de empregos diretos

Têxtil

Produção de nove mil cobertores e quatro mil peças de vestuário por mês, com a geração de 42 postos de emprego e faturamento de R$ 204 mil por mês.

Óleo vegetal

Produção de dois mil quilos de sabão e sabonetes por mês, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 15 mil/mês. Evitando a contaminação de aproximadamente 150 milhões de litros de água.

Placas de embalagem longa vida

Produção de seis mil telhas ecológicas por mês, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 480 mil por mês.

Eletrônicos

Recondicionamento de 50 computadores por mês, com a geração de 20 postos de emprego e faturamento de R$ 80 mil por mês.

Coco

Processamento de 80 mil quilos por mês, produção de 50 mil quilos de fibra e pallets para combustível verde, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 80 mil/mês.

Utilize o canal correto para cada necessidade!

Os Canais de Denúncia da Comlurb são meios seguros que você deve utilizar para relatar situações ou comportamentos que desrespeitem o Código de onduta e Integridade da Comlurb – CCIC.


São possíveis transgressões: corrupção e fraude; violação das políticas e normas da Companhia; assédio moral e sexual; discriminação; uso inadequado de recursos; entre outras.

As dúvidas ou solicitações administrativas sobre descontos de vale transporte, plano de saúde, vale refeição, férias, etc, recebidas pelo Canal de Denúncias são arquivadas por inconsistência, uma vez que não é o canal adequado para esses assuntos.

O Canal i é a ferramenta que orienta e tira dúvidas sobre essas e outras questões relativas à área de pessoas.

Utilizar os canais de denúncia de forma correta facilita que as  apurações sejam feitas de forma mais rápida e evita que a ferramenta seja sobrecarregada com dúvidas direcionadas para o canal errado.

Faça a sua parte!



Metas para o Acordo de Resultados 2024

As metas para o Acordo de Resultados deste ano estão lançadas! A Prefeitura do Rio publicou no Diário Oficial nesta quinta-feira (04/04) a lista em detalhes sobre as metas da Comlurb para o ano de 2024.

O bônus é o merecimento pelo trabalho de excelência feito durante o ano. Agora é subir mais degraus, tanto no planejamento quanto no serviço da ponta, em busca de grandes resultados para a Companhia!

Veja na imagem acima os objetivos e as metas a serem batidas, e no link abaixo a tabela completa em detalhes. Vamos juntos, que já estão valendo!




Nota final do Acordo de Resultados 2023

 Aquela boa notícia!

Acordo de Resultados: nota final

A Comlurb está de parabéns! Hoje, dia 04 de abril, saiu no Diário Oficial a nota das metas do Acordo de Resultados de 2023.

Ficamos com 8.8! Uma excelente pontuação, resultado do esforço de todas as equipes.

É a nossa empresa dando mais este orgulho para a Prefeitura e para os cidadãos!

Lembramos que as informações sobre pagamento serão dadas pela Prefeitura.