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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Avançando no Compliance com capacitação na Universidade da Pensilvânia

Confesso que por muito tempo cultivei reservas sobre a qualidade e eficácia de cursos em modelo "Educação a Distância". 

A aproximação com esse modelo foi gradual em algumas plataformas nacionais disponíveis que tiveram o grande mérito de mostrar o quanto eu estava enganado.

É comum apontar as vantagens da flexibilidade de horário e local para o EAD. Além disso, percebi que o EAD pode oferecer grandes oportunidades por ser exatamente a distância! É possível frequentar cursos desenvolvidos por instituições que, por estarem distantes, presencialmente exigiram uma logística e custos a beira da inviabilidade. 

É o caso do conjunto de cursos da Universidade da Pennsylvania na área de compliance que juntos formam a Especialização em "Regulatory Compliance", que, apesar de não ser equivalente a especialização no curso presencial, utiliza o mesmo material didático.

Essa especialização introduziu os elementos essenciais da eficácia do compliance organizacional, explorando os conceitos, considerações e estratégias para avaliar riscos e gerenciar a função de compliance. Ensinou os princípios fundamentais de compliance efetivo, os componentes de um programa de compliance e suas aplicações. Também examinou atentamente a privacidade  e anticorrupção. 






quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Fotografar lixo?


Já fiz muito isso durante viagens



terça-feira, 22 de outubro de 2019

Avanços na coleta seletiva e triagem de resíduos no DF


22/10/2019

 


O Distrito Federal vai ganhar um dos mais modernos e estruturados complexos de reciclagem do país. Com previsão de entrega para abril de 2020, o espaço – situado próximo à Cidade do Automóvel – conta com investimentos na ordem de R$ 53 milhões e deve gerar 750 postos de trabalho para os catadores de materiais recicláveis.

A área de 80 mil m² vai abrigar dois centros de triagem e reciclagem (CTR) e uma central de comercialização (CC) de materiais recicláveis. O Centro de Comercialização está 98% concluído, enquanto um centro de triagem está 70% pronto e o outro 50%.

Central de triagem é o local que recebe inicialmente os resíduos que vêm da coleta seletiva. Esse material é separado, classificado, pesado, prensado e então transportado para a central de comercialização, que, por sua vez, é onde ocorre o processo de beneficiamento, estocagem e comercialização. Todo esse trabalho será feito com aparelhos de última geração e instalações com acessibilidade.

Complexo de reciclagem

A construção do complexo de reciclagem trabalha quatro vertentes fundamentais para o melhor uso dos resíduos e coleta seletiva no Distrito Federal: técnica, econômica, social e ambiental. O caráter técnico visa a recuperação desses rejeitos, de materiais que iriam para o aterro e, com a nova estrutura, voltam para a cadeia produtiva de reciclagem.

A questão econômica e social diz respeito à contratação de catadores, a geração de renda e a rentabilidade no mercado de reciclagem. Não menos importante, a causa ambiental agradece. Afinal, os resíduos deixam de ser enterrados.

O DF possui hoje duas centrais de triagem em funcionamento, uma no Setor P Sul, em Ceilândia, e a outra no Scia. A previsão é que para 2020 mais três sejam entregues: em Brazlândia, Sobradinho e São Sebastião. A viabilização dessas unidades faz com que o trabalho com resíduos ocorra em estruturas adequadas e acaba com o custo de aluguel de galpões improvisados.

“O DF hoje coleta aproximadamente três mil toneladas de resíduos urbanos. Uma parcela desses resíduos vai para o aterro sanitário. A expectativa é com a ampliação da coleta seletiva esse número passe a cinco mil toneladas por mês de resíduos recicláveis as centrais de triagem e reciclagem.”, explica Glauco Amorim da Cruz, coordenador de implementação da política de resíduos sólidos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema).

O contrato

O complexo de reciclagem é fruto de um contrato de colaboração firmado entre o GDF e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A Companhia Urbanizadora de Brasília (Novacap) viabilizou a obra e a Secretaria do Meio Ambiente atuou como executora do contrato. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) vai gerir e operar o espaço junto a cooperativas e associações de catadores.

Por meio do SLU, o GDF mantém 29 contratos com cooperativas e associações, envolvendo 1.213 catadores de recicláveis que atuam na prestação de serviços de coleta seletiva e triagem. Ofertar um espaço com estrutura e maquinário adequados ajuda o serviço de coleta e reciclagem no DF crescer.

“A nossa intenção é que ele seja um grande centro de integração entre as centrais de cooperativas do DF. Vamos ter otimização, eficiência e eficácia no processamento de resíduos recicláveis na capital”, aponta Francisco Mendes, assessor especial da diretoria técnica do SLU.

domingo, 20 de outubro de 2019

O que o Japão tem a nos ensinar sobre limpeza


Uma das primeiras coisas que os visitantes notam no Japão é o quanto as ruas são limpas, mas quase não há lixeiras e varredores. Qual é o segredo por trás dessa aparente contradição?



20/10/2019 10h05  Atualizado há 4 dias
No zen budismo, tarefas diárias como limpeza e culinária são consideradas exercícios espirituais — Foto: Alamy
No zen budismo, tarefas diárias como limpeza e culinária são consideradas exercícios espirituais — Foto: Alamy

Sentados nas carteiras, os alunos estão ansiosos para ir para casa depois de um longo dia de sete aulas de 50 minutos, mas ouvem pacientemente enquanto o professor faz alguns anúncios sobre o dia seguinte.

Então, como sempre, ele encerra da seguinte forma: "Ok, pessoal, lista das tarefas de limpeza de hoje. As fileiras um e dois limparão a sala de aula. Três e quatro, corredor e escada. Cinco, banheiros."

Alguns sinais de insatisfação podem ser notados na fileira cinco, mas as crianças se levantam, pegam os esfregões, panos e baldes no armário e partem para os banheiros. Cenas assim estão acontecendo ao mesmo tempo em escolas de todo o Japão.


A maioria das pessoas que visitam o país pela primeira vez ficam impressionadas com a limpeza das ruas. Então, percebem a ausência de lixeiras e de varredores e se perguntam: como é possível tudo estar tão limpo?

A maioria das pessoas que visitam o Japão pela primeira vez fica impressionada com a limpeza — Foto: Alamy
A maioria das pessoas que visitam o Japão pela primeira vez fica impressionada com a limpeza — Foto: Alamy
A resposta mais simples é que os próprios habitantes cuidam disso. "Durante os 12 anos de vida escolar, do ensino fundamental ao ensino médio, a limpeza faz parte da programação diária dos alunos", diz Maiko Awane, diretora-assistente do escritório em Tóquio da Província de Hiroshima. "Em nossa vida doméstica, os pais nos ensinam que é ruim não mantermos nossas coisas e espaços limpos."


A inclusão desse elemento no currículo escolar ajuda as crianças a desenvolverem uma consciência e um orgulho sobre os ambientes que frequentam. Que alunos vão sujar ou depredar uma escola que têm de limpar?

"Às vezes, não queria limpar a escola", lembra a tradutora Chika Hayashi, "mas fazer isso era parte da rotina. Acho que ter de limpar a escola é uma coisa boa, porque aprendemos que é importante assumir a responsabilidade de cuidar das coisas e dos lugares que usamos."

Ao chegar à escola, os alunos deixam seus sapatos em armários e trocam de roupa. Também em casa, as pessoas deixam seus calçados na entrada. Até os prestadores de serviço que vão a uma residência fazem isso.

E, à medida que as crianças crescem, o conceito do que constitui seu espaço se estende para além da sala de aula e passa a incluir a vizinhança, a cidade e o país.

Cuidado com a higiene está presente na vida cotidiana

Nas escolas japonesas, a limpeza faz parte da rotina diária dos alunos — Foto: Alamy
Nas escolas japonesas, a limpeza faz parte da rotina diária dos alunos — Foto: Alamy


Alguns exemplos desta característica japonesa se tornaram virais, como o ritual de sete minutos de limpeza de trens-bala, que se tornou uma atração turística por si só.

Até os torcedores de futebol do Japão têm essa consciência. Nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, surpreenderam o mundo ao recolher o lixo no estádio ao fim das partidas. Os jogadores também deixaram o vestiário em perfeitas condições. "Que exemplo para todas as equipes!", tuitou a coordenadora-geral da Fifa, Priscilla Janssens.

Os japoneses são muito preocupados com sua reputação aos olhos dos outros, diz Awane. "Não queremos que os outros pensem que somos pessoas ruins ou sem educação."

Cenas semelhantes acontecem em festivais de música. No Fuji Rock, o maior e mais antigo do Japão, os fãs mantêm o lixo com eles até encontrarem onde descartar. Os fumantes são instruídos a levar um cinzeiro portátil e a "evitar fumar onde isso possa afetar outras pessoas", de acordo com o site do festival.

Também há exemplos dessa consciência na vida cotidiana. Por volta das 8h, funcionários de escritórios e lojas limpam as ruas ao redor de seu local de trabalho. As crianças se voluntariam para participar de uma faxina mensal, quando recolhem o lixo das ruas perto das escolas. Bairros também realizam eventos regulares de limpeza. Não que haja muito o que limpar, porque as pessoas levam seu lixo para casa.


Até as cédulas saem dos caixas eletrônicos tão limpas quanto uma camisa engomada. No entanto, o dinheiro fica sujo, e é por isso que nunca é colocado diretamente na mão de alguém. Nas lojas, hotéis e até em táxis, há uma pequena bandeja para isso. A outra pessoa pega então o dinheiro dali.

A sujeira invisível — germes e bactérias — são outra fonte de preocupação. Quando as pessoas pegam resfriados ou gripes, usam máscaras cirúrgicas para evitar infectar outras pessoas. Esse simples ato reduz a propagação de doenças e economiza uma fortuna em dias de trabalho perdidos e despesas médicas.

A origem da preocupação com a limpeza

Desde muito jovens, japoneses desenvolvem consciência e orgulho dos ambientes que frequentam — Foto: Angeles Marin Cabello
Desde muito jovens, japoneses desenvolvem consciência e orgulho dos ambientes que frequentam — Foto: Angeles Marin Cabello


Mas como os japoneses se tornaram tão preocupados com isso? Certamente, não é uma novidade, como mostra a biografia do marinheiro Will Adams, escrita por Giles Minton.

Em 1600, Adams tornou-se o primeiro inglês a pisar no Japão e encontrou uma "nobreza extremamente asseada" e um sistema de saneamento "imaculado" em um momento em que as ruas da Inglaterra "frequentemente transbordavam de excrementos". Os japoneses "ficaram horrorizados" com a falta de cuidado dos europeus com a higiene pessoal.

Em parte, isso se deve a preocupações práticas. Em um ambiente quente e úmido como o do Japão, a comida estraga rapidamente. Bactérias se proliferam. Os insetos abundam. Portanto, ter uma boa higiene significa ter uma boa saúde.

A limpeza é uma parte central do budismo — Foto: Angeles Marin Cabello
A limpeza é uma parte central do budismo — Foto: Angeles Marin Cabello

A limpeza também é uma parte central do budismo, que chegou da China e da Coréia entre os séculos 6 e 8. E, na versão zen do budismo, que veio da China nos séculos 12 e 13, tarefas diárias de limpeza e culinária são consideradas exercícios espirituais, tal qual meditar.

"Todas as atividades da vida diária, incluindo refeições e limpeza dos espaços, devem ser vistas como uma oportunidade de praticar o budismo. Lavar a sujeira física e espiritual tem um papel importante nisso", diz Eriko Kuwagaki, do Templo Shinshoji, em Fukuyama.

Em O Livro do Chá (Editora Pensamento, 2009), de Kakuzo Okakura, sobre a cerimônia do chá e a filosofia zen que a permeia, o autor escreve que, na sala onde o ritual é realizado, "tudo está absolutamente limpo". "Nenhuma partícula de poeira será encontrada no canto mais escuro, porque, se houver alguma, o anfitrião não é um mestre do chá."

Okakura escreveu essas palavras em 1906, mas elas são válidas ainda hoje. Antes de uma cerimônia de chá na casa Seifukan, em Hiroshima, a assistente do mestre passa um rolo de fita adesiva no chão para retirar toda a poeira.

Então, por que todas as nações budistas não são tão zelosas com a limpeza quanto o Japão?


Bem, muito antes da chegada do budismo, o Japão já tinha sua própria religião: o xintoísmo, que significa "o caminho dos deuses" e tem a limpeza como elemento básico. Portanto, a ênfase do budismo neste aspecto apenas reforçou algo que os japoneses já praticavam.

Um conceito-chave no xintoísmo é o kegare (impureza ou sujeira), o oposto da pureza. Exemplos de kegare variam de morte e doença a praticamente qualquer coisa desagradável. Rituais de purificação frequentes são necessários para afastar o kegare.

"Se um indivíduo é atingido por kegare, pode prejudicar a sociedade como um todo", explica Noriaki Ikeda, sacerdote xintoísta no santuário de Kanda, em Hiroshima. "Portanto, é vital praticar a limpeza. Isso purifica e ajuda a evitar trazer calamidades à sociedade. É por isso que o Japão é um país muito limpo."

Antes de entrar em um santuário xintoísta, os fiéis enxaguam as mãos e a boca em uma bacia de pedra — Foto: Angeles Marin Cabello
Antes de entrar em um santuário xintoísta, os fiéis enxaguam as mãos e a boca em uma bacia de pedra — Foto: Angeles Marin Cabello
Essa preocupação com os outros é compreensível no caso de, digamos, doenças infecciosas. Mas também funciona em níveis mais prosaicos, como coletar seu próprio lixo. Como Awane coloca: "Nós japoneses acreditamos que não devemos incomodar os outros ao sermos preguiçosos e negligenciarmos o lixo que criamos".

Há muitos exemplos de rituais de purificação xintoístas na vida cotidiana. Antes de entrar em um santuário, os fiéis enxaguam as mãos e a boca com água em uma bacia de pedra.

Muitos japoneses levam seu carro novo para ser purificado pelo sacerdote, que agita uma varinha chamada onusa em volta do carro. Ele então abre as portas, capô e o porta-malas para purificar o interior.

O sacerdote também purifica pessoas, agitando a onusa de um lado para o outro sobre elas. Ele a usa até para purificar as terras onde um novo prédio será erguido.

Se você mora no Japão, logo se vê adotando um estilo de vida mais higiênico. Para de assoar o nariz em público, usa desinfetantes para as mãos fornecidos aos clientes em lojas e escritórios e aprende a separar o lixo doméstico em dez tipos diferentes para facilitar a reciclagem.

Muitos japoneses levam seu carro novo para um santuário para ser purificado — Foto: Angeles Marin Cabello
Muitos japoneses levam seu carro novo para um santuário para ser purificado — Foto: Angeles Marin Cabello



E, como Adams em 1600, descobre que sua qualidade de vida melhora. Então, quando volta para sua terra natal, fica chocado com os bárbaros que espirram e tossem na sua cara. Ou entram em sua casa com sapatos sujos. Coisas impensáveis no Japão.

Mas ainda há esperanças. Afinal, outras instituições culturais japonesas, como o sushi, os celulares com câmera e Pokémon, também levaram algum tempo até se popularizarem no resto do mundo.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Garis da Comlurb divergem sobre gratificação e enquadramento de funções


Os garis de varreção não vão ganhar gratificação
Os garis de varrição não vão ganhar gratificação Foto: Gustavo Miranda / 06.09.2018

A Prefeitura do Rio liberou, no último dia 11, R$ 5,4 milhões em favor da Comlurb, e isso agitou os funcionários da companhia. Alguns alegam que algumas funções serão mais beneficiadas na fase final da implantação do plano de cargos. Os garis de varreção, por exemplo, não vão receber adicional nos vencimentos como os que atuam no corte de grama, os alpinistas (que trabalham na limpeza das encostas) e aqueles que fazem arborismo (corte e poda das árvores).

O secretário-geral do sindicato da categoria, Siemaco-Rio, Antonio Carlos da Silva, explicou que esses garis atuam em dupla função e, por isso, serão enquadrados de forma diferente dos demais.


— Por terem uma segunda função, esses funcionários passaram para as classes gari II e gari III, porque se especializaram em fazer rapel e alpinismo, por exemplo. E o gari de coleta também vai ganhar o adicional de coleta, porque ela é a parte mais pesada. Dentro do plano de cargos, o gari que faz a varredura, trabalha em escola e em outros locais de limpeza, assim como todos os funcionários da Comlurb, têm direito a 1,68% de reajuste do salário. A partir do ano que vem, a progressão horizontal será anual — explicou Silva.

Um grupo de trabalhadores da Comlurb chamado de "Círculo Laranja" discorda da visão do sindicato e avalia que todos os garis são igualmente capacitados.

— A maior insatisfação é que o PCCS não será contemplado na sua totalidade, porque favorece uns e deixa outros de fora, e isso cria um desconforto dentro da categoria. O gari que vai pra rua está capacidado para outras frentes, como a poda, a ceifadeira, a encosta... O trabalhador varredor se sente menosprezado por não receber o PCCS, que está sendo aplicado de cima para baixo — disse um dos integrantes.

Plano de cargos

O secretário-geral também comentou o avanço nas negociações para a etapa final do processo de implantação do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), que custará aos cofres municipais R$ 7,5 milhões mensais, ao final da efetivação. Um termo aditivo ao acordo coletivo de trabalho de 2019 foi assinado entre o sindicato e a Comlurb, no dia 2 de outubro, resultado de uma assembleia da categoria com a direção da companhia. De acordo com o documento, o realinhamento de todas as funções será feito até janeiro, assim como o pagamento dos atrasados (retroativos a outubro de 2018).

— Está faltando adequar todas as categorias. O plano de cargos visa a ajustar as funções. Em 2014 a prefeitura deu um aumento para a base maior do que a inflação, e isso criou um desalinhamento entre os cargos. Agora, um grupo vai ser adequado em novembro, que são os agentes do preparo de alimentos (APA's) e os alsus. Sabemos que a prefeitura está com dificuldade no caixa. Agora, se chegar em janeiro e não tiver adequado todo mundo — a data-base da categoria é em março —, aí complica — alertou.

Em nota, a Comlurb respondeu que "está pronta para cumprir tudo o que ficou acordado em assembleia dos funcionários no dia 26 de setembro".

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Compliance: O estudo de caso da "licitação do camarote do Sambódromo"

CPI dos Camarotes aprova relatório, que vê indícios de conluio em leilão


Reunião da CPI dos Camarotes
Reunião da CPI dos Camarotes Foto: Renan Olaz / Divulgação / CMRJ


A CPI dos Camarotes fechou os trabalhos nesta quinta-feira (17) e aprovou o relatório final da investigação sobre as suspeitas de fraude na cessão dos espaços da Prefeitura do Rio na Marquês de Sapucaí no carnaval deste ano.

Para os vereadores Rosa Fernandes (MDB), Átila Nunes (MDB) e Tarcísio Motta (PSOL), "foram constatados fortes indícios de conluio entre, no mínimo, três empresas que participaram da licitação do camarote 9-A".

Também foram encontradas "claras evidências" da participação do ex-assessor do gabinete do prefeito Marcelo Crivella (PRB), Isaías Zavarise, já que o moço "não conseguiu explicar com quem falava interessadamente no dia da realização do leilão".

Com relação ao camarote tipo Paddock, diz o relatório que "o presidente da Riotur, Marcelo Alves, chamou para si a responsabilidade pela decisão de só leiloar o espaço na véspera do desfile (em dois anos consecutivos), o que certamente muito contribuiu para apenas uma empresa — coincidentemente a mesma nos dois certames — participar do processo", obtendo um valor "irrisório diante da tabela cobrada na Marquês de Sapucaí".

Os vereadores decidiram encaminhar o resultado dos trabalhos à 5ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania, ao Tribunal de Contas do Município (TCM), ao prefeito Marcelo Crivella e ao presidente da Riotur.

Eles também recomendam a criação de uma regulamentação específica sobre as licitações de camarotes, que devem ser concluídas até 30 dias antes dos desfiles

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Denúncia utilizando o APP Comlurb

Estabelecer um Código de Conduta e Integridade é a primeira iniciativa de uma organização que visa  garantir um ambiente livre de corrupção e desvios de conduta. O código deve deixar claro o que se espera em relação a sua postura profissional de todos os empregados, desde os níveis hierárquicos mais baixos até a alta direção. 

É importante que exista um "canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas relativas ao descumprimento do Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e obrigacionais" ( Lei 13.303/16, Art. 8º § 1º, III) 

A possibilidade de fazer uma denuncia via Aplicativo Institucional da Comlurb é um avanço na prática de combate à desvios de conduta profissional! 



Número de fiscais e de multas do programa Lixo Zero diminui e sujeira se acumula nas ruas do Rio

Número de multas pelo programa diminuiu em 50 mil em comparação ao ano passado



Lixo se acumula ao redor da Central do Brasil Foto: Ana Luísa Pontes
Lixo se acumula ao redor da Central do Brasil Foto: Ana Luísa Pontes

RIO — O lixo está longe de ser zero na cidade do Rio. O acúmulo de sujeira nas ruas e o número de pessoas descartando lixo irregularmente só cresce, enquanto a fiscalização segue o caminho contrário. No ano passado, o número de fiscais atuando pelo Programa Lixo Zero era de 230, enquanto de janeiro até agosto deste ano era de 112. Uma comparação feita entre os mesmos períodos mostra que, em 2018, o programa multou 87.627 pessoas, enquanto este ano somente 37.092 foram multadas. Assim, a média de multas por mês na cidade do Rio caiu de cerca de 7.300 no ano passado para aproximadamente 4.630 em 2019.  Segundo a Comlurb, das mais de 37 mil multas emitidas este ano, apenas 54% foram pagas.

O programa Lixo Zero, criado em 2015, busca colocar em prática a Lei de Limpeza Urbana 3273/2001, multando os cidadãos que descartarem pequenos resíduos nas ruas. As multas podem chegar até R$ 4.112,80 para quem sujar a cidade. Mesmo com a promessa de deixar as vias mais limpas e livres da sujeira, a Prefeitura não tem cumprido esse papel.

Os moradores foram os primeiros a observar o sumiço dos fiscais e aumento dos descartes este ano. Visitamos alguns dos bairros onde o programa atuou mais incisivamente no passado e verificamos a quantidade de lixo.

O Centro foi um deles. A Central do Brasil, por conta de seu enorme fluxo de pessoas todos os dias, sofre com o aumento constante de lixo em seu entorno e com a diminuição da ação municipal para resolver o problema. Eliane Leão Albuquerque, de 53 anos, trabalha em uma banca de jornal na estação e critica a falta de educação das pessoas e o esquecimento da Central pela Prefeitura:

Muitos passam e descartam lixo irregularmente no meio da rua pelo Centro do Rio Foto: Ana Luísa Pontes
Muitos passam e descartam lixo irregularmente no meio da rua pelo Centro do Rio Foto: Ana Luísa Pontes
— Eu chego para trabalhar aqui às 4h15 e tenho que limpar tudo em volta. Coloco lixeiras na banca para ver se as pessoas se conscientizam. Infelizmente esse pessoal da Prefeitura só olha para a Zona Sul. Faz muitos meses que não vejo a equipe de fiscais aqui para multar. A Central é um submundo para eles.

A Praça XV, também no Centro, onde fiscais trabalhavam frequentemente para impedir quem tentasse jogar lixo na saída das barcas, parece ter sido esquecida pelo projeto. O engenheiro José Maurício Christovão, que passa pelo local diariamente, afirma que não vê fiscal da Prefeitura há certamente mais de um ano.

A grande movimentação e boemia da Lapa também estão contribuindo negativamente para a situação de sujeira nas vias. O bairro, que costumava contar com a presença dos funcionários do programa, também viu seu desaparecimento.

— À noite infelizmente acontece muito de jogarem lixo nas ruas, mas a gente conta com a boa vontade das pessoas. Muitos vêm aqui na loja e pedem para jogar na lixeira. Nunca mais vi nenhum fiscal por aqui, e deveria ter, até porque é um bairro muito movimentado — conta Ana Daora, vendedora de uma loja na Lapa.

Apesar da aparência limpa da Praça Saens Pena, a falta de limpeza também é alvo de críticas por parte dos moradores da Tijuca. Lucia Xavier, moradora do bairro da Zona Norte, conta que o programa parece só ter funcionado nos primeiros meses deste ano e explica o motivo de não ter observado aumento de lixo:

— Eu frequento há muito anos a praça e faz tempo que eu não vejo os fiscais. A quantidade de lixo daqui só não aumentou porque as pessoas que frequentam a praça acham que a viatura da Tijuca Presente pode multar por jogar lixo na rua e acabam ficando com medo.

Lixo descartado nas esquinas incomoda moradores da Tijuca, na Zona Norte do Rio Foto: Ana Luísa Pontes
Lixo descartado nas esquinas incomoda moradores da Tijuca, na Zona Norte do Rio Foto: Ana Luísa Pontes
Madureira, que entrou para a lista da Comlurb como um dos bairros que mais registrou infração até o mês de agosto deste ano, parece continuar sofrendo com o lixo. Segundo o professor Guilherme Mendes, os fiscais, que costumavam visitar o bairro no início do projeto, já não aparecem com tanta frequência quanto deveriam.

Em mais de três horas circulando por alguns dos principais bairros atendidos pelo Lixo Zero, apenas uma equipe de garis foi vista trabalhando, na Tijuca.

Segundo Comlurb, não houve redução de fiscais

Em resposta, a Comlurb informou que não houve uma diminuição no número de fiscais, e sim uma divisão de funcionários. Os 112 que trabalham hoje estão exclusivamente voltados para o programa Lixo Zero, enquanto o restante trabalha na fiscalização de grandes geradores, mas também podem vir a atuar e eventualmente multar o descarte irregular.

Sobre a diminuição de multas, a Comlurb explica que o número deste ano está menor porque 2019 ainda não chegou ao fim. A empresa afirma ainda que continua atuando todos os dias em bairros fixos, como Centro, Botafogo, Campo Grande e Leblon, e que pode aumentar o serviço de acordo com demandas e denúncias.

domingo, 13 de outubro de 2019

Quando vamos perceber na Cidade Maravilhosa que o Benchmark é paulista?







Há 15 anos, no dia 13 de outubro, a Logística Ambiental de São Paulo, popularmente conhecida como Loga, iniciava efetivamente suas atividades de coleta, transporte, tratamento e destinação final para todo o agrupamento Noroeste. De lá pra cá, muita história para contar. Hoje, a gente só quer reforçar, que bom estarmos atuando nas 25 mil vias de nosso agrupamento e dizer o nosso muito obrigado a todos que acreditam em nossos serviços!








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sexta-feira, 11 de outubro de 2019

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Polêmica no Horizonte


Por CÁSSIO BRUNO

Crivella quer um novo modelo para a Comlurb. Uma espécie de terceirização, cobrando por serviços, como ocorreu no Rock in Rio. Ele argumenta que a companhia gera muita despesa. Os estudos começaram.




segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Rock in Rio - um caso de mudança de cultura

A muito tempo existe o questionamento sobre a a aplicação de recursos públicos em evento particular intramuros com cobrança de ingressos. A justificativa para a ação da Comlurb nos desfiles sempre foi recheada de "é uma tradição" temperada com "é bom para a imagem da empresa"

O Rock in Rio por exemplo: em 2013 foi totalmente limpo gratuitamente pela Comlurb, em 2015 foi limpo por uma empresa privada. Em 2017 voltou para a Comlurb só que desta vez com um contrato de prestação de serviços assinado. 

Em 2019, acontece pela segunda vez a limpeza com contrato de prestação de serviços assinado.














quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Falta vocação para viver em paz com o Legislativo.

Muito triste a extinção de algo que já foi uma das joias da cidade!

Crivella provoca a Câmara ao entregar a Conservação a Sebastião Bruno

Por: Berenice Seara em 03/10/19 18:26  

O vereador Tarcísio Motta (PSOL) preside a sessão da Câmara
O vereador Tarcísio Motta (PSOL) preside a sessão da Câmara
 A sessão desta quinta-feira (03) na Câmara do Rio começou com cheiro de pólvora — embora fossem tão poucos os vereadores em plenário, que o PSOL de Tarcísio Motta tenha sido obrigado a assumir a presidência (fato raro) para poder dar início aos trabalhos.

O esvaziamento não tinha a ver com o Rock in Rio, como especularam as piores línguas.

Mas com as notas dissonantes que vinham do Palácio da Cidade, onde o prefeito Marcelo Crivella (PRB), naquele mesmo momento, dava a ordem para liberar uma edição especial do Diário Oficial do Município apenas para dar conhecimento público à extinção da Secretaria de Conservação.

E à transformação do já poderoso chefão da Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, num supersecretário — agora responsável também pelo orçamento de R$ 790,9 milhões previsto para a Conservação no ano que vem.

Os parlamentares governistas, que formam a esmagadora maioria dos ocupantes do Palácio Pedro Ernesto, reuniram-se na sala do presidente Jorge Felippe (MDB) para dividir inquietações e indignações. E impropérios também.

Afinal, Crivella havia exonerado o secretário Roberto Nascimento — que mantinha um relacionamento tido como excelente com os vereadores, em especial, com o próprio Jorge Felippe, sempre atendendo aos pedidos dos seus redutos eleitorais.

E passado as funções primordiais do dia-a-dia da cidade, como operações tapa-buracos e limpeza dos bueiros, para Sebastião Bruno, que notoriamente não mantém uma boa conversa com os legisladores.

Para os parlamentares, doeu. Doeu ainda mais ver que Crivella só deu a estocada final depois de ter aprovado o que mais precisava na Câmara: o perdão de R$ 450 milhões das dívidas dos cartórios, a garantia da incorporação aos servidores municipais e a nova edição do projeto Concilia Rio.

Por isso é que o cheiro de pólvora não era apenas uma sugestão.

A turma da Cinelândia está com a bazuca nos dentes.

E é bom lembrar que o processo de impeachment de Crivella começou quando o prefeito substituiu Guilherme Campos, indicado por Jorge Felippe para a subsecretaria de Engenharia e Conservação, por Carlos Alberto Siqueira da Silva, homem de confiança de Sebastião Bruno.

A crise só foi contida quando Siqueira foi exonerado e Roberto Nascimento, novamente com a anuência de Felippe, nomeado secretário.

Uma coisa é certa.

Crivella não tem medo do enfrentamento. Nem vocação para viver em paz com o Legislativo.