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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Comlurb volta do feriadão com troca em massa de cargos de confiança




O presidente da Comlurb, Rubens Teixeira
presidente da Comlurb, Rubens Teixeira Foto: reprodução de vídeo / Agência O Globo
A volta do feriadão pode ter um sabor doce ou amargo para os trabalhadores da Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a Comlurb.
No Diário Oficial desta terça-feira (21), foram publicadas mais de 130 trocas, entre dispensas e designações — todas de empregos de confiança.
Entre o pessoal que perdeu ou ganhou emprego, ou simplesmente mudou de função dentro da estatal, estão coordenadores, diretores, assessores e até técnicos de informática.
Mas sabe-se lá quanto tempo todas as nomeações vão durar: duas semanas atrás, a Câmara aprovou uma lei que pode custar a cabeça do presidente da Comlurb, o ex-secretário de Conservação Rubens Teixeira.
Como ele foi candidato a vereador em 2016, seria atingido em cheio pela lei, que cria uma quarentena para políticos e pessoas diretamente envolvidas em campanhas eleitorais, impedindo sua nomeação para altos cargos nas empresas e autarquias municipais.
A lei ainda não foi aprovada pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB), mas o alcaide vai se ver em situação complicada para vetar o texto: o projeto do vereador Junior da Lucinha (PMDB) copia tintim por tintim a lei federal das estatais, a 13.303/2016.
Teixeira passou para a berlinda depois de proibir os superintendentes regionais de atender a pedidos dos vereadores, dizendo que todas as reclamações teriam que ser encaminhadas pela ouvidoria.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Pastores, ex-candidatos e doadores ganham cargos de confiança na Comlurb



Por: Berenice Seara e Aline Macedo e

O presidente da Comlurb, Rubens Teixeira
O presidente da Comlurb, Rubens Teixeira Foto: Reprodução / Facebook
O novo presidente da Comlurb, Rubens Teixeira, jogou no lixo a promessa de campanha do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de valorizar funcionários de carreira da companhia.

Só na última terça-feira (21), foram publicadas, no Diário Oficial, mais de 130 mudanças.

Todas tratavam de exonerações — e, claro, de nomeações.

Eclético

Na lista dos nomeados em cargos de confiança, estão um diácono da Igreja Batista e cinco pastores de diferentes denominações evangélicas.

Além disso, há quatro ex-candidatos derrotados (um deles perdeu a eleição, pelo partido do prefeito, numa cidade de Goiás!), um filiado ao PRB e dois ex-assessores parlamentares de Crivella e de seu sucessor no Senado, Eduardo Lopes.

Há também fiéis e generosos doadores de campanha.

Quais os atributos?

A lista dos nomeados em cargos de confiança da Comlurb chamou a atenção da equipe do vereador David Miranda, do PSOL.

Ele protocolou um requerimento de informações, pedindo à presidência da companhia que explique os critérios usados na escolha dos novos designados.

Afinal, eles devem ser mesmo bons, para desbancar servidores que conhecem a companhia de limpeza há muitos anos.

Miranda também quer saber qual a remuneração da turma.

Muita gratidão

Três recém-nomeados na Comlurb contribuíram financeiramente para Rubens Teixeira disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores do Rio, nas eleições do ano passado.

O esforço foi bem-vindo, mas o moço não se elegeu.

Dizem as péssimas línguas da política, no entanto, que sempre é bom olhar com muito carinho para o passado — quando se pensa no futuro...

Semente

Um outro deu um gordo cheque — de R$ 30 mil!!! — para a malfadada campanha de Marcelo Crivella (PRB) ao governo do estado em 2014.

Aliás, este deve ter empobrecido recentemente.

Foi agora nomeado assistente técnico de informática na Comlurb — um posto de nível médio, modesto, se comparado à condição financeira esperada de um doador tão generoso três anos atrás.

Seguidores

Há também os amigos de carreira: cinco agraciados trabalharam com Teixeira na Secretaria de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma)

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

A Comlurb Azul

Em 2011 fruto de uma Operação Urbana Consorciada (OUC) para a revitalização urbana da Região Portuária do Rio de Janeiro, iniciava a concessão de serviços públicos conhecida por "Porto Maravilha".

Aberto o processo de escolha da empresa que realizaria a Limpeza Urbana da Concessionária Porto Novo, a Comlurb, que até então era a era responsável pela limpeza urbana da região, apresentou a melhor proposta e foi contratada para continuar seus serviços.  

A diferença entre a Comlurb pré concessão e pós concessão estava em que a operação seria avaliada e remunerada não mais pela Prefeitura, e sim pelo novo cliente a empresa Porto Novo. Também os uniformes e programação visual das viaturas deixaram o laranja e passaram a ser azuis, a "Comlurb Azul".

Em 2016 e 2017, aconteceram dificuldades com a Porto Novo e, apesar de atrasos nos pagamentos pela prestação do serviço a Comlurb Azul continuou suas atividades. 


Coleta Domiciliar da Comlurb prestando serviço para a Porto Novo


Resultado de imagem para PORTO GARI VARRIÇAO
Varrição da Comlurb prestando serviço para a Porto Novo


















Em Julho de 2017 veio a notícia que a Prefeitura iria assumir os serviços que estavam sob concessão para a Porto Novo. Para a Comlurb, isso significou deixar o azul e voltar para o laranja, comemorada com um certo orgulho de ter toda a cidade novamente com o "exército laranja".

Em novembro, aparentemente com todo o imbróglio da concessão resolvido, a Comlurb foi retirada da região portuária. Não há mais Comlurb Azul ou Comlurb laranja! O que existe agora é uma outra empresa de limpeza urbana prestando serviços na cidade do Rio de Janeiro.

Para quem tem receio de terceirização ou privatização da Comlurb, isso é pior, é a cessão de espaço, perda de market share que agora não é mais 100%. 


18/06/2017
05/07/2017
15/11/2017






sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Vereadores do Rio querem afastar presidente e mudar cúpula da Comlurb


Projeto aprovado por parlamentares proíbe nomeações de candidatos nas últimas eleições
   

RIO - A Câmara Municipal do Rio aprovou nesta quinta-feira um projeto de lei de Júnior da Lucinha (PSDB) que regulamenta nomeações para cargos de comando de empresas públicas da prefeitura. O projeto, que passou por aclamação (sem votação nominal), tem um objetivo imediato: afastar Rubens Teixeira da presidência da Comlurb. Vereadores o acusam de usar politicamente a companhia de limpeza, contratando funcionários sem qualificação, como Leonilson de Oliveira Vargas. Ele assumiu o cargo de assessor da Comlurb apesar de ter sido demitido por justa causa da Transpetro, subsidiária da Petrobras, por suposta de fraude.

Um dos artigos do projeto aprovado pela Câmara — que, agora, será avaliado pelo prefeito Marcelo Crivella — proíbe que o comando de empresas municipais seja entregue a pessoas que disputaram eleições nos últimos 36 meses. No ano passado, Teixeira foi candidato a vereador pelo PMN, mas não se elegeu.

O projeto de Júnior da Lucinha reproduz trechos da Lei Federal 13.303, que dispõe sobre o estatuto jurídico de empresas estatais da União, dos estados e dos municípios. A lei está em vigor desde junho de 2016 e um de seus artigos proíbe que ex-candidatos ocupem cargos de direção no poder público nos 36 meses seguintes a uma eleição.

Inicialmente, não havia previsão de inclusão da proposta na pauta da Câmara, ontem. No entanto, vereadores se irritaram com Teixeira durante uma audiência pública realizada pela manhã, na qual foi debatido o orçamento da Comlurb para o ano que vem. Ele discutiu com vereadores, sustentando que não havia ilegalidade em sua nomeação. Teixeira disse que tem formação acadêmica para exercer o cargo. Além disso, afirmou que a maioria de seus indicados para a companhia tem doutorado.

No fim da tarde de ontem, Teixeira admitiu, em nota, que pode deixar a presidência da Comlurb, cargo que assumiu há pouco mais de um mês, caso a lei seja sancionada pelo prefeito Marcelo Crivella. A crise acontece num momento em que Crivella faz uma viagem oficial à China.

— A Câmara de Vereadores aprovou uma lei para tratar especificamente do meu caso. A lei tem como finalidade específica me tirar da presidência da Comlurb. Os vereadores podem propor as leis que quiserem. Esse é o modelo de democracia do Brasil. A democracia é dinâmica. O povo e a história nos julgarão — disse Teixeira após a votação.

Entre os que se mobilizaram para aprovar o projeto estava Dr. Jairinho (PMDB), que criticou o presidente da Comlurb:

— O que Rubens Teixeira está fazendo na Comlurb é inadmissível. Essa é uma companhia historicamente conhecida pela eficiência na gestão. Em várias diretorias, servidores de carreira que conhecem a realidade do setor estão sendo trocados por políticos.

Por sua vez, Thiago K. Ribeiro (PMDB) disse que, caso o projeto seja vetado por Crivella, os vereadores vão entrar com ações na Justiça com base na Lei 13.303. Ele lembrou que, nos últimos meses, a Justiça do Rio concedeu liminares que resultaram no afastamento de pessoas nomeadas por Crivella para conselhos e diretorias de empresas.


MP investiga se presidente da Comlurb se envolveu em fraudes


Força-tarefa checa contratos da época de Rubens Teixeira na Transpetro
   

O presidente da Comlurb, Rubens Teixeira - Fabiano Rocha / Agência O Globo

RIO - A exemplo da Operação Lava-Jato, o Ministério Público (MP) do Estado do Rio terá uma força-tarefa para investigar supostas fraudes praticadas nos contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, durante a gestão de Rubens Teixeira à frente da Diretoria Financeira e Administrativa da estatal. Ele trabalhou na empresa de 2008 a 2015. Atualmente, existem seis inquéritos instaurados — cinco deles na Procuradoria da Tutela Coletiva e um no Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) do MP — para apurar denúncias de irregularidades no período. O objetivo dos promotores responsáveis pela apuração dos casos é juntá-los numa única investigação.

Como O GLOBO mostrou nesta quinta-feira, Rubens Teixeira, hoje presidente da Comlurb, nomeado pelo prefeito Marcello Crivella (PRB), levou para a empresa o ex-funcionário da Transpetro Lenilson de Oliveira Vargas, demitido da subsidiária da Petrobras por justa causa em janeiro deste ano, por uma contratação irregular. Mesmo sem ter sido nomeado oficialmente na companhia municipal de limpeza, Lenilson, desde outubro, atua como assessor especial de Rubens Teixeira em sala contígua ao gabinete da presidência da Comlurb.

Os cinco inquéritos em andamento na Tutela Coletiva foram abertos este ano com base no resultado de comissões internas das Transpetro que investigaram Rubens Teixeira, Lenilson Vargas e pelo menos sete funcionários da área financeira da estatal, durante a gestão do presidente Sergio Machado. Uma das comissões, que constatou fraude na contratação da empresa de consultoria em recursos humanos Gênesis, resultou na demissão de Lenilson, então gerente geral da unidade, por justa causa.

CONSULTORIA SOB SUSPEITA

O ex-gerente foi punido porque, para justificar a contratação da Genesis por R$ 1,5 milhão, alegou notória especialização. Porém, a comissão interna descobriu que a consultoria foi criada em maio de 2009, três meses antes do contrato com a estatal, e tinha como sócia Izabel Cristina Machado, profissional que ganhara a condição de “notória especialização” apenas porque, como pessoa física, havia feito um trabalho de apenas cinco meses para a própria a Transpetro. Izabel Cristina e Rubens Teixeira já foram colegas no Banco Central.

Um outro inquérito investiga a hipótese de vazamento de informações no processo de escolha de uma empresa de segurança para os terminais e estações da Transpetro, um contrato de R$ 20,2 milhões vencido pela Vise. A Procuradoria da Tutela Coletiva também investiga, em mais três inquéritos, o uso irregular de carros de serviço por Rubens Teixeira e indícios de favorecimento nos contratos da estatal com as empresas Rondave (valor de R$ 13,36 milhões) e CWV (R$ 3,6 milhões). Quando forem concluídos, os inquéritos deverão subsidiar o oferecimento de denúncia por improbidade administrativa contra os gestores.

Um sexto inquérito, mais amplo, corre no Gaecc, unidade do Ministério Público estadual especializada ma investigação de agentes públicos envolvidos em atos ilícitos relacionados a licitações, lavagem ou ocultação de bens e valores.

Lenilson foi comunicado de sua demissão em 13 de janeiro, em notificação encaminhada pela Gerência de Recursos Humanos da Transpetro. Dois dias antes, o prefeito Crivella havia encaminhado um ofício à subsidiária da Petrobras, requisitando o servidor para exercer cargo em comissão na Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente do Rio, na ocasião comandada pelo mesmo Rubens Teixeira. Em resposta, a empresa informou a Crivella que não poderia cedê-lo “uma vez que não existe mais vínculo trabalhista com o Sr. Lenilson”.

No ofício em resposta ao pedido de Crivella para a cessão de Lenilson, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que os resultados das investigações contra o ex-funcionário tinham sido encaminhadas para o Ministério Público Federal. “A rescisão do contrato de trabalho foi efetivada em decorrência de robustas apurações”, explicou Parente.

Nesta segunda-feira, em entrevista ao “RJ TV", da Rede Globo, Rubens Teixeira afirmou que Lenilson é uma pessoa de sua inteira confiança e um assessor muito competente:

— Lenilson é um funcionário idôneo, que vai provar sua inocência na Justiça. Tenho certeza disso. Se alguém quiser cobrar, que cobre de mim.


Coleta Seletiva na Cidade do Rio de Janeiro

Coleta Seletiva from Comlurb on Vimeo.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Câmara votará hoje projeto que pode derrubar presidente da Comlurb

Por: Aline Macedo em 09/11/17 15:47

À direita, o presidente da Comlurb, Rubens Teixeira
À direita, o presidente da Comlurb, Rubens Teixeira Foto: Reprodução / Facebook
Que o ex-secretário de Conservação e atual presidente da Comlurb, Rubens Teixeira, não tem lá muitos amigos no Palácio Pedro Ernesto, já é fato notório.

Mas o cabo de guerra entre o moço e os vereadores do Rio ficará ainda mais tenso nesta quinta-feira (9).

O vereador Junior da Lucinha (PMDB) pediu urgência na votação do projeto 489/2017, que aplica no município as normas federais para a nomeação de cargos importantes nas estatais. E 40 nobres assinaram o pedido.

Entre as regras que o vereador quer fazer valer no Rio, está a que proíbe a nomeação de "pessoa que atuou, nos últimos trinta e seis meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral".

E como Rubens Teixeira se candidatou, no ano passado, a uma vaga no Pedro Ernesto pelo PMN, a lei, caso seja aprovada e sancionada, vai atingi-lo em cheio.

“No meu entendimento a Lei federal 13.303/2016 esta sendo desrespeitada pela prefeitura e com a aprovação da lei municipal, a cidade ficará protegida da politização de empresas públicas, que não podem se transformar em trampolim para campanhas eleitorais, e sim devem servir a população de maneira eficiente”, disse o autor do projeto.

Teixeira passou para a berlinda depois de ter provocado a onça com vara curta, ao proibir os superintendentes regionais de atender a pedidos de políticos, dizendo que todas as reclamações teriam que ser encaminhadas pela ouvidoria.

E, para piorar, ele ainda nomeou, como seu assessor, o ex-petroleiro Lenilson de Oliveira Vargas - demitido da Transpetro por justa causa, depois de uma comissão interna constatar seu envolvimento em fraude na contratação de uma empresa de consultoria, na esteira do escândalo da Lava-Jato.

Câmara dá o sinal verde para tirar Rubens Teixeira da Comlurb

Por: Aline Macedo em 09/11/17 18:04

No centro, o presidente da Comlurb, Rubens Teixeira
No centro, o presidente da Comlurb, Rubens Teixeira Foto: Reprodução / Facebook
Os vereadores não precisaram nem pestanejar para aprovar, em duas discussões, o projeto que pode obrigar o prefeito Marcelo Crivella (PRB) a exonerar Rubens Teixeira da presidência da Comlurb.

Assim como não pensaram duas vezes em aprovar o requerimento para que o PL 489/2017, que aplica novas regras na nomeação de presidentes, diretores e conselheiros de empresas municipais, tramitasse em regime de urgência.

Sem contar que não houve vivalma a pedir verificação de quórum, fazendo com que o projeto fosse aprovado rapidinho.

O líder do governo, Paulo Messina (PROS), até foi ao microfone dizer que não era o momento certo para a votação, mas não convenceu os colegas. No fim das contas, apenas ele e Inaldo Silva (PRB) consignaram o voto contrário.

Agora, o texto segue para a sanção do prefeito.

O projeto atinge diretamente Rubens Teixeira porque, nas eleições passadas, o moço se candidatou a uma vaga ao Palácio Pedro Ernesto.

E, se tudo for sancionado do jeitinho que foi escrito, ninguém envolvido com uma eleição nos últimos três anos poderá ser nomeado.

Resta saber o que Crivella, ao voltar da China, vai fazer com o presente de grego.

Ex-petroleiro acusado de fraude na Transpetro ganha cargo na Comlurb


Após justa causa na Transpetro, Lenilson de Oliveira Vargas virou assessor da companhia de limpeza urbana da prefeitura do Rio
   

RIO - Desde outubro, o ex-petroleiro Lenilson de Oliveira Vargas dá expediente na sala contígua ao gabinete do presidente da Comlurb, Rubens Teixeira. Sua mesa tem uma pilha de processos da companhia, terceiro maior orçamento da prefeitura de Marcelo Crivella, o que lhe garante o status de braço direito de Rubens. Lenilson era funcionário da Transpetro, mas acabou sendo demitido da subsidiária da Petrobras no início do ano por justa causa, após uma comissão interna constatar seu envolvimento em uma fraude na contratação de uma empresa de consultoria, na esteira do escândalo da Lava-Jato.

Lenilson foi comunicado de sua demissão em 13 de janeiro, em notificação encaminhada pela Gerência de Recursos Humanos da Transpetro. Dois dias antes, Crivella havia encaminhado um ofício à empresa, requisitando o servidor para exercer cargo em comissão na Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente do Rio, na ocasião comandada pelo mesmo Rubens Teixeira. Em resposta, a Transpetro informou a Crivella que não poderia cedê-lo “uma vez que não existe mais vínculo trabalhista com o Sr. Lenilson”.

Na Transpetro, o técnico de operação Lenilson trabalhava no gabinete do mesmo Rubens Teixeira, então diretor financeiro da subsidiária da Petrobras, indicado por Crivella. Nessa condição, aprovou a contratação sem licitação e o pagamento de cerca de R$ 1,5 milhão à Gênesis Consultoria para prestar serviços de “consultoria especializada” em gestão de recursos humanos. Na época, a Transpetro era presidida por Sergio Machado, que mais tarde se tornaria delator da Lava-Jato.

A comissão interna criada para investigar o caso em 2015, por solicitação da Controladoria Geral da União (CGU), concluiu que Lenilson não comprovara a notória especialização nem a singularidade dos serviços da Gênesis, para dispensá-la de licitação. A consultoria, criada em maio de 2009, três meses antes do contrato com a estatal, tinha como sócia Izabel Cristina Machado e ganhara a condição de “notória especialização” porque a proprietária, como pessoa física, havia feito um trabalho de cinco meses para a própria a Transpetro. Izabel Cristina e Rubens foram colegas no Banco Central.

PETROBRAS DIZ TER PROVAS ROBUSTAS

Além do caso Gênesis, Lenilson respondeu a uma outra comissão interna por contratar as empresas Vise, Rondave e CWN sem que elas atendessem aos requisitos mínimos exigidos pela Transpetro. “Esses processos continham não-conformidades graves na definição das empresas convidadas”, concluiu a comissão, conforme descrito na notificação de justa causa. Uma delas, a CWN (aluguel de carros), foi contratada no mês passado para prestar serviços para a Secretaria municipal de Ordem Pública.

No ofício em resposta ao pedido de Crivella para a cessão de Lenilson, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que os resultados das investigações contra o ex-funcionário tinham sido encaminhadas ao Ministério Público Federal. “A rescisão do contrato de trabalho foi efetivada em decorrência de robustas apurações”, explicou Parente. Ele garantiu que a apuração das denúncias se desenvolveu “no estrito cumprimento dos procedimentos internos da companhia e observaram integralmente os princípios éticos do Sistema Petrobras”.

Rubens Teixeira disse que não vê impedimento na contratação de Lenilson pela Comlurb, apesar da demissão por justa causa. O presidente da companhia, que é pastor evangélico, não esperou pela formalização do contrato como assessor especial, ainda não publicada no Diário Oficial, e já encarregou o ex-funcionário da Transpetro de ocupar uma sala ao lado de seu gabinete.

Lenilson disse que, tão logo foi comunicado da justa causa, notificou extrajudicialmente o presidente da Petrobras, cobrando “para qual repartição do Ministério Público Federal foram entregues as supostas provas robustas”. Ele disse ser inocente e avisou que pretende se apresentar para prestar “colaboração não premiada, em homenagem ao interesse público e ao povo brasileiro”.

Rubens Teixeira garante que, nos sete anos de sua passagem pela diretoria financeira da Transpetro, não teve “qualquer envolvimento em toda essa destruição que assolou o maior sistema empresarial do Brasil”. Ele disse que, em sua gestão, conseguiu uma economia para a estatal em torno de 39% dos gastos com contratações de empresas.

O vereador David Miranda (PSOL) enviou ofício à prefeitura, cobrando explicações sobre o caso:

— O prefeito tem que explicar por que pediu diretamente à presidência da Petrobras a cessão de um funcionário demitido por justa causa. Lenilson era subordinado direto do Rubens Teixeira na Transpetro. Era de domínio tanto de Crivella quanto de Rubens Teixeira que ele havia sido demitido por justa causa. É uma história nebulosa demais. A resposta do Rubens Teixeira foi que “deposita total confiança no senhor Lenilson”. No histórico dos dois, Rubens e Lenilson, paira a suspeição sobre contratos milionários. Tal situação é inaceitável. A população do Rio não aguenta mais esquemas de corrupção e movimentações escusas.


Pneus velhos podem se transformar em asfalto ecológico








O Brasil descarta anualmente pelo menos 450 mil toneladas de pneus, o equivalente a cerca de 90 milhões de unidades. Quando o descarte é feito de forma errada (em lixões, depósitos, quintais de casas e outros lugares improvisados, como beiras de rios e matas), os pneus se tornam grave problema ambiental.

Eles demoram, em média, 600 anos para se decomporem na natureza e podem, inclusive, se tornar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da Zika e da Chikungunya. Sem falar que eles são altamente poluentes. Quando queimado, o pneu libera monóxido de carbono e dióxido de enxofre.




No entanto, uma solução simples, mas eficiente, pode mudar completamente essa realidade: transformar a borracha dos pneus em asfalto. O reaproveitamento de pneus inservíveis (ou seja, aqueles que a vida útil chegou ao fim) pode trazer economia e resolver um enorme passivo ambiental.

Conhecido como asfalto borracha, a tecnologia já existe no Estados Unidos, na Europa e em Portugal desde 1960, mas por conta de problemas com patentes só começou a ser visto aqui no Brasil em 2001.


Mas como isso funciona?

A logística reversa, ou seja, o recolhimento de pneus inservíveis e a destinação correta fica a cargo da Reciclanip – entidade que reúne os maiores fabricantes de pneumáticos do Brasil. A prática da logística reversa é obrigatória em razão da Resolução CONAMA Nº 416/2009. Por isso, é importante que os proprietários sempre deixem os pneus velhos em pontos que recebam esse tipo de material, como lojas especializadas.

Os pneus inservíveis são coletados e levados para as empresas de reciclagem. Seleciona-se o material nobre do pneu para produção do asfalto-borracha. Desse material, saem os polímeros. O que sobra é utilizado para alimentar os fornos. Os polímeros são transformados em pó de borracha que é adicionado a mistura com o asfalto comum, para fabricação do asfalto borracha.


Para a produção de cada quilômetro do asfalto ecológico são necessários 600 pneus, com um custo 30% maior. Mas os benefícios são maiores! Melhoria das propriedades do asfalto comum, aumentando a durabilidade do pavimento em até 40%. Além da resistência e diminuição de custos de manutenção, a adição da borracha aumenta a aderência, o que ajuda a evitar derrapagens e reduz o spray causado pelos pneus em dias de chuva, garantindo estradas mais seguras.