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sábado, 20 de abril de 2024

Lixo nas ruas do Rio: um prejuízo de milhões para todos.Entenda

Apesar dos esforços e da tecnologia empregados — além da insubstituível vassoura —, parte dos detritos ainda fica pelo caminho, em encostas de morros e às margens de rios e lagoas


Lixo acumulado pela cidade. Na foto, a Rua Fernando Guimarães, em Botafoto. — Foto: Márcia Foletto

Eleita recentemente pela revista Time Out a oitava rua mais legal do mundo, a Arnaldo Quintela, em Botafogo, tem um lado “B” nada glamouroso. Nas primeiras horas do dia, depois que os boêmios se recolhem, quem sofre são os pedestres, obrigados a desviar de pilhas de lixo. A situação não é diferente em outros pontos da cidade. Na Urca, funcionários de um bar diante da mureta à beira da baía — ponto disputado por locais e turistas — recorrem ao “jeitinho’’ enquanto os garis não aparecem: em vez de guardar o material descartado até a coleta passar, varrem os detritos e os deixam esparramados ao lado de uma lixeira.

Na avaliação de especialistas, essa relação do carioca com seu lixo se explica por vários fatores, a começar pela falta de educação.

— O brasileiro, não só o carioca, não se preocupa porque acha que já paga para o lixo ser retirado, e que há alguém para fazer isso por ele. Só que não leva em conta que esse tipo de comportamento pode se reverter contra si, se esse lixo obstruir bueiros e contribuir para enchentes e doenças — diz a psicóloga Claudia Melo, especializada em terapia cognitiva e comportamental.

Na Zona Norte, a aposentada Maria Helena dos Santos, que convive diariamente com a sujeira jogada na Rua Marechal Bittencourt, no Riachuelo, onde mora, tem suas queixas:

— O lixo se acumula aqui por culpa da própria população. Eu separo reciclados, mantenho meu lixo em uma cesta no quintal até o dia de o caminhão passar. Mas tem muito morador que se aproveita do horário irregular da coleta para jogar na rua, usando como desculpa a falta de informação.

A conta dessa sujeira é salgada e quem paga é o próprio carioca. Para cuidar da guimba de cigarro na calçada ao entulho largado em via pública, a Comlurb estima gastar por ano R$ 110 milhões, entre equipamentos e salários de garis. Esse dinheiro seria suficiente para manter dez Unidades de Pronto Atendimento (UPA) por ano ou dois grandes hospitais de emergência.

Reforço nos dias de sol

Em dias de sol forte e praias lotadas, a Comlurb recorre a quatro equipamentos manuais adaptados para a areia, que recolhem o lixo deixado por banhistas em locais como Arpoador, Barra e Piscinão de Ramos. No dia a dia, vias de grande circulação, como os calçadões de comércio de bairros (Madureira, Campo Grande, Bangu), a Rua Olegário Maciel, na Barra, e a orla chegam a ser varridas de três a cinco vezes por dia.

Apesar dos esforços e da tecnologia empregados — além da insubstituível vassoura —, parte do lixo ainda fica pelo caminho, em encostas de morros e às margens de rios e lagoas. Levado pela água, esse material pode chegar à Baía de Guanabara. Usadas para evitar esse dano, as 17 ecobarreiras do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) contêm 4.810 toneladas de detritos por mês. A Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) estima que pelo menos 90 toneladas deixam de ser recolhidas por dia na cidade.

— Se um local geralmente é mantido limpo, a tendência é que não se deixe lixo ali. E nem sempre quem joga resíduos em qualquer lugar, como encostas e rios, tem consciência dos problemas ao meio ambiente — diz o coordenador de sustentabilidade da entidade, Carlos Rossini.

Em Botafogo, na Rua Fernandes Guimarães, pilhas de sujeira se acumulam em frente ao Espaço de Desenvolvimento Infantil Casa da Criança, onde estudam as filhas, de 3 e 5 anos, da empresária Michele Back, de 36 anos. Ela diz que, no caminho, sempre fica atenta para que nenhum caco de vidro fique preso nas rodas das mochilas das meninas:

— As pessoas colocam o lixo bem cedo, muito antes de o caminhão de coleta passar. A Comlurb deveria orientar os moradores a deixá-lo em um local que não fosse em frente a uma escola.
A diretora do estabelecimento, Maia Barcelos, de 38 anos, conta que o problema já tem três anos, e que pais, professores e alunos fizeram um abaixo-assinado em 2023 pedindo aos moradores que não jogassem lixo. O documento não surtiu efeito.

— A discussão passa pelo conceito do que o espaço público representa para a população. Não há um senso de pertencimento, de que a rua é de todos — observa o antropólogo Maurício Waldman, autor do livro “Lixo: Cenários e desafios”, acrescentando que eventuais atrasos na passagem dos caminhões, ausência de porteiro ou irregularidades na coleta não são justificativas para o despejo indevido.

Vassouras do jornaleiro

Ainda em Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria, o jornaleiro Francisco de Paula, de 40 anos, diz que um dos problemas é o horário irregular da passagem dos caminhões de coleta. Sem alternativa, ele acaba bancando o “gari” da vizinhança:

— Todo dia chego uma hora antes de abrir para varrer a rua. Até fralda usada já jogaram aqui — diz Francisco, que guarda quatro vassouras na banca.

Nas comunidades em encostas, a situação chega a ser tão crítica que a Comlurb tem um time de 25 garis alpinistas. Um dos pontos em que a empresa diz atuar é o Morro da Mineira, no Catumbi. Mesmo assim, O GLOBO registrou semana passada um lixão num dos locais mais altos da favela. O problema não poupa áreas mais acessíveis, como a Favela do Metrô, na Rua São Francisco Xavier, no Maracanã, onde a Comlurb também diz fazer retiradas periódicas. Lá, um terreno baldio é usado como depósito. Os detritos chegam aos trilhos da SuperVia.

— A comunidade tem coleta, mas as pessoas jogam ali. Quando chove, o lixo se espalha pelo chão, e surgem muitos ratos e baratas — conta a merendeira Graziela Almeida, de 33 anos, moradora do Morro da Mangueira, vizinha à do Metrô.

A sujeira nos trilhos perto da Favela do Metrô está longe de ser exceção. Por mês, a concessionária recolhe em toda a rede 1.200m³ de lixo, o que seria suficiente para encher 52 vagões.

O antropólogo Roberto DaMatta afirma que o fenômeno da imundície nas ruas evidencia a necessidade de o país inteiro, e não apenas o Rio, oferecer ensino de melhor qualidade.

— Depois de adulto é difícil alguém mudar os hábitos. A questão de jogar lixo na rua se explica da mesma forma que outras regras de convívio social não respeitadas. É com o lixo, mas pode ser, por exemplo, quando a pessoa conscientemente desrespeita as leis de trânsito — diz.

Reciclagem falha

Outro lado do problema envolve o lixo reciclado, disputado por catadores informais que se antecipam à coleta oficial e, ao separar o material para revenda, muitas vezes abandonam no chão o que não podem aproveitar. Materiais como papelão, latas de alumínio, plástico e vidro só deveriam ser manipulados em instalações da Comlurb, onde catadores de cooperativas credenciadas fazem a triagem final:

— É uma questão social. O último censo da prefeitura sobre população em situação de rua (2023) indicou que, em um universo de 7.242 pessoas, cerca de 40% (2,9 mil) declaram trabalhar como catadores — explicou o coordenador da coleta seletiva da Comlurb, Édson Saint Roman.

Uma iniciativa adotada para tentar reduzir o despejo irregular perdeu força. Quem joga lixo na rua está sujeito a multas que começam em R$ 282,23 e podem passar de R$ 10 mil, conforme o volume. Na teoria. A inadimplência do programa Lixo Zero só aumenta. Em 2013 era de 40%. Em 2023 alcançou 81%













 

domingo, 7 de abril de 2024

Prefeitura inaugura a Fábrica Verde, em Cordovil

Em qualquer projeto a gestão dos stakeholders é fundamental para bons resultados. 

O Projeto da fábrica Verde em nenhum momento considerou que seria necessário interagir com a Gestora do Sistema de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro, e que é a operadora da coleta seletiva da cidade. 

O Projeto da fábrica Verde não levou em consideração a operação da coleta seletiva da cidade. O modelo adotado pelo Rio de Janeiro não coleta seletivamente têxtil, óleo vegetal, embalagens longa vida, eletrônicos e coco.

A esperança é que a coisa seja entregue para a Iniciativa Privada. Todavia, muito provavél é daqui a algum tempo o stakeholder Gestor do Sistema de Limpeza Urbana da Cidade do Rio de Janeiro seja convocado para ajudar quando a coisa estiver em dificuldades logisticas, assim como aconteceu com o "Recicla Comunidade".

Até um triciclo elétricopara coleta seletiva foi apresentado! Alguém sabe como vai operar? VAi sair de Cordoviu para operar em Santa Cruz, Leblon?






Meio Ambiente Notícias

A Fábrica Verde ocupa uma área de seis mil metros quadrados na Avenida Brasil - Beth Santos/Prefeitura do Rio

O prefeito Eduardo Paes e a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC), Tainá de Paula, acompanhados do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, inauguraram, nesta quarta-feira (03/04), a primeira fase da Fábrica Verde, em Cordovil, na Zona Norte. O equipamento vai promover o aumento da reciclagem de resíduos gerados na cidade, assim como a inclusão social e econômica da população de baixa renda por meio da economia circular.

– É muito bom a gente poder fazer essa estrutura aqui na Avenida Brasil para vocês (catadores). O mais importante é que a Fábrica Verde começa a funcionar com a gestão da Secretaria de Meio Ambiente, mas sempre olhando para uma transição, para que isso aqui seja de vocês. Que o governo faça só um impulsionamento, mas que esse espaço seja sustentável e possa caminhar somente com o esforço de vocês – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

O processo seletivo das cooperativas que vão atuar no espaço está sendo realizado e a operação deve começar em até duas semanas. Recém-adquirido pela Prefeitura do Rio, o prédio que será a sede da Fábrica Verde tem aproximadamente 6.000m² e fica localizado na Avenida Brasil. Além da reciclagem de resíduos, abrigará projetos de capacitação para cerca de 1.500 profissionais por ano.

 – Hoje, a gente apresenta a primeira fase de nossa fábrica. É a primeira vez que a gente está garantindo o lucro e o pagamento aos catadores. Eles são capazes e se autogovernam, e vão tirar o lucro a partir dos produtos. Não vão precisar terceirizar e entregar o material para as grandes empresas recicladoras. Todos os produtos da Fábrica Verde vão estar à disposição na plataforma de venda online da Prefeitura e nós vamos vender a produção diretamente  ao consumidor, não vamos distribuir lucro com empresas não preservam o meio ambiente – ressaltou a secretária de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula.

O objetivo é estimular a evolução das atividades e das políticas públicas desenvolvidas em cada espaço voltado para a preservação e a conscientização ambiental.

– Essa experiência aqui da Fábrica Verde enche os olhos e tem que dar certo para ser exportada para o país inteiro. A cadeia produtiva da reciclagem é um trabalho digno como qualquer outro, não pode ser discriminada. Além de tudo, são agentes ambientais porque evitam que uma quantidade de material polua o meio ambiente – disse o ministro Márcio Macêdo.

Qualificação ajuda a ingressar no mercado formal

Os catadores que atuarem do projeto receberão uma bolsa e uma participação pelo material reciclado. Além disso, se participarem das qualificações, também terão condições de buscar oportunidades de acessar o mercado formal. A cooperativa desses trabalhadores recebe como incentivo um direcionamento dos itens recicláveis para a fábrica e apoio logístico para a venda do material.

– Para a gente, esse espaço vai ter um significado muito importante, com a inclusão direta dos catadores e catadoras de material reciclável. Isso valoriza a mão de obra e também vai agregar valor ao nosso trabalho dentro da cadeia produtiva da reciclagem. A gente vai ter um espaço que diminui os custos, porque muitos de nós pagamos aluguel pelo espaço onde são montadas as nossas bases. Tem também outros gastos, como água e luz. Então, quando se tem um parceiro que vai arcar com esses custos, você consegue agregar valor para poder aumentar a renda do catador e da catadora  – disse Claudete Costa, que será a gestora da parte de reciclagem de resíduos da Fábrica Verde.

O espaço também será uma fábrica-escola para gerar produtos finais, com valor agregado. Na medida em que as pessoas forem capacitadas, vão colocar o aprendizado delas nas peças produzidas a partir dos resíduos processados na Fábrica Verde.

A Fábrica Verde é um grande centro não só logístico, mas também para a aplicação dos resíduos em toda a cadeia produtiva da reciclagem. Hoje, a maior parte do trabalho dos catadores consiste na triagem e prensa do material coletado.

A proposta aqui é que o catador consiga, por exemplo, lavar e triturar o plástico, que passa a ter outro valor agregado e, assim, ele vai ganhar mais. Isso é transferência de tecnologia social para que esses catadores consigam agregar mais valor ao produto do seu trabalho – explicou a coordenadora da Fábrica Verde, Lívia Galdino.

Com operação plena, a Fábrica Verde vai desenvolver e gerar produtos nas suas instalações a partir do resíduo coletado. A ideia é que a parte têxtil seja utilizada também para a confecção de roupas, bolsas, estojos que podem servir para algum projeto-piloto em escola do município ou para algum hospital da rede municipal ou posto de saúde.

Outro exemplo é o óleo residencial que será coletado. A ideia é transformá-lo em cosmético. E, futuramente, a previsão é a expansão dessa planta do óleo para geração de biodiesel.

Do material coletado, o alumínio tem maior índice de reciclagem. Noventa e oito por cento do alumínio descartado hoje no Brasil são reciclados e voltam para novas latinhas. Há um volume muito grande, também, de papel, que após reciclagem serve para fazer papel e papelão reciclados.



A Fábrica Verde terá capacidade de produzir:

Triagem de recicláveis

300 toneladas de material reciclado por mês, estreitamento da cadeia de reciclagem direto para a indústria e criação de 32 postos de empregos diretos

Têxtil

Produção de nove mil cobertores e quatro mil peças de vestuário por mês, com a geração de 42 postos de emprego e faturamento de R$ 204 mil por mês.

Óleo vegetal

Produção de dois mil quilos de sabão e sabonetes por mês, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 15 mil/mês. Evitando a contaminação de aproximadamente 150 milhões de litros de água.

Placas de embalagem longa vida

Produção de seis mil telhas ecológicas por mês, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 480 mil por mês.

Eletrônicos

Recondicionamento de 50 computadores por mês, com a geração de 20 postos de emprego e faturamento de R$ 80 mil por mês.

Coco

Processamento de 80 mil quilos por mês, produção de 50 mil quilos de fibra e pallets para combustível verde, com a geração de 12 postos de emprego e faturamento de R$ 80 mil/mês.

Utilize o canal correto para cada necessidade!

Os Canais de Denúncia da Comlurb são meios seguros que você deve utilizar para relatar situações ou comportamentos que desrespeitem o Código de onduta e Integridade da Comlurb – CCIC.


São possíveis transgressões: corrupção e fraude; violação das políticas e normas da Companhia; assédio moral e sexual; discriminação; uso inadequado de recursos; entre outras.

As dúvidas ou solicitações administrativas sobre descontos de vale transporte, plano de saúde, vale refeição, férias, etc, recebidas pelo Canal de Denúncias são arquivadas por inconsistência, uma vez que não é o canal adequado para esses assuntos.

O Canal i é a ferramenta que orienta e tira dúvidas sobre essas e outras questões relativas à área de pessoas.

Utilizar os canais de denúncia de forma correta facilita que as  apurações sejam feitas de forma mais rápida e evita que a ferramenta seja sobrecarregada com dúvidas direcionadas para o canal errado.

Faça a sua parte!



Metas para o Acordo de Resultados 2024

As metas para o Acordo de Resultados deste ano estão lançadas! A Prefeitura do Rio publicou no Diário Oficial nesta quinta-feira (04/04) a lista em detalhes sobre as metas da Comlurb para o ano de 2024.

O bônus é o merecimento pelo trabalho de excelência feito durante o ano. Agora é subir mais degraus, tanto no planejamento quanto no serviço da ponta, em busca de grandes resultados para a Companhia!

Veja na imagem acima os objetivos e as metas a serem batidas, e no link abaixo a tabela completa em detalhes. Vamos juntos, que já estão valendo!




Nota final do Acordo de Resultados 2023

 Aquela boa notícia!

Acordo de Resultados: nota final

A Comlurb está de parabéns! Hoje, dia 04 de abril, saiu no Diário Oficial a nota das metas do Acordo de Resultados de 2023.

Ficamos com 8.8! Uma excelente pontuação, resultado do esforço de todas as equipes.

É a nossa empresa dando mais este orgulho para a Prefeitura e para os cidadãos!

Lembramos que as informações sobre pagamento serão dadas pela Prefeitura.



domingo, 31 de março de 2024

Panorama de Integridade e Transparência - março 2024

Inteligência Artificial para Integridade e Transparência

Integrar ferramentas de Inteligência Artificial - IA ao Programa de Integridade e Transparência da Comlurb representa uma oportunidade significativa para aprimorar a governança, aumentar a eficiência dos processos internos e fortalecer a comunicação com stakeholders. A aplicação dessa tecnologia pode ser vista em diversas frentes, como na apuração de denúncias de assédio, no atendimento das demandas recebidas pela central 1746, na interação com o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro - TCMRio, e na elaboração de normativas.

Na apuração de denúncias de assédio, a Inteligência Artificial pode servir como uma ferramenta essencial para o processamento inicial de informações, facilitando a triagem e categorização das denúncias. Ao utilizar a IA para analisar o conteúdo das queixas, a Comlurb pode identificar padrões e gravidades nas denúncias de maneira mais rápida e objetiva, permitindo que as equipes de Compliance e Recursos Humanos concentrem esforços nos casos mais críticos, garantindo uma resposta mais efetiva e tempestiva.

No que diz respeito às demandas recebidas pela central 1746, a ferramenta pode transformar a experiência do usuário ao oferecer respostas rápidas, precisas e personalizadas. Implementando a IA no atendimento, podemos assegurar um serviço mais ágil e eficiente, capaz de resolver dúvidas e problemas de forma mais satisfatória, reduzindo o tempo de espera e melhorando a satisfação geral do público.

Quanto às interações com o TCMRio, a IA pode ser uma ferramenta valiosa na preparação de respostas e documentos necessários para o Tribunal. A capacidade da IA de processar e sintetizar informações pode auxiliar na elaboração de relatórios, na resposta a questionamentos e na justificação de procedimentos e decisões, garantindo maior precisão e agilidade no cumprimento das demandas.

Por fim, na redação de normativas, as ferramentas podem ser utilizadas para elaborar e revisar documentos, assegurando que as políticas e procedimentos estejam em conformidade com as leis e regulamentos vigentes. A IA pode, ainda, ajudar a refinar a linguagem, garantir a clareza dos textos e sugerir ajustes para melhorar a compreensão e a aplicabilidade das normas, contribuindo para uma governança corporativa mais efetiva e um ambiente de trabalho mais íntegro e transparente.

Em conclusão, a Inteligência Artificial tem o potencial de ser um aliado estratégico no reforço das práticas de integridade e transparência da Companhia. Sua implementação pode proporcionar ganhos significativos na agilidade, eficiência e eficácia dos processos internos e na comunicação com o público e entidades reguladoras, solidificando a reputação da Comlurb como uma organização comprometida com os mais altos padrões de ética e Compliance.

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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Panorama de Integridade e Transparência - fevereiro 24

 As Linhas de Defesa

O Modelo das Três Linhas de Defesa oferece uma estrutura clara para fortalecer a governança corporativa, o gerenciamento de riscos e os controles internos em organizações, sendo amplamente adotado em contextos corporativos em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Em linhas gerais, esse modelo divide as responsabilidades entre três áreas distintas que operam de maneira integrada para garantir a sustentabilidade e a conformidade das organizações.

A Primeira Linha de Defesa é onde os riscos são identificados, avaliados e gerenciados no dia a dia das operações, enquanto os controles internos são estabelecidos para garantir o cumprimento das políticas e procedimentos. Representa as unidades de negócios responsáveis pela execução das atividades principais da empresa.

A Segunda Linha de Defesa desempenha um papel de suporte à primeira linha, fornecendo orientação especializada, estabelecendo políticas e procedimentos e monitorando o cumprimento dos objetivos e estratégias gerais da organização.

A Terceira Linha de Defesa consiste em funções de auditoria que fornecem uma avaliação objetiva e independente da eficácia dos processos de governança corporativa, gerenciamento de riscos e controles internos estabelecidos pelas linhas anteriores. Além de garantir a conformidade com normas e regulamentos aplicáveis, oferece recomendações para melhorias e identifica áreas de preocupação que exigem atenção adicional da administração.

Este modelo oferece uma estrutura valiosa para melhorar a transparência, responsabilidade e eficácia da gestão corporativa, exigindo comunicação e coordenação entre as três linhas para garantir a eficácia dos objetivos organizacionais em conformidade com as normas e regulamentos aplicáveis.

No entanto, é importante observar que esse modelo pode não ser diretamente aplicável ao setor público. Em empresas públicas, as duas primeiras linhas podem ser relacionadas ao ambiente tático-operacional e ao ambiente estratégico da alta administração, respectivamente. No entanto, a identificação da terceira linha de defesa no setor público é mais complexa.

A Controladoria Geral do Município e o Tribunal de Contas do Município desempenham papéis cruciais na supervisão e no monitoramento independentes das práticas de governança, gestão de riscos e controles internos no nível municipal. Embora possam ser imaginados dentro do modelo de Três Linhas de Defesa, é essencial ressaltar que esses órgãos são de controle externo e não fazem parte das linhas de defesa da própria organização.

Para empresas públicas interessadas em adotar o Modelo das Três Linhas de Defesa, é fundamental estabelecer uma terceira linha interna que forneça uma avaliação objetiva e independente da eficácia da governança corporativa, do gerenciamento de riscos e dos controles internos. Essa estrutura promoverá a comunicação e coordenação entre as linhas de defesa, fortalecendo a gestão corporativa e a conformidade com as normas e regulamentos aplicáveis.



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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Procura-se a paternidade do Aqualurb...

 


Uma das imagens do carnaval de 2024 que chamou atenção foi o "Aqualurb". Não é recente a idéia de usar um equipamento específico para transportar água gelada para melhorar o bem estar dos empregados envolvidos em operações concentradas sob o sol.

A primeira vez foi em 2014 durante a limpeza do Bloco da Preta no centro da cidade utilizando um lutocar inglês que havia sido recusado como equipamento de varrição. Apelidado de "Gunga Din" em alusão à um filme de 1939 sobre um indiano que transportava água para tropas inglesas.

Em 2017 ,um grupo de trabalho focou no desenvolvimento de uma solução de hidratação coletiva principalmente para equipes de trabalho em praia e eventos públicos.

Usando como base o projeto do Lutocar 2.0 criou-se uma caçamba isolante para transportar gelo e copos d’água e capaz de manter a água gelada durante todo o expediente de trabalho da turma.

O batismo de fogo do projeto foi o carnaval 2017 sendo usado nas turmas de limpeza do sambódromo e também nas equipes de limpeza de blocos nos logradouros.



Resta saber somente quem assumiu a paternidade do "Aqualurb"

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Exame sobre os resultados do Carnaval 2024

  


 

Considerando o histórico de peso de resíduos recolhidos no Sambódromo e nos blocos podemos elaborar algumas questões sobre a operação realizada em 2024.

Os números consolidados no Sambódromo, ainda que com risco de algum viés, costumam ser mais acurados pois são fruto de pesagens das viaturas com dedicação exclusiva para o serviço.
 
Podemos inferir que em termos de desfile de escolas de samba que 2024 foi um grandioso carnaval gerando um recorde de 514 toneladas, maior resultado desde 2015, e um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

Os números dos blocos são uma combinação de pesagem de veículos com estimativas visuais não padronizadas. Então, existe incerteza sobre a exatidão dos números finais, que podem, no entanto, indicar uma ordem de grandeza do real.

O resultado de remoção de resíduos do Carnaval de Rua ainda não recuperou os valores anteriores a pandemia. Considerando a euforia perceptível na rua provavelmente o valor se deve mais a algum problema na consolidação das informações, maior conscientização dos foliões e até mesmo ações de reciclagem, mas certamente não um esfriamento do carnaval de rua em blocos.

Para a quantidade de multas emitidas pelas equipes do Lixo Zero pode-se observar uma queda contínua ano a ano. Algo que já foi mais que três multas por tonelagem removida em 2016 e 2017, chegou a pouco mais que a uma multa para cada meia tonelada em 2024
 
A sucesso do Carnaval não está nos números, nos gabinetes ou nas declarações, está na percepção do carioca folião. Ele sabe se a coisa bombou ou se a coisa bombou!



Resultado divulgado em 2024

Resultado divulgado de 2023

A análise não considera os anos de 2021 e 2022 devido ao concelamento do Carnaval em 2021 e o Carnaval fora de época de 2022

Resultado divulgado de 2020

Resultado divulgado de 2019

Resultado divulgado de 2018

Resultado divulgado de 2017

Resultado divulgado de 2016

Resultado divulgado de 2015

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Mais de 600 pessoas foram multadas por fazer xixi na rua durante o carnaval do Rio

Para a quantidade de multas emitidas pelas equipes do Lixo Zero pode-se observar uma queda contínua ano a ano. Algo que já foi mais que três multas por tonelagem removida em 2016 e 2017, chegou a pouco mais que a uma multa para cada meia tonelada em 2024

A Lei nº 5930 de 20 de agosto de 2015 incluiu o art. 103-A na Lei nº 3.273/2001 definindo que “urinar ou defecar em vias públicas constitui infração punida com multa no valor de r$ 510,00 (quinhentos e dez reais)." Antes disso não havia dispositivo específico sobre o assunto na Lei de Limpeza Urbana.


Servidores da Comlurb fiscalizaram os blocos e eventos durante o último mês de folia

Por Nelson Lima Neto

16/02/2024 04h01  Atualizado há 7 horas

Equipe do Lixo Zero atuando no desfile do Vagalume o Verde, no Jardim Botânico, terça-feira — Foto: Divulgação

Aqui alguns números da Comlurb sobre o total de foliões multados por infrações sanitárias durante os blocos de rua no Rio de Janeiro, no período de pré-carnaval (13 de janeiro) até a última terça-feira, 13 de fevereiro.

As equipes do Lixo Zero aplicaram, desde o início do pré-Carnaval 738 multas, sendo 74 por descarte de pequenos resíduos, no valor de R$ 282,38 cada, e 664 por pessoas flagradas urinando em via pública, no valor de R$ 773,65 cada.

Na comparação com o ano passado, foram 1.130 multas, sendo 314 por descarte de pequenos resíduos nas ruas, e 816 por pessoas urinando em via pública. A Comlurb acredita que a maior quantidade de banheiros para os foliões colaborou para a redução das multas.




quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Novos desbastadores

Hoje (24/01), a Comlurb apresentou os novos desbastadores, melhorando a eficiência operacional no manejo arbóreo da cidade. Esses equipamentos cortam tocos rente ao solo sem remover as raízes, reduzindo o impacto ambiental e o esforço físico dos garis. Além disso, eles realizam cortes precisos e sustentáveis até 35 cm abaixo do solo.

O presidente da Companhia, Flávio Lopes, destacou a inovação no manejo arbóreo.

“Apresentamos seis novos desbastadores que serão integrados às equipes de poda da cidade. Essas máquinas têm a função de tornar mais eficiente o árduo trabalho dos garis ao realizar a destoca de árvores. Elas literalmente roem e lixam o tronco até atingir a altura do passeio, permitindo a recomposição adequada da calçada, evitando saliências de tronco. Um equipamento adicional para facilitar o trabalho desafiador das nossas equipes no dia a dia”, afirma.

Os seis desbastadores serão distribuídos nas gerências da DSU, equipados com sinalizadores, alarme sonoro, cones e cavaletes para sinalização no local de trabalho, e telas para proteção.













Varredeiras operadas por mulheres no carnaval de 2024

Linha de varredeiras operadas por mulheres no carnaval de 2024

A tradição de varredeiras operadas por mulheres na limpeza de pista do sambódromo teve início em 2017 

A primeira gari que insistiu para que a função deixasse de ser exclusivamente dos homens foi Vanise Garcia Borba, em 2017 com 10 anos de empresa. “Para mostrar que somos capazes de tudo. Hoje em dia não há mais espaço para o preconceito,” contou Vanise, revelando que sempre sonhou em operar a máquina.






quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Uma década de soprador


Foi no carnaval de 2013 que o soprador foi incorporado aos serviços da Comlurb. Passados mais de dez anos suas oportunidades ainda não são totalmente exploradas, como por exemplo apoio à varrição mecanizada. Todavia, no carnaval, seja nas arquibancadas da Sapucaí ou atrás dos blocos, o soprader tem seu momento de maior expressão e utilização.






Imagem da primeira vez que os sopradores foram utilizados em uma operação em 2013


Números do Carnaval 2024


Comlurb remove 104,5 toneladas de resíduos dos blocos de rua após a terça-feira de Carnaval


Garis da Comlurb realizam a limpeza da Rua Jardim Botânico após a passagem do bloco Vagalume, o Verde - Divulgação

As equipes da Comlurb removeram 104, 5 toneladas de resíduos das ruas após a passagem dos blocos nesta terça-feira de Carnaval (13/2), totalizando 669,2 toneladas de resíduos de todos os blocos da cidade desde o pré-Carnaval. Nesta terça, os blocos que geraram mais lixo foram: Cachorro Cansado (Flamengo), com 11,2 toneladas de resíduos, Banda de Ipanema, com 11,1 toneladas, Vagalume, o Verde (Jardim Botânico), com 9,9 toneladas, Fervo da Lud (Centro), com 8,2 toneladas, Orquestra Voadora (Aterro), com 8 toneladas, e 10 e Music (Recreio), com 4 toneladas. A Operação Carnaval da Comlurb segue até o próximo fim de semana, com os Desfiles das Campeãs e da Intendente e a apresentação do Monobloco.

Apesar do grande volume de resíduos recolhido pela Comlurb, este ano a limpeza contou com um grande diferencial, o fato de os foliões descartarem seus resíduos majoritariamente nos contêineres disponibilizados pela Companhia em todos os pontos do Carnaval, garantindo que as vias ficassem mais limpas e que o serviço dos garis ganhasse em agilidade.

Este ano, a Comlurb foi homenageada por dois blocos, o Badalo, de Santa Teresa, que elegeu as garis Miss Laine dos Santos e Joana Feliciano, respectivamente, Rainha e Princesa do bloco. Já o Laranjada Samba Clube desfilou com o tema “O Laranjada é a maior limpeza”, no bairro de Laranjeiras. Um casal de garis, Rinaldo Gusmão e Jurema Santos, representou a categoria no desfile como segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira do bloco. Já o bloco Vagalume, o Verde, do Jardim Botânico, mantém uma já tradicional parceria com a Comlurb, por intermédio do Galpão das Artes Urbanas, na área da sustentabilidade, com reaproveitamento de fantasias.

Na noite desta terça-feira o Sambódromo foi palco para a apresentação das escolas de samba mirins, com a remoção de 49,9 toneladas de resíduos, sendo 11,2 toneladas de resíduos potencialmente recicláveis. Desde a pré-limpeza da Passarela do Samba, nos dias que antecederam a abertura oficial do Carnaval, a quantidade removida de resíduos soma 348,1 toneladas, sendo 42,2 toneladas de materiais recicláveis.

Os desfiles na Estrada Intendente Magalhães e na Avenida Chile e os bailes populares nos bairros geraram 62,9 toneladas de resíduos na noite de terça-feira, totalizando 165,4 toneladas de resíduos em cinco dias de Carnaval. O grupo Chegando de Surpresa, composto de garis que usam a música e a dança em campanhas de conscientização, participa da abertura do Carnaval da Intendente.

Desde o início do pré-Carnaval e após cinco dias oficiais de folia na cidade, a Comlurb já contabiliza a remoção de 1.182,7 toneladas de resíduos em todos os pontos da festa.

As equipes do Lixo Zero aplicaram desde o início do pré-Carnaval, no dia 13 de janeiro, 738 multas, sendo 74 por descarte de pequenos resíduos, no valor de R$ 282,38 cada, e 664 por pessoas flagradas urinando em via pública, no valor de R$ 773,65 cada.

A Comlurb mobilizou para este Carnaval até 3.633 garis por dia, sendo até 872 para a parte interna do Sambódromo, até 210 para a área externa, incluindo o entorno do Terreirão, até 101 para os desfiles na Intendente Magalhães e até 2.450 para os blocos e bailes oficiais em toda a cidade. Os trabalhos de limpeza são realizados com mais de 200 veículos e equipamentos. Em todos os pontos do Carnaval 2024, a Companhia disponibilizou 2.300 contêineres de 240 litros e 700 caixas metálicas de 1.200 litros para que os foliões possam fazer o descarte correto de seus resíduos.

Este ano, a Comlurb conta com 2 mil litros de essência de eucalipto concentrada – ano passado eram 800 litros -, doados pela Riotur, para deixar os pontos de passagem dos blocos com cheiro agradável após a lavagem das vias com água de reuso.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Garis do Rio dão show e são aplaudidos na Sapucaí

Garis da empresa pública de limpeza urbana varrem a Sapucaí com samba no pé; companhia tem orçamento de 2,9 bilhões

Por Caio Sartori — Do Rio


Renato Sorriso: “Inventei de dar uma sambada. O setor 1 me aplaudiu, mas tomei bronca” — Foto: Leo Pinheiro/Valor


A Comlurb, empresa pública de limpeza urbana do Rio, tornou-se uma espécie de símbolo do Carnaval. Trajados com o uniforme laranja, uma marca característica da cidade, os garis cruzam a Sapucaí de forma sincronizada no intervalo entre os desfiles e são celebrados pela plateia.

 “É o único órgão público que é aplaudido de forma espontânea uma vez por ano”, diz o presidente da empresa, Flavio Lopes. O trabalho de limpeza na Sapucaí é feito por 800 garis: “Quem vê acha que é só uma festa, mas é uma operação logística bem complexa para não atrapalhar as escolas. Até porque não dá tempo de ir atrás da escola e voltar, então separamos em trechos. É bem coordenado.”

 O movimento foi popularizado no fim dos anos 1990 por Renato Sorriso. O sucesso do gari foi tão grande nos carnavais que o levou a Londres, em 2012, ocasião em que sambou na cerimônia de encerramento da Olimpíada. Estava lá como representante do Rio, que sediaria os Jogos dali a quatro anos.

 “A mensagem que eu levo para a população é até mais importante que uma varredura”, diz Sorriso, conhecido por limpar a pista com samba no pé. “Um gari como eu saiu lá de Madureira para representar o país em Londres. A ficha não caiu.”

 No Carnaval, o lixo nas ruas aumenta e o domiciliar diminui. Na folia, os garis ajudam a “empurrar” não só os desfiles, como também os blocos pela cidade. Mas, afinal, como Sorriso inaugurou a tradição do gari sambista?

 “Em 1998 eu inventei de dar uma sambada do nada. O setor 1 [na arquibancada] começou a aplaudir, mas eu tomei uma bronca do meu gerente, que perguntou se eu estava lá para sambar ou para trabalhar”, conta. “Xingaram a mãe dele, o pai dele, tacaram lata. Com a repercussão, fui coroado. Passei a ir para a frente da linha de garis, sambando. A ideia foi do próprio gerente que me deu a bronca!”. Sorriso continua sambando na avenida, r outros garis se incorporaram à varrição festeira.

 A Comlurb tem quase 20 mil funcionários, 1.117 veículos e equipamentos e um orçamento de cerca de R$ 2,9 bilhões estimado para este ano. A maior parte, R$ 1,7 bilhão, é para gastos com pessoal.

 Lopes cita uma frase do prefeito do Rio, Eduardo Paes, para dizer que “o gari é a prefeitura que as pessoas veem todos os dias, a prefeitura que ela olha na rua”. Essa característica também traz problemas. Quando a Comlurb entra em greve, a crise é gritante. A última foi em março de 2022 e resultou em acúmulo de lixo nas ruas.

 O tratamento de resíduos sólidos em uma metrópole como o Rio é um desafio. Por anos, a cidade conviveu com um lixão em Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Sensível e às margens da Baía de Guanabara, o espaço foi desativado em 2012. O lixo dos cariocas passou a ser levado para um aterro em Seropédica, também na Baixada, a mais 70 km do centro do Rio. O custo logístico é alto: são quase 9 mil toneladas diárias transportadas. Uma pequena parcela é desviada desse montante e direcionada a iniciativas de reaproveitamento.

 “Parte desse resíduo é de poda de árvore, que levamos para o Caju, onde tem um equipamento que o tritura e o transforma em material para empresa de cerâmica ou para biometanização, para transformar em gás, que vira energia. O que sobra vira adubo que nós oferecemos para as hortas da cidade”, diz Lopes.

 A empresa também faz “corte de mato e poda de árvore, limpeza de hospital e de escola, gestão dos aterros, combate a vetores, limpeza de espelho d’água das lagoas e dos canais, manutenção de praça, remoção de entulho. Temos até alpinistas para limpar encostas”, diz Lopes.

 A Comlurb enfrenta ainda o desafio de trabalhar em áreas controladas pelo crime organizado. Lopes diz que os funcionários não têm empecilhos para efetuar o trabalho. “Quando colocamos a roupa laranja e o crachá, entramos em qualquer lugar. Eles [as comunidades] precisam