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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Limpeza de praia após o Reveillon

Em agosto de 2009 tive o prazer de apresentar no 24o Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental como é planejada e executada a maior operação de limpeza de praia existente no Brasil, o Reveillon no Rio de Janeiro.  

De lá para cá pouca coisa mudou, exceto a incorporação de alguns serviços vespertinos e específicos de coleta seletiva, que embora de iniciativa nobre, carecem de uma análise mais realista sobre a eficácia da operação e se o aumento de custo realmente agrega valor para a limpeza do evento.




Agosto de 2009

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Coletor de lixo recupera livros jogados fora e cria biblioteca com mais de 200 exemplares em casa

Coletor de lixo recupera livros jogados fora e cria biblioteca com mais de 200 exemplares em casa
Luciano Ferreira de Lima, de Sorocaba (SP), encontrou na leitura uma forma de mudar de vida. Quando jovem, foi preso por roubo e, ao sair da cadeia, decidiu que iria recomeçar a estudar.


25/12/2019 08h15  Atualizado há um dia

Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM
Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM

O que pode ser lixo para alguns se torna um tesouro para outros. Foi dessa forma que o coletor Luciano Ferreira de Lima começou a recuperar livros que eram jogados fora e montou a sua própria biblioteca na casa onde mora, em Sorocaba (SP).

Luciano trabalha na coleta de lixo da cidade e, há tempos, começou a notar que diversos livros eram jogados junto ao lixo das pessoas. "Eu pensava 'mas como que pode um livro descartado desse jeito?'. São livros excelentes, que eu sempre tive como muito importantes para a nossa educação e para o nosso país", explica.

O coletor resolveu, então, que iria reaproveitar as histórias que encontrava em meio a embalagens vazias, restos de alimentos e outros objetos.

Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM
Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM

"Alguns estavam sujos, outros precisando de reparos. Mas eu limpava os livros, lia durante o trajeto no caminhão e depois guardava em casa. Comecei com um, dois, depois cinco, dez, até se transformar no que é hoje: mais de 200 livros na nossa biblioteca", conta.

Por causa dos livros, Luciano começou a cursar uma faculdade de história e, hoje, sonha em ser professor. Enquanto o sonho não se realiza, continua encontrando tesouros descartados no lixo pelas ruas de Sorocaba.


Mudança de vida

O hábito de leitura começou na escola. Mas, antes disso, Luciano conta que passou por momentos difíceis na vida. Aos 11 anos, largou os estudos e entrou para o mundo das drogas, onde começou a cometer roubos e furtos para conseguir dinheiro para sustentar o vício.

Com isso, acabou preso. Dentro da prisão, ele conta que decidiu que iria mudar de vida dali para a frente. "Foi ali que eu resolvi mudar a minha história. A primeira coisa que eu queria fazer quando saísse era procurar uma escola. Eu sabia que, através da educação, eu poderia melhorar", relembra.

Foi então que começou a fazer um curso supletivo na Escola Estadual João Clímaco Camargo Pires, em Sorocaba. Na escola, sentiu dificuldades, mas, com a ajuda dos livros, conseguiu dar a volta por cima.

"Encontrei muita dificuldade quando eu retornei para o supletivo, porque eu não tinha coragem de perguntar as coisas. Então, eu acabava me perdendo nas matérias e indo mal, até que uma professora minha de português, a Sueli, me recomendou a leitura", conta.

Anos depois, a TV TEM fez o convite para que Luciano retornasse à escola e se encontrasse com a responsável por lhe incentivar a fazer amizade com os livros, a professora Sueli.

"Foi uma surpresa grande receber essa notícia e ver que ele ouviu as minhas palavras e como isso agiu na vida dele", comemora a professora.
Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM


Para os professores da escola, a vida de Luciano e o caminho que ele traçou depois que decidiu reescrever sua história são uma fonte de esperança e inspiração.

"São essas situações que dão a esperança para a gente continuar e também para falar para os nossos colegas continuarem acreditando. Porque, quando a gente vê o Luciano, a gente percebe que deu certo. É como se ele falasse para a gente: 'continuem'", diz.

Multiplicando a superação

Hoje em dia, Luciano dá palestras em escolas com o objetivo de mostrar aos jovens que tudo é possível com força de vontade e determinação.

"É bem edificante ver a história dele como uma lição de vida que nos motiva a nos posicionar como estudantes e procurar sempre melhorar nosso intelecto e focar nos estudos, correr atrás dos nossos objetivos, porque nós somos capazes", diz a estudante Natali Costa, de 17 anos.


Coletor de lixo monta biblioteca com livros jogados fora em Sorocaba — Foto: Reprodução/TV TEM


Rodeado de histórias nos livros, Luciano pôde reescrever a sua própria. Hoje, serve de exemplo não só para os jovens da escola que frequentou, mas também para seus dois filhos.

"Não foi fácil. A vida não é fácil. A vida é difícil. A gente tem que fazer muito sacrifício para chegar aonde a gente quer chegar. Hoje, graças a Deus, eu tenho uma família maravilhosa e é para eles que eu procuro ser o melhor exemplo. Para os meus filhos terem orgulho do pai que têm", finaliza.


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Justiça proíbe empresa de paralisar serviço de coleta de lixo na Zona Oeste do Rio

Infeccionada com o fenômeno da patronagem e inflada com sua autoestima institucional exacerbada não há esperança para o futuro da Companhia, a menos que haja um drástico choque de conceitos, freio de arrumação e o surgimento de um novo modelo para o sistema. 
Quando fui Diretor na Zona Oeste fui testemunha da capacidade técnica e profissional da Colares como fornecedora da frota. Certamente essa decisão não é leviana e reflexo de muita ponderação e tentativa de solução.


Justiça proíbe empresa de paralisar serviço de coleta de lixo na Zona Oeste do Rio
Juíza determinou que a companhia está proibida de manter a paralisação. Se descumprir a ordem, terá que pagar multa de R$ 20 mil por dia.


A Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana do Rio) conseguiu na Justiça, nesta terça-feira (24) uma decisão liminar – provisória – que obriga a empresa Colares a voltar a coletar lixo na Zona Oeste do Rio.

Na segunda-feira (23), a Colares, que é uma das empresas responsáveis por fornecer veículos e motoristas para a Comlurb, decidiu paralisar parte dos serviços.

A firma serve, com 40 caminhões, as áreas de planejamento de Campo Grande e Santa Cruz, que englobam oito bairros da Zona Oeste. Nesta terça, apenas metade da frota de veículos da companhia estava nas ruas.

Na decisão desta terça, a juíza Soraya Pino Bastos, do plantão judiciário, determinou que a companhia está proibida de manter a paralisação. Se descumprir a ordem, terá que pagar multa de R$ 20 mil por dia.

Lixo acumulado na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução/TV Globo
Lixo acumulado na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução/TV Globo
A magistrada afirmou que ausência ou deficiência na coleta de lixo afeta diretamente o direito à saúde.

E complementou afirmando que, "nessa época do ano, é evidente o aumento da produção de lixo pela população, o que ressalta ainda mais a impossibilidade de interrupção ainda que parcial dos serviços de coleta".

Para a juíza, a empresa deve procurar a Justiça para cobrar o valor devido pela prefeitura, e não paralisar o serviço .

Após a decisão, a Comlurb informou que a coleta de lixo na Zona Oeste voltou ao normal. Comunicou, ainda, que a Colares opera com toda a capacidade.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Medida de insatisfação

Deixar de pagar o décimo terceiro. 
O que era considerado inimaginável até alguns anos atrás agora é considerado vitória de gestão!
Lenha na fogueira na negociação do acordo coletivo de 2020



quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Prefeitura corre para pagar 13º de garis enquanto arresto da Saúde não vem

O que era considerado inimaginável até alguns anos atrás agora é considerado vitória de gestão!


Prefeitura corre para pagar 13º de garis enquanto arresto da Saúde não vem

A Comlurb informou no início da tarde desta quarta-feira (11) que a primeira parcela do 13º dos garis estará na conta ainda hoje.

O restante dos funcionários, como os demais servidores, deverá receber apenas no dia 17.

Coincidência ou não, os representantes da Prefeitura do Rio estão tentando adiar o desfecho da audiência com os sindicatos dos terceirizados da Saúde na Justiça do Trabalho, que está sendo realizada desde o início desta tarde.

As péssimas línguas apostam que o adiamento foi, na verdade, uma estratégia: enquanto o prefeito Marcelo Crivella (PRB) tenta, sem garantia, conseguir dinheiro em Brasília para cobrir o rombo, ele ganha tempo e raspa as contas da Fonte 100 — ou seja, do caixa único — pagando o 13º de algumas categorias, antes que a Justiça limpe tudo para cobrir as dívidas com as Organizações Sociais.

Pelo menos o alcaide tenta afastar o fantasma da greve dos garis.

Comunicado interno distribuído na Comlurb
Comunicado interno distribuído na Comlurb

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Câmara discute incorporação de servidores da Comlurb aos quadros

Um Projeto de Lei Complementar que propõem transformar uma pequena parte dos funcionários da Comlurb em servidores estatutários, apresentado praticamente às vésperas da eleição municipal, não passaria desapercebido pelos agentes mobilizadores dos empregados. 

Lenha na fogueira na negociação do acordo coletivo de 2020





Câmara discute incorporação de servidores da Comlurb aos quadros
Servidores da Comlurb no plenário da Câmara
Audiência na Câmara do Rio
O plenário da Câmara do Rio está cor de laranja nesta terça-feira (10), com a presença de servidores de Comlurb que compareceram ao velho Palácio Pedro Ernesto para acompanhar uma audiência sobre o projeto da prefeitura para incorporar 2.440 servidores celetistas aos quadros permanentes — todos com mais de 35 anos de casa, sendo que 1.315 já estão aposentados e cerca de 1.600 recebem acima do teto do regime geral de previdência.

Se o Legislativo aprovar a medida, as aposentadorias de todos — cujas contribuições previdenciárias sempre foram para o INSS — serão responsabilidade do Funprevi, o fundo previdenciário dos servidores municipais.

Os trabalhos são comandados pela presidente da Comissão de Orçamento, Rosa Fernandes (MDB) e por seu vice, Rafael Aloisio Freitas (MDB). Também estão na plateia Babá (PSOL), Leonel Brizola (PSOL), Jones Moura (PSD), Teresa Bergher (PSDB) e Fernando William (PDT).

Compareceram o secretário de Fazenda, Cesar Barbiero, o presidente da PreviRio, Bruno Louro, a controladora-geral Márcia Andréa dos Santos, além do presidente da Comlurb, Paulo Mangueira, do subsecretário de Orçamento Municipal Carlos Eduardo Lima do Rego e do subsecretário de Serviços Compartilhados da Casa Civil, Mauro Barata.

No entanto, algumas ausências chamam a atenção: a Secretaria de Infraestrutura e Habitação — à qual o prefeito Marcelo Crivella (PRB) quer vincular a Comlurb — não mandou nenhum representante.

E a Procuradoria Geral do Município também ficou de fora. Rosa Fernandes já avisou que vai querer uma nova audiência apenas para ouvir o órgão sobre a legalidade da medida.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Ingenuidade, afobação ou desespero de quem precisa do projeto aprovado!


Um Projeto de Lei Complementar que propõem transformar uma pequena parte dos funcionários da Comlurb em servidores estatutários, apresentado praticamente às vésperas da eleição municipal, não passaria pela Câmara dos Vereadores sem emendas buscando ampliar seu escopo.

O Projeto de Lei Complementar que visa transformar os funcionários da Comlurb, contratados antes da Constituição Federal de 1988, em servidores faz parte de um pacote de ações para considerar a Companhia como "independente do orçamento" e, portanto, excluída dos dispositivos da Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

E as sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal podem variar de cassação do mandato até reclusão, o que pode ser um risco para quem deseja se reeleger.  

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Comlurb: emenda a projeto transforma todos os funcionários em estatutários

O vereador Babá é o autor da emenda ao projeto da Comlurb
O vereador Babá é o autor da emenda ao projeto da Comlurb
 Foto: Renan Olaz / Câmara de Vereadores / 07.11.2019

Mais uma polêmica no projeto que pretende transformar 2.400 funcionários da Comlurb admitidos antes da promulgação da Constituição Federal em servidores estatutários: uma emenda quer ampliar a mudança do regime de trabalho para todos os funcionários da companhia.

A emenda, do vereador Babá (PSol), não traz cálculos dos impactos financeiro e previdenciário da medida. Segundo o texto, o tempo de serviço do trabalhador será contabilizado para o recebimento de gratificação e licença-prêmio, conforme prevê o Regime Jurídico Único dos servidores.

As vantagens, as garantias e os direitos frutos de acordos coletivos também deverão ser transferidos ao regime estatutário e reajustados, anualmente, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E). A emenda também garente os direitos retroativos à data de contratação do trabalhador no serviço público.

Babá argumentou que a emenda está fundamentada nos argumentos da prefeitura, que, na justificativa do projeto, alegou que a entrada dos empregados da Comlurb ajudaria o Instituto de Previdência e Assistência do município, o Previ-Rio.

— Já fizemos um requerimento de informação solicitando todos os dados para realizar um estudo de impacto. Há estudos do IplanRio que garantem que a mudança de regime é favorável à previdência do município. Eventuais diferenças na contabilidade podem ser equacionadas com outras formas de financiamento. Lembro que o Previ-Rio tem um déficit atuarial de mais de R$ 1 bilhão, fruto de isenções concedidas à Câmara, ao TCM e de um calote que o município deu na Previdência. A entrada de novos servidores que contribuam ao Previ-Rio não é um prejuízo, é uma possibilidade para salvar o Previ-Rio — argumentou.

Relembre o caso

No início de novembro, o prefeito Marcelo Crivella enviou para a Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar 146/2019, que transfere parte dos trabalhadores da Comlurb para o Regime Jurídico Único do funcionalismo municipal. A proposta gerou uma "corrida" entre os funcionários de outras empresas públicas do município que querem o mesmo direito. Com isso, veradores estão elaborando emendas para transformar os regimes de trabalho dos funcionários da IplanRio, da RioLuz, da CET-Rio e da Imprensa da Cidade.

A Comissão de Orçamento da Câmara de Vereadores marcou, para a próxima terça-feira, dia 3, uma audiência pública para discutir o projeto da Comlurb com todos os órgãos envolvidos no assunto, como o Tribunal de Contas do Município (TCM), a Procuradoria-Geral do Município (PGM), a Secretaria municipal de Fazenda e o instituto previdenciário. A maior preocupação é com o impacto na previdência do município que a medida pode gerar.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Se pode para um, pode para todos!


Um Projeto de Lei Complementar que propõem transformar uma pequena parte dos funcionários da Comlurb em servidores estatutários, apresentado praticamente às vésperas da eleição municipal, não passaria pela Câmara dos Vereadores sem emendas buscando ampliar seu escopo.

O Projeto de Lei Complementar que visa transformar os funcionários da Comlurb, contratados antes da Constituição Federal de 1988, em servidores faz parte de um pacote de ações para considerar a Companhia como "independente do orçamento" e, portanto, excluída dos dispositivos da Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

E as sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal podem variar de cassação do mandato até reclusão, o que pode ser um risco para quem deseja se reeleger.  

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Na carona da Comlurb, mais de 21 mil querem estabilidade de emprego na Prefeitura do Rio

Após Crivella beneficiar parte de pessoal da Companhia, vereadores preparam emendas para quadro de cinco empresas públicas



RI Rio de Janeiro (RJ) 15/10/2019. Votação sobre aplicativos de transportes no Rio e protesto de taxistas . na foto plenário da camara dos vereadores. Foto Marcos Ramos / Agencia O Globo. Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
plenário da Câmara dos vereadores. Foto Marcos Ramos / Agencia O Globo


RIO — Em ano pré-eleitoral, a Câmara de Vereadores do Rio já discute a possibilidade de transformar cerca de 21,1 mil funcionários celetistas da prefeitura do Rio em estatutários, o que dá a eles estabilidade. O movimento começou após o prefeito Marcelo Crivella ter apresentado, há duas semanas, medida semelhante para beneficiar 2.440 funcionários da Comlurb que estão prestes a se aposentar. Desde então, vereadores preparam emendas para incluir, entre os beneficiários, pessoal de outras empresas municipais.

O impacto da iniciativa é mais uma ameaça ao caixa da prefeitura. Caso todas as emendas sejam acatadas, o quadro de pessoal estável do município atingiria 110 mil funcionários, um aumento de 20% no número de estatutários. Atualmente, eles somam 90 mil pessoas.

Além da situação crítica de orçamento, as discussões não consideram os graves problemas do Fundo de Previdência Municipal. A expectativa é que o Funprevi feche 2019 com rombo de R$ 1 bilhão. Questionada se concordaria em expandir a proposta original, que só visava a funcionários da Comlurb, a prefeitura não se manifestou.

A intenção da prefeitura pode ser também ampliada na própria Comlurb. O vereador Babá (PSOL) já recolhe assinaturas para propor uma emenda que transforme todos os 20 mil funcionários da companhia, independentemente do tempo de casa, em estatutários. Pela proposta original, só o grupo que 2.440 pessoas, contratadas antes da Constituição de 1988, seria beneficiado. No Iplan Rio, o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e Jones Moura (PSD) pretendem favorecer 380 funcionários. O vereador Alexandre Isquierdo (DEM) e o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB) foram procurados por 462 servidores da Rioluz. A mesma reivindicação é feita por 28 funcionários da Imprensa da Cidade e 250 da Companhia de Engenharia de Tráfego (Cet-Rio).

— Não tenho projeções sobre o impacto financeiro. Mas há outros funcionários da Comlurb, além dos que serão beneficiados pelo prefeito, que também têm direito. A reivindicação é justa — disse Babá .

Cesar Maia argumenta que desde seu primeiro mandato como vereador, em 2013, defende a estabilidade no caso do Iplan:

— É uma questão de princípios. A área de informática é vital e estratégica para a manutenção das demais atividades do município.

Jones Moura endossa a medida para o Iphan, mas quer estendê-la à Imprensa Oficial.

— No Iplan, trata-se de uma questão de Justiça. Na Imprensa Oficial, o impacto seria pequeno — alega.

Para o cientista político Ricardo Ismael, o calendário eleitoral pesa:

— Parecem propostas que miram ganhos eleitorais imediatos em uma prefeitura que enfrenta dificuldades.

O projeto original da Comlurb ainda não tem data para ser votado. Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, Rosa Fernandes (MDB) convocou uma audiência pública, no próximo dia 3, para que sejam avaliados os aspectos financeiros da transformação de celetistas em estatutários. A proposta de Crivella para um grupo de servidores na Comlurb chegou à Casa sem estudos técnicos. Mas a Comissão de Finanças estimou que apenas os 2.440 funcionários do projeto original podem onerar o Funprevi em R$ 260 milhões ao ano .

Embora tenha recebido servidores em busca de apoio, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), afirma ter dúvidas sobre a legalidade das emendas em estudo:

— A decisão dependerá da Comissão de Justiça e Redação, embora, na minha opinião, sejam inconstitucionais. O tema é competência exclusiva do Executivo.

A concessão de estabilidade para servidores já aconteceu na prefeitura do Rio. Em 2009, na gestão do ex-prefeito Eduardo Paes, a Câmara aprovou um projeto que transformou em estatutários cerca de sete mil funcionários da Guarda Municipal. Ainda no primeiro governo Paes, outros três mil servidores mudaram de regime.

Recentemente, a direção do Funprevi admitiu que a concessão de estabilidade a várias categorias, nos últimos anos, contribuiu para o déficit do fundo.

domingo, 24 de novembro de 2019

Com dívida, frota que recolhe lixo na Zona Oeste do Rio cai à metade

Infeccionada com o fenômeno da patronagem e inflada com sua autoestima institucional exacerbada não há esperança para o futuro da Companhia, a menos que haja um drástico choque de conceitos, freio de arrumação e o surgimento de um novo modelo para o sistema. 
Quando fui Diretor na Zona Oeste fui testemunha da capacidade técnica e profissional da Colares como fornecedora da frota. Certamente essa decisão não é leviana e reflexo de muita ponderação e tentativa de solução.




Com dívida, frota que recolhe lixo na Zona Oeste do Rio cai à metade
A Colares, uma das responsáveis por fornecer veículos e motoristas para a Comlurb, decidiu paralisar os serviços, alegando R$ 20 milhões em dívidas.



Zona Oeste tem coleta de lixo prejudicada por causa da crise da prefeitura

A frota de caminhões que recolhe lixo na Zona Oeste do Rio caiu à metade nesta terça-feira (24).

Na segunda (23), a Colares, uma das empresas responsáveis por fornecer veículos e motoristas para a Comlurb, decidiu paralisar parte dos serviços. A firma serve, com 40 caminhões, as áreas de planejamento de Campo Grande e Santa Cruz, que englobam oito bairros da Zona Oeste.

A TV Globo apurou que apenas 20 caminhões saíram nesta terça. A dívida do município com a empresa chega a R$ 20 milhões.

Ao Bom Dia Rio, funcionários de um condomínio na Estrada do Mendanha, em Campo Grande, afirmaram que apenas a metade do lixo foi recolhida. A outra parte ficou na rua.

O presidente da Comlurb, Paulo Mangueira, anunciou um reforço à frota da Zona Oeste. Mas a TV Globo apurou que apenas quatro veículos foram transferidos.

Mais credores

A dívida com quatro empresas chega a R$ 151 milhões.
  • Colares: R$ 20 milhões
  • CS Brasil: R$ 40 milhões
  • TB Serviços: R$ 25 milhões
  • Localix: R$ 10 milhões
  • Ciclus: R$ 56 milhões

A empresa Ciclus, responsável pelo Aterro de Seropédica, esperava receber nesta terça R$ 7 milhões prometidos pela prefeitura, mas recebeu só R$ 3 milhões. A empresa prometeu continuar o serviço com a promessa do pagamento dos outros R$ 4 milhões até o fim da semana. Outros R$ 20 milhões estão prometidos para serem pagos entre os dias 26 e 27 de dezembro.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Processo de Tomada de Decisão Aplicado à Liderança

Formatação de curso de "Processo de Tomada de Decisão Aplicado à Liderança" para membros do programa Líderes Cariocas através da iniciativa "Líderes Multiplicadores" onde tive o prazer de ser instrutor para duas turmas


Oferecer um panorama sobre o processo de tomada de decisão e sua relação com uma liderança proativa voltada para bons resultados.

 A tomada de decisão
·        Modelos de tomada de decisão
·        Atores do processo decisório
·        Pensamento decisório
·        Decisão como jogos de poder
·        Classificação das decisões
·        Liderança e processo decisório
·        Decisão no setor público
·        Sistemas de informação e comunicação
O Processo decisório
·        Identificação do problema
·        Alternativas de Solução
·        Ato de decidir
·        Plano de ação
·        Teoria dos Jogos


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Secretaria de Saúde de Crivella já teve 51 trocas em cargos de gestão

A rotatividade afeta as instituições, pois, é comum cada mudança de Gestor em Cargo em Comissão em nível estratégico, como Secretários Municipais na Administração direta ou Presidentes de empresa na Administração Indireta, ser acompanhada por uma onda de exonerações e nomeações também nos níveis táticos. Pior, o fenômeno chega até nos níveis operacionais, aqueles que detêm o conhecimento do funcionamento da máquina pública. 

A rotatividade da atual legislatura é um ponto fora da curva se comparada com qualquer uma anterior

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Secretaria de Saúde de Crivella já teve 51 trocas em cargos de gestão

Por: Paulo Cappelli em 18/11/19 18:33  

O prefeito Marcelo Crivella e a secretária Ana Beatriz Busch
O prefeito Marcelo Crivella e a secretária Ana Beatriz Busch

Em dois anos e dez meses como prefeito, Marcelo Crivella promoveu 51 trocas na em cargos de gestão na Secretaria de Saúde. Entre exonerações e nomeações, as mudanças já superam as 32 realizadas pelo antecessor, Eduardo Paes, em oito anos, e as 25 feitas por Cesar Maia entre 2004 a 2008. Nos bastidores, as trocas são atribuídas, muitas vezes, a pleitos de vereadores.

Médico e jornalista, Luiz Fernando Corrêa critica a alta rotatividade, que, na sua opinião dificulta a implementação de políticas públicas: “Não há métrica. Vamos de acordo com o político que está mandando naquele momento. O trabalho não tem continuidade”, avalia. Crivella já nomeou três secretários de Saúde diferentes, 13 subsecretários e 35 coordenadores de atenção primária. Apenas na coordenadoria da Área de Planejamento 3.3, que cuida de bairros da Zona Norte, já passaram 6 gestores diferentes.

Questionada, a prefeitura afirmou que “substituições são discricionárias e comuns na administração pública” e ressaltou que prioriza quadros técnicos como os três secretários que já comandaram a pasta e são servidores de carreira.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Projeto que dá estabilidade de funcionários da Comlurb pode custar R$ 260 milhões por ano à prefeitura

Considerando que o custo de pessoal da Comlurb supera o bilhão anual, tornar a Companhia independente é uma manobra para criar algum fôlego à prefeitura que está no limite prudencial estabelecido pela Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

E as sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal podem variar de cassação do mandato até reclusão, o que pode ser um risco para quem deseja se reeleger.  

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Caso aprovado, novos servidores entrariam para a previdência do município sem nunca terem contribuído

15/11/2019 - 04:30 / Atualizado em 15/11/2019 - 04:32

RI Rio de Janeiro (RJ) 02/04/2019 Impasse entre a Conlurb e a empresa Ciclus. Na foto, fila de caminhões na subestação de Santíssimo, na Avenida Brasil . Foto de Pablo Jacob / Agência O Globo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
RI Rio de Janeiro (RJ) 02/04/2019 Impasse entre a Comlurb e a empresa Ciclus. Na foto, fila de caminhões na subestação de Santíssimo, na Avenida Brasil . Foto de Pablo Jacob / Agência O Globo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — Com dificuldades de caixa agravadas por um bloqueio de R$ 46,6 milhões feito pelo BNDES por conta de dívidas , o prefeito Marcelo Crivella enviou um projeto à Câmara Municipal no qual propõe dar estabilidade a 2.440 funcionários da Comlurb contratados em regime da CLT, que passariam a ser estatutários. A maioria deles foi admitida antes de 1988 e, por isso, já teria tempo para se aposentar. A estimativa da Comissão de Orçamento do Legislativo carioca é que o impacto anual nos gastos previdenciários seria de pelo menos R$ 260 milhões.

Se a lei for aprovada e sancionada, os benefícios desses aposentados não serão pagos pelo INSS e sim pelo Fundo de Previdência do Município (Funprevi), que, sem esses servidores, já tem rombo previsto para este ano de R$ 1 bilhão. Eles entrariam para a previdência da prefeitura sem nunca terem contribuído.

Em nota, a prefeitura afirmou que quis beneficiar uma categoria que optou por não se aposentar porque receberia muito menos pelo INSS — o teto hoje é de R$ 5.839,45. O município acrescentou que cada um deles custará aos cofres públicos R$ 8 mil por mês. Fontes ouvidas pelo O GLOBO, no entanto, dizem que o gasto deverá ser maior porque boa parte desses funcionários exerce hoje outros cargos ou está cedida para outros órgãos, como a própria Câmara Municipal. Isso significa que eles recebem gratificações que acabam sendo agregadas à aposentadoria no serviço público.

De acordo com fontes do município, esses funcionários, se fossem estatutários, receberiam, hoje, aposentadorias entre R$ 15 mil e R$ 20 mil devido aos adicionais dos vencimentos que teriam obtido nos últimos anos. No Legislativo, não foi possível ainda fazer o cálculo do real efeito da medida nas contas previdenciárias porque o município não encaminhou, junto com o projeto de lei, os salários efetivamente pagos aos funcionários que seriam beneficiados. A Comissão de Orçamento da Câmara acredita que o Funprevi terá que desembolsar, ao menos, mais R$ 260 milhões por ano, quando os beneficiados estiverem aposentados. Mas. nessa conta, não foram consideradas gratificações incorporadas aos vencimentos deles.

— A proposta tem caráter eleitoreiro. Outras categorias já começam a reivindicar o mesmo benefício. Vai virar promessa na campanha pela reeleição, quando a prefeitura não tem dinheiro nem para o essencial — diz a vereadora Teresa Bergher (PSDB).

Em defesa do projeto, Crivella cita na mensagem enviada à Câmara a Lei 2.008/1993, que prevê a mudança de regime para garantir a estabilidade de servidores contratados antes da Constituição de 1988. A lei, de fato, beneficia categorias da administração indireta, mas não as empresas públicas, como é o caso da Comlurb.

— O problema desses projetos é o impacto nas contas públicas a longo prazo. São ações como esta que provocaram a grave crise enfrentada hoje pelo governo do estado — criticou o economista especializado em contas públicas André Luiz Marques, do Insper.

Em outro projeto também enviado à Câmara, a prefeitura quer que a Comlurb — que hoje tem sua autonomia financeira financiada, em parte, pela cobrança da taxa de lixo — passe a ser uma prestadora de serviços paga pelo governo municipal por atividades realizadas, como a coleta de lixo e a poda de árvores. Segundo a proposta, os contratos seriam gerenciados pela Secretaria de Infraestrurtura, Habitação e Conservação, comandada por Sebastião Bruno, homem forte do prefeito. Com isso, todos os gastos com a empresa passariam a ser considerados despesas com fornecedores, inclusive a folha de pagamento, que está hoje entorno de R$ 1,5 bilhão.

Os dois projetos envolvendo a Comlurb seriam, na verdade, uma manobra contábil que a prefeitura precisa adotar para enfrentar 2020 dentro da lei. É o que dizem fontes ouvidas pelo GLOBO. Apesar de criar despesas a longo prazo, o município, ao dar independência à companhia, reduzirá a folha de pagamento dos servidores, conseguindo deixar as despesas com pessoal dentro do limite de 54% da Receita Corrente Líquida, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. A legislação é muito rigorosa com o último ano de qualquer esfera de governo. Caso exceda o teto de gastos no ano que vem, o prefeito poderá sofrer restrições para receber repasses federais ou assumir novos compromissos financeiros. No segundo quadrimestre deste ano, a folha de pagamento estava consumindo 51,08% da receita.

Mas todas essas mudanças podem não ter efeito no próximo governo. Isso porque o Tribunal de Contas do Município (TCM) já determinou que, a partir de 2021, todas as despesas com servidores — sejam eles da administração pública ou prestadores de serviço, como hoje é o caso das Organizações Sociais que atuam na área da saúde — entrem no cálculo da LRF.

Mesmo com essas estratégias, a prefeitura não deverá reduzir, significativamente, os gastos com pessoal. Isso porque será necessário fazer aportes do Tesouro para cobrir o déficit do Funprevi. E essas transferências, aos olhos da lei, são consideradas despesas com servidor.

A presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, Rosa Fernandes (DEM), convocou uma audiência pública no próximo dia 3 para discutir as mudanças com técnicos da prefeitura, da Comlurb e do TCM.

Prefeitura do Rio quer cobrar Taxa de Coleta de Lixo nas contas de água ou luz

O estudo sobre a mudança das regras de cobrança da Taxa de Coleta de Lixo (TCL)  faz parte de um pacote de ações para considerar a Companhia como "independente do orçamento" e, portanto, excluída dos dispositivos da Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

Considerando que o custo de pessoal da Comlurb supera o bilhão anual, tornar a Companhia independente é uma manobra para criar algum fôlego à prefeitura que está no limite prudencial estabelecido pela LRF.  E as sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal podem variar de cassação do mandato até reclusão, o que pode ser um risco para quem deseja se reeleger.  

Para ser realmente independente, pelo menos no serviço de coleta de lixo domiciliar, é necessário buscar formas de ampliar a arrecadação. 

Uma abordagem seria considerar:

1) A coleta domiciliar em logradouros públicos como serviço remunerado para a "empresa independente" através da Taxa de Coleta de Lixo (TCL) e;

2) A remoção de resíduos em comunidades, uma coleta difusa,  como serviço social público remunerado através de Programas de Políticas Públicas contratando a "empresa independente"
De qualquer forma, promover um aumento na base de arrecadação, seja lá como for, é condição sine qua non  para aumentar a atratividade de um futuro processo de concessão do serviço ao ente privado.

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A possibilidade de o município mudar a forma de cobrança da TCL será um dos temas da audiência pública que a Comissão de Orçamento promoverá no dia 3



RIO — Em crise financeira, a prefeitura do Rio estuda mudar as regras de cobrança da Taxa de Coleta de Lixo (TCL) para tentar reduzir a inadimplência bem como cobrar o tributo de milhares de imóveis que hoje não pagam o tributo porque, por serem irregulares, não aparecem na base de dados do cadastro do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) . O plano em análise prevê transferir a cobrança da taxa do carnê do IPTU para conta de água ou preferencialmente de luz. A tese é que com a mudança seria mais difícil o contribuinte sonegar a  TCL porque ao deixar de pagar a conta também teria a luz ou a água cortadas. A informação é da comissão de Orçamento da Câmara de Vereadores do Rio que estuda um pacote de mudanças nas rotinas da Comlurb que o prefeito Marcelo Crivella enviou nesta semana para discussão dos vereadores. Procurada, a prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

— Hoje, só 60% dos imóveis da cidade (em torno de 2 milhões) pagam a taxa de lixo. A tese da prefeitura é que poderia arrecadar mais ao vincular essa cobrança a uma outra conta de consumo no qual a inadimplência seja menor. Fala-se em cobrar de 90% dos contribuintes. O problema é que isso representaria um peso adicional no orçamento de pessoas com de menor poder aquisitivo. É um tema muito impopular. Pode ter apoio de um grupo restrito de vereadores que votam com o prefeito seja qual for o tema. Mas a maioria certamente é contra essa mudança — criticou a presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Fiscalização Financeira, Rosa Fernandes (MDB).

A estratégia de vincular um tributo a uma conta de consumo não é nova na prefeitura. Isso já ocorre com a chamada Contribuição de Custeio para a Iluminação Pública (Cosip), que ajuda a pagar as contas da RioLuz. Desde que foi instituida na cidade (2009), ela é cobrada vinculada à conta de luz dos imóveis. O valor da Cosip é calculado conforme a taxa de consumo dos imóveis. Os contribuintes que gastam até 100 KW por hora são isentos. As demais faixas de cobrança variam entre R$ 5,39 e R$ 1.685,14. Somente em 2019, a taxa já rendeu para os cofres da prefeitura R$ 318,4 milhões.     

Como a discussão é embrionária, ainda há muitas dúvidas sobre se a mudança teria ou não que passar pela Câmara do Rio. Caso a prefeitura opte por criar uma nova faixa de cobrança para institutir uma espécie de tarifa social, para esses novos contribuintes, até vereadores da base do governo entendem que a análise do legislativo seria obrigatória. No entanto, isso não seria necessário se o critério fosse apenas o bairro. Hoje, existem sete faixas de cobrança cujos preços são definidos conforme o bairro onde o imóvel está localizado.

Em vigor desde que a prefeitura alterou as regras de cobrança do IPTU em 2017, ela tem inclusive previsão de cobrança para grandes comunidades como a Rocinha, Vidigal e os complexo do Alemão e da Maré. Os valores da taxa de lixo variam entre 21 Ufirs (R$ 72) e 350 Ufirs (R$ 1.198) sendo que os imóveis comerciais pagam mais. As taxas mais elevadas são cobradas nos bairros da Zona Sul, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Segundo dados do ContasRio, novo portal de transparência da prefeitura, o município já arrecadou R$ 423 milhões com a TCL de um total previsto de R$ 450 milhões.

A possibilidade de o município mudar a forma de cobrança da TCL será um dos temas da audiência pública que a Comissão de Orçamento promoverá no dia 3 para discutir um pacote de alterações na forma da gestão da Comlurb ainda neste ano. As alterações constam de dois projetos enviados nesta semana à Câmara do Rio. Em um deles, a Comlurb deixa de prestar serviços diretamente à prefeitura. A relação passaria a ser de uma empresa prestadora de serviços que seria paga pelo Tesouro Municipal. A tese da prefeitura é que isso permitira reduzir os gastos com pessoal.

Outro projeto prevê uma espécie de trem da alegria. Ao todo, 2.330 funcionários contratados e regime de CLT antes de 1988 seriam transformados em estatutários. E, ao se aposentarem transfeririam a conta do pagamento de aposentadorias e pensões para o Fundo de Previdência do Município (que já acumula um déficit de cerca de R$ 1 bilhão) sem jamais terem contribuido para a entidade.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Projeto de Crivella transforma funcionários da Comlurb em servidores

O Projeto de Lei Complementar que visa transformar os funcionários da Comlurb, contratados antes da Constituição Federal de 1988, em servidores faz parte de um pacote de ações para considerar a Companhia como "independente do orçamento" e, portanto, excluída dos dispositivos da Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

"A Lei Complementar 101/00alcança todos os entes estatais, União, Estados e Municípios, seus Poderes esuas entidades da Administração indireta, destas excluídas as empresas que nãodependem do Tesouro do ente ao qual se vinculam. Livre da LRF está, p.ex., umaempresa pública que obtém, ela mesma, recursos necessários ao seu própriocusteio, mesmo que, para tanto, venda mercadorias e serviços à Prefeitura ou aoEstado [grifamos]" (Lei de Responsabilidade Fiscal: Manual Básico.Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. www.tce.sp.gov.br. Junho de 2000.pg. 10)

Considerando que o custo de pessoal da Comlurb supera o bilhão anual, tornar a Companhia independente é uma manobra para criar algum fôlego à prefeitura que está no limite prudencial estabelecido pela LRF

O Tribunal de Contas do Município (TCM) alertou o prefeito Marcelo Crivella, após sessão ordinária de 11 de julho, que, no primeiro quadrimestre, ultrapassou o limite prudencial de despesas com pessoal. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), caso o limite seja ultrapassado, fica impedido a criação de cargos, empregos ou funções, alterações de estrutura de carreira que implique aumento de despesa, entre outras.

Os empregados contratados antes da promulgação da Constituição Federal de 1988 passariam a ser estatutários para reduzir o risco de impedimento da manobra, uma vez que estes podem alegar direito de estabilidade no trabalho.

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Projeto de Crivella transforma funcionários da Comlurb em servidores para garantir salário de R$ 8 mil


O prefeito Marcelo Crivella enviou para a Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar 146/2019
O prefeito Marcelo Crivella enviou para a Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar 146/2019 Foto: Pablo Jacob / 25.09.2019

Para permitir que 2.400 funcionários da Comlurb se aposentem com salários de cerca de R$ 8 mil — e não com o teto do INSS (R$ 5.839,45) — o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, enviou para a Câmara de Vereadores o Projeto de Lei Complementar 146/2019, que transfere os trabalhadores da companhia admitidos até 5 de outubro de 1988 — data da promulgação da Constituição Federal — para o Regime Jurídico Único do funcionalismo municipal. Hoje, esses funcionários atuam sob o regime de trabalho celetista. Com a mudança, se tornarão servidores estatutários.

"Estes funcionários estão na faixa de 65 anos e, embora já estejam em fase de aposentadoria, não requisitam o benefício porque os valores do INSS estão muito abaixo do salário que recebem na companhia, em média, R$ 8 mil. Todos são anteriores à Constituição de 1988 e, portanto, têm o mesmo direito dos funcionários estatutários", informou a assessoria do prefeito, em nota.

O projeto deve render debates entre os vereadores, porque a justificativa do texto não traz cálculos sobre o impacto na Previdência do município com a entrada de mais 2.400 novos servidores. Até porque os trabalhadores do regime celetista contribuem, no máximo, com alíquotas entre 8% e 11% sobre o teto do INSS (pelas regras antigas, válidas antes da reforma da Previdência). No regime previdenciário dos servidores municipais, a alíquota é de 11% sobre todo o vencimento, e a prefeitura recolhe 22% (contribuição patronal).



Segundo a Prefeitura do Rio, a medida vai gerar uma economia de cerca de R$ 8 milhões por mês para os cofres públicos, porque esses funcionários deixarão de contribuir para o INSS, e a prefeitura deixará de fazer o repasse obrigatório de 8% ao mês para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do trabalhador.

"Esta economia poderá ser ainda maior porque a administração municipal pretende pedir ao INSS o ressarcimento pelas alíquotas pagas durante os anos de contribuição destes empregados", afirmou.

Na justificativa do projeto, Crivella também alegou que a proposta concretiza o disposto na Lei municipal 2.008, de 21 de julho de 1993, "que estabelece normas de incidência do Regime Jurídico Único sobre servidores públicos do Município do Rio de Janeiro, declarada constitucional em 15 de 1998 pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro".

A equipe do prefeito não respondeu por que essa mudança está sendo enviada agora para Câmara de Vereadores, e não no início da gestão.



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Porque transformar a Comlurb em uma empresa não dependente do tesouro?

O Projeto de Lei Complementar que visa subordinar a Comlurb à Secretaria de Infraestrutura e Habitação faz parte de um pacote de ações para considerar a Companhia como "independente do orçamento" e, portanto, excluída dos dispositivos da Lei Complementar 101/00, a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF

"A Lei Complementar 101/00alcança todos os entes estatais, União, Estados e Municípios, seus Poderes esuas entidades da Administração indireta, destas excluídas as empresas que nãodependem do Tesouro do ente ao qual se vinculam. Livre da LRF está, p.ex., umaempresa pública que obtém, ela mesma, recursos necessários ao seu própriocusteio, mesmo que, para tanto, venda mercadorias e serviços à Prefeitura ou aoEstado [grifamos]" (Lei de Responsabilidade Fiscal: Manual Básico.Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. www.tce.sp.gov.br. Junho de 2000.pg. 10)

Considerando que o custo de pessoal da Comlurb supera o bilhão anual, tornar a Companhia independente é uma manobra para criar algum fôlego à prefeitura que está no limite prudencial estabelecido pela LRF

O Tribunal de Contas do Município (TCM) alertou o prefeito Marcelo Crivella, após sessão ordinária de 11 de julho, que, no primeiro quadrimestre, ultrapassou o limite prudencial de despesas com pessoal. Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), caso o limite seja ultrapassado, fica impedido a criação de cargos, empregos ou funções, alterações de estrutura de carreira que implique aumento de despesa, entre outras.

Teoricamente a Prefeitura assinaria um contrato de prestação de serviços com a nova Comlurb "independente". No minimo, isso aumenta o custo do sistema pois a Companhia, sendo contratada, teria que pagar impostos pela emissão de notas para fazer o mesmo serviço que faz hoje com repasses direto do tesouro.

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Crivella propõe que Comlurb passe a ser gerida pela secretaria de Infraestrutura e Habitação

Titular é Sebastião Bruno, responsável pelas obras sem licitação exibidas pelo RJ2 em julho. Ele é considerado um super-secretário e já administra também a pasta de Conservação.



O prefeito Marcelo Crivella enviou um projeto de lei à Câmara do Rio nesta quarta-feira (13) em que pede para que a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) passe a ser gerida pela secretaria de Infraestrutura e Habitação.

O titular da pasta é o "super-secretário" Sebastião Bruno, que recentemente passou a controlar também as atribuições e orçamento da Secretaria de Conservação, que foi extinta.

O projeto ainda precisa passar pelas comissões até ser levado ao plenário da Casa para votação.


Crivella e Sebastião Bruno, em 2018 — Foto: Richard Santos/Divulgação/Prefeitura do Rio
Crivella e Sebastião Bruno, em 2018 — Foto: Richard Santos/Divulgação/Prefeitura do Rio



quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Felicidade Nacional Bruta (FIB)


14 Fatos sobre o Butão, um país sem moradores de rua

Para cuidar da paz interior dos habitantes, foi estabelecida a Comissão da Felicidade Interna Bruta. O questionário do Censo do país possui até mesmo um campo especial em que é necessário definir o nível de satisfação com a vida. Mas não é só isso! No país, existe um Ministério Felicidade e o conceito de felicidade está nas prioridades da política nacional: o Produto Interno Bruto (PIB) foi substituído pela Felicidade Nacional Bruta (FIB). Ou seja, a qualidade de vida é determinada pelo equilíbrio entre os valores materiais e espirituais.

Felicidade nacional bruta

O conceito de Gross National Happiness GNH (Felicidade Nacional Bruta) foi articulado pela primeira vez pelo quarto rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, em 1972.  O conceito de desenvolvimento,  que em vez de empregar "medidas convencionais baseadas em renda", concentra-se na felicidade dos indivíduos e na maximização da mesma através de uma lente institucional, espiritual e cultural. 

O GNH tem quatro "pilares". Eles são:
  1. A promoção do desenvolvimento socioeconômico equitativo e sustentável
  2. Preservação e promoção de valores culturais
  3. Conservação do meio ambiente natural
  4. Estabelecimento de boa governança



segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Funcionários felizes são bons para empresas e para investidores, diz pesquisa


Nas semanas em que estavam contentes, os trabalhadores vendiam 13% a mais do que naquelas em que estavam descontentes, mas o aumento da produção não se devia a mais horas trabalhadas
       

Há uma velha piada de que um recém-chegado ao inferno ouviu de Satã que ele poderia escolher um entre dois lugares para ficar. No primeiro, trabalhadores esgotados jogavam grandes pazadas de carvão em uma fornalha. No segundo, um grupo de trabalhadores sem camisa estava de pé em um esgoto, bebericando chá. O recém-chegado escolheu a segunda opção. Mas, tão logo as portas se fecharam, o capataz anunciou: “Ok, moçada, acabou a hora do chá. Todos de novo de cabeça para baixo!”.  

Coworking
Nas semanas em que estavam contentes, os trabalhadores vendiam 13% a mais do que naquelas em que estavam descontentes, mas o aumento da produção não se devia a mais horas trabalhadas Foto: Clayton de Souza/Estadão


Condições terríveis de trabalho têm uma longa tradição. Nos primórdios da industrialização, as fábricas eram imundas e perigosas. No início do século 20, os trabalhadores tinham de cumprir funções maçantes e repetitivas na linha de produção. Hoje, porém, numa economia baseada em serviços, investir no bem-estar psíquico dos trabalhadores pode ser uma abordagem mais proveitosa.

Comprovar essa tese é mais difícil. Mas esse é o objetivo de um novo estudo* sobre a relação entre felicidade e produtividade realizado com funcionários da Britsh Telecom. Três pesquisadores – Clement Bellet, da Universidade Erasmus, de Roterdã; Jan-Emmanuel de Neve, da Escola de Negócios Saïd, de Oxford; e George Ward, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts – supervisionaram 1,8 mil vendedores de 11 call centers britânicos. Tudo que o pesquisado precisava fazer era clicar um emoji toda cada semana para indicar seu nível  de felicidade. Esses trabalhadores vendiam aos clientes serviços de banda larga, telefonia e televisão. No total, os pesquisadores coletaram 1.161 respostas válidas num período de seis meses.

Os resultados foram surpreendentes. Nas semanas em que estavam contentes, os trabalhadores vendiam 13% a mais do que naquelas em que estavam descontentes. O aumento da produção não se devia a mais horas trabalhadas. Em “semanas felizes”, eles faziam mais chamadas por hora e eram mais eficientes em converter contatos em vendas.

O problema é descobrir a relação de causalidade. Trabalhadores podem estar mais felizes, por exlemplo, quando vendem mais porque esperam um bônus maior, ou porque contatos bem-sucedidos são menos estressantes que aqueles que terminam mal.

Os acadêmicos tentaram isolar outra possibilidade, muito importante para os britânicos: o tempo. Os trabalhadores ficavam mais infelizes nos dias em que o tempo em suas regiões estava ruim e vendiam menos. Uma vez que faziam chamadas nacionais, não locais, é improvável que o descontentamento geral dos clientes com o tempo estivesse baixando as vendas. Assim, era o estado de espírito do trabalhador que influía nas vendas, não o contrário.  

Mas, mesmo que esse raciocínio esteja correto, os negócios podem não encontrar conforto nele. A menos que se sentem em seus call centers no Havaí, os empresários não têm meios de controlar as condições que seus funcionários enfrentam. Os pesquisadores assinalaram que “não estamos em condições, considerando-se nossos dados e configurações, de prever que investir em esquemas que melhorem o estado de felicidade dos empregados levem a bons negócios”. É até possível que o custo de tais esquemas supere os ganhos gerais em produtividade.

Novas pesquisas são claramente necessárias. Mas existe a evidência de que trabalhadores mais felizes são bons para os acionistas, bem como para a produtividade. Analistas da Merrill Lynch Global Research estudaram as ações de empresas listadas no Glassdoor, um site que possibilita a empregados avaliar as companhias  para as quais trabalham. Aquelas com melhor avaliação superaram as de píor avaliação em quase 5 pontos porcentuais por ano entre 2013 e 2019. Os analistas também usaram um software para estudar as avaliações dos empregados e concluíram que incorporar essa abordagem melhorou a relação risco-benefício da empresa.  

Eles agora aplicaram a mesma abordagem para escolher ações com base em determinadas indústrias. Novamente, os setores dos quais os trabalhadores fizeram melhor avaliação pelo Glassdoor entre 2013 e 2019 superaram facilmente aqueles que os empregados desaprovaram.

Nada disso é prova inequívoca. A história do mundo empresarial está cheia de estratégias que funcionaram bem no papel  e se desintegraram quando aplicadas ao mundo real. Mas, pelo menos a pesquisa sugere que as empresas deveriam considerar os méritos de uma força de trabalho satisfeita. E isso talvez as aconselhasse a proporcionar aos empregados harpas e ambrosia, em lugar fornalhas e esgoto.  

TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ