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segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Deslocamento em aterro sanitário de Guarulhos deixa cidade em estado de emergência

Problemas isolados na coleta de lixo podem acontecer, de acordo com a prefeitura; deslocamento aconteceu na sexta-feira (28).





Prefeitura de Guarulhos decreta situação de emergência após deslizamento em aterro

A prefeitura de Guarulhos decretou estado de emergência na cidade nesta segunda-feira (31), por causa do deslocamento de parte do aterro sanitário Quitaúna, no bairro Cabuçu, vizinho ao Rodoanel a uma grande área verde do Parque Estadual da Cantareira.

Uma grande parte do aterro se deslocou na sexta-feira (28), deixando o lixo exposto. O resultado foi um forte cheiro ruim que chega dentro das casas nos bairros do Parque Continental e Palmira. Além disso, a coleta de lixo da cidade foi comprometida.

Com o estado de emergência, a prefeitura pode contratar um aterro particular para resolver o problema da coleta de lixo. Os veículos carregados de lixo domiciliar estão sendo desviados para um aterro vizinho, o CDR Pedreira. A manobra ajudou, mesmo assim a coleta na cidade foi prejudicada.

“Ela teve pequenos problemas pontuais na cidade, algumas ruas deixaram de fazer coleta, mas foi questão de horas. Isso afeta todo o sistema, mas já está normalizado”, disse Edmílson Sarlo, secretário de serviços públicos de Guarulhos.

Em nota, a prefeitura disse que chamou a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para avaliar os danos causados pelo deslocamento e montou uma força-tarefa para tomar medidas de proteção e fazer um sistema de contenção para minimizar os riscos de contaminação.

De acordo com a prefeitura, a coleta de lixo em Guarulhos está normalizada, dentro da programação de final de ano, mas “problemas isolados e pontuais ainda podem ocorrer”.

Aterro recebe 1300 toneladas de lixo por dia

O aterro municipal costuma receber quase todo o lixo produzido em Guarulhos - mais de 1300 toneladas por dia. Na manhã desta segunda-feira (31), porém, o acesso ao aterro sanitário foi fechado para os caminhões carregados com o lixo coletado em Guarulhos. Só tiveram acesso os caminhões que levam terra ou os que vão recolher resíduos lá de dentro.

Para os moradores, além da coleta de lixo, o mau cheiro também é um problema.

“Nós temos sentido um mau cheiro assim o tempo todo, principalmente de madrugada. Ontem, por exemplo, na parte da tarde lá em casa, nós resolvemos limpar o quintal, fazer uma faxina porque nós pensávamos que tinha algum bicho morto, disse o funcionário público Reinaldo da Silva.

Na manhã desta segunda, um grupo de moradores fez uma manifestação para pedir urgência na solução do problema.

“Agora vamos tentar entender o que está acontecendo com o solo, o que está acontecendo com água. O que acontece com o que é escondido, o que é muito guardado. toda uma preocupação, todo uma segurança em cima de um lixo recolhido da sua casa”, diz a supervisora de vendas Angela Fernandes Moura.

Catador ganha R$ 30 por dia juntando latas no réveillon em Copacabana

De uma família com 18 irmãos, Sérgio Amaro, de 53 anos, está sem emprego há três anos. Há duas décadas no Rio, ele diz que não pensa em desistir: 'Estou acompanhado por Deus em todos os momentos. Não há por que me sentir sozinho'.




Sérgio Amaro não gosta quando lhe dizem que carrega o mundo nas costas - ele dispensa a comparação ao titã mitológico Atlas, condenado a sustentar os céus pela eternidade.

Em momento algum o desempregado de 53 anos considera que o arco de 20 quilos de latas que carrega sobre os ombros e a cabeça na tarde desta segunda-feira (31), na orla de Copacabana, é algum tipo de castigo. Pelo contrário: para o ex-ajudante de obras, a tarefa é uma oportunidade.

“Perdi meu último emprego há três anos. Desde então, cato latas. Não posso reclamar, dá para conseguir algum dinheiro e sobreviver. De certa forma, ainda garanto meu sustento”.

Resultado de dois dias de coleta, o material será vendido por R$ 60 em um posto de reciclagem.

Sérgio nasceu em Teresópolis, Região Serrana do Rio - tinha 18 irmãos.

“Naquela época, as famílias tinham muitos filhos. E todos nós vivemos muitos anos. Meu pai mesmo morreu bem velhinho, em 1986”.

Ele começou a trabalhar ainda criança, em carvoarias de Miguel Pereira, também na serra. No entanto, dedicou a maior parte da vida profissional às atividades relacionadas à construção civil.

“Passei muito tempo em obras. Não tenho estudo, sabe? Mas nunca me faltou trabalho”.

O catador, que vive no Rio há 20 anos, não tem filhos. Diz que, dada sua realidade, é melhor assim. Garante não sentir solidão. “Estou acompanhado por Deus em todos os momentos. Não há por que me sentir sozinho”.

Ele costuma dormir sob uma marquise na Rua Siqueira Campos, em Copacabana. A calçada convertida em cama dura e fria também não é motivo para reclamações.

“Lamentar o quê? A única coisa que Deus não conhece é a derrota. Como filho dele, não a conheço, também. Agora, me desculpe, tenho que ir embora. Hoje é réveillon. Sabe como é: tem muitas latas para catar”.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

equipamento compacto multiuso para varrição


Exemplo de implemento para varrição mecanizada instalado em equipamento compacto. A troca de implementos transforma o equipamento compacto em um recurso multiuso ideal para demandas que não justificam seu pleno uso apenas com um tipo de função.

Se hoje o equipamento compacto opera com um implemento de capina mecanizada, amanhã pode operar com um de varrição, depois com um de roçada e até mesmo, em sua versão mais usual, carregamento de viaturas.





quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O poder do distanciamento

O Artigo abaixo sugere uma forma de eliminar nossos "sentinelas" através do distanciamento. 

Em nosso ambiente de trabalho quantas Sentinelas continuam existindo quando a razão de sua existência já não mais existe? Quantos procedimentos, conceitos, rotinas continuam sendo feitas por serem consideradas verdades inquestionáveis? Quantas vezes escutamos que isso ou aquilo existe “porque sempre foi assim” ou “é assim desde que eu cheguei”?

É fundamental reconhecer que nada é permanente, que os cenários estão em constante mudança. Consequentemente a razão da existência de um importante procedimento pode não existir amanhã. Para que persistir no procedimento se ele não oferece mais atributos tangíveis e intangíveis e/ou redução de custos? Para que insistir em algo que não agrega valor?




O poder do distanciamento

Olhar as situações o dia-a-dia com um certo distanciamento é fundamental para que oportunidades sejam percebidas

Anna Luiza Miranda. Diretora Comercial e Marketing na Roadcard


Saia do automático! Esta talvez seja a frase que minha equipe mais ouve de mim.

A rotina, quando bem estabelecida, serve para nos ajudar no planejamento e organização do trabalho. É fundamental para conseguir atingir as metas.

Quanto mais repetimos um determinado processo, ele vai se tornando automático e acabamos cometendo o erro de fazê-lo sem pensar muito. E aí corremos o risco de subestimar detalhes que poderiam elevar nosso desempenho. É claro que temos que usar a rotina como nossa aliada para ganhar eficiência, aumentar nossa experiência, mas sem que ela nos "robotize".

Temos que ter sempre um olhar de "distanciamento" para poder observar as oportunidades de melhorias, sejam elas de nosso próprio desempenho, de um determinado processo, de um controle, de um produto ou mesmo de nossa postura profissional.

O líder deve estimular sua equipe a sair do automático observando o seu dia-a-dia e explorando cada as situação que eles trazem, para fazê-los perceber que podem contribuir muito mais para o crescimento da empresa e seu próprio desenvolvimento profissional.

 É fácil constatar isso quando participamos da rotina de outra pessoa, pois fica muito fácil perceber as oportunidades olhando de fora da situação.

A minha ficha caiu quando fiz um road show pelo Brasil, acompanhando cada um dos meus gerentes de vendas, no intuito de estudar um pouco as especificidades do mercado de cada região e, assim, observar o trabalho e a rotina de cada um, além de acompanhá-los em visitas a nossos clientes.

Conforme as visitas aconteciam, observei que meus gerentes estavam tão focados em resolver o assunto que nos levara ali, que não percebiam algumas oportunidades de atender melhor nossos clientes, mesmo sendo muito capacitados e treinados em nossa empresa, que tem como um dos seus pilares a excelência em prestação de serviços.

Eu percebia estes detalhes pelo simples fato de estar vivendo fora da minha rotina e isso me tornava mais atenta à situação. Isso fez com que minha atitude fosse mais observadora e investigativa, pois estava querendo conhecer profundamente o cliente e ouvir qual era a percepção que ele tinha do nosso produto e do nosso atendimento.

Voltando à minha rotina, passei a exercitar este distanciamento diariamente e em muito pouco tempo percebi a evolução do meu próprio trabalho. Reflito sempre o que outra pessoa, olhando de fora a minha rotina, acharia que posso melhorar. Quantas chances eu perdia!

Certas oportunidades em torno do trabalho que você desempenha ninguém enxergará melhor do que você mesmo! Mas para isto é necessário exercitar este olhar de distanciamento.

Sair do automático requer exercício diário, mas acima de tudo humildade, pois só com humildade teremos o ímpeto de exercitar o eterno questionamento de como as situações poderiam melhorar e principalmente de admitir que SIM, elas sempre podem melhorar!

E você, já saiu do automático hoje?

Mas e a limpeza gratuita realizada pela Comlurb no Sambódromo?

A Comlurb executa a limpeza diurna e noturna do Sambódromo em todos os dias de desfile empregando recursos próprios que incluem efetivo de garis para varrição de arquibancadas, áreas comuns e pista, equipamentos de acondicionamento e coleta de resíduos, remoção rejeito de montagem de camarotes e instalações, lavagem de pista, coleta seletiva, além da alimentação de todos os empregados envolvidos.

Se a "prefeitura não é babá de evento comercial", então a limpeza deveria ser remunerada por meio da assinatura de um contrato de prestação de serviço.

Por trás do Gari Sorriso existe muito trabalho e recursos públicos envolvidos. 







Secretário de Crivella sobre verba para o Grupo Especial: ‘Prefeitura não é babá de evento comercial’

O clima segue pesado entre a Prefeitura do Rio e as escolas de samba. Em entrevista ao jornal O Dia, desta quarta-feira, o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, homem forte do prefeito Marcelo Crivella, garantiu que a subvenção do Grupo Especial para 2019 será de R$ 500 mil para cada agremiação, com o corte de 50%, e nem cogita voltar ao valor de R$ 1 milhão, como esperam os dirigentes.

A prefeitura não é babá de evento comercial.

“A prefeitura não é babá de evento comercial. Exceto o Grupo de Acesso e o Carnaval da Intendente, as escolas do Grupo Especial têm que se profissionalizar como qualquer grande evento comercial que vende ingressos, a exemplo do Rock in Rio e outros. A prioridade da prefeitura é usar dinheiro público para saúde e educação”, disse Messina ao jornal O Dia.

Vale lembrar que as escolas do Grupo Especial ainda não assinaram o contrato referente aos 500 mil de subvenção para 2019. Elas aguardam uma nova reunião com o prefeito Crivella e o secretário Messina. O presidente da Riotur, Marcelo Alves, ficou de marcar o encontro ainda em 2018, mas pelas declarações do secretário é improvável que a verba volte ao valor de R$ 1 milhão.

Na penúltima plenária do ano, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, desabafou sobre a relação da Prefeitura do Rio com os desfiles das escolas de samba.

“A Prefeitura quer acabar com o carnaval do Rio? Uma fonte de cultura e geração de empregos para cidade. Não pode ser dessa maneira. Todo ano uma surpresa. Foi com muita surpresa que recebemos a informação do corte da subvenção. Em momento algum, nos foi dito que a verba seria diminuída. Causa muita estranheza agora às vésperas do carnaval a informação do corte”, disse Castanheira”.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Nem sempre uma boa ação é uma boa conduta...

Para refletir.

Uma conduta profissional é definida pela empresa visando seu benefício independente se as ações dos empregados forem desprovidas de intenção fraudulenta ou corrupta.

O caso do McDonald´s exemplifica que uma boa ação pode sim ser uma má conduta se esta conduta não for aceita pela companhia. 

Seria correto pensar que quando um empregado da Comlurb, sem interesse próprio e pensando no benefício de alguma comunidade, realiza um serviço que não é atribuição da Comlurb ele está desperdiçando recursos e, portanto, tendo uma má conduta passível de sanção?




Um funcionário do McDonald’s foi demitida por justa causa depois de emprestar sacos de batatas para a rede concorrente, o Burger King. Depois do empréstimo, o empregado que pegou o item emprestado teria devolvido as batatas à loja. A 3ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná considerou a demissão por justa causa excessiva e a converteu, o que fez com que ele conseguisse o direito às verbas rescisórias. Para o TRT, a empresa exagerou na punição, principalmente porque o empregado não era reincidente nem obteve vantagem pessoal com a atitude, que não causou prejuízos ao McDonald’s.

O empréstimo foi descoberto pelo gerente, que percebeu no freezer da unidade um pacote de batata fritas do Burger King. Testemunhas teriam confirmado a atitude, o que motivou a justa causa.

No processo, o funcionário indicou que não obteve nenhuma vantagem nenhuma com a atitude. Segundo ele, a ação seria até altruísta.

O McDonald’s afirmou, por sua vez, que o empregado contrariou as políticas internas da empresa, já que a entrega de produtos deve ser feita com a autorização do consultor de operações. As regras estariam descritas no “Manual de Práticas de Trabalho e Política de Segurança” da rede.




segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Semi reboque K6 Solar

O semi reboque de 3 eixos com capacidade de 44 toneladas e até 50 m³ da empresa italiana COSECO é uma verdadeira estação de transferência capaz de receber resíduos de uma ou mais áreas de coleta por veículos médios pequenos, evitando assim deslocamentos longos para pequenas quantidades.

Sua compactação é realizada com lona simples articulada composta por um carrinho deslizante e uma lâmina de compactação articulada sobre ela, todos movidos por cilindros hidráulicos. Sua descarga 

O grande diferencial é sua operação autônoma com um sistema integrado de módulos fotovoltaicos, acumuladores de energia e motor elétrico que garantem uma operação livre, silenciosa e sustentável.

Analisando...

Considerando um peso específico de 230kg/m³, geração per capta diária de 0,8 kg, e uma taxa de compactação de 3:1, então seria possível carregar o semi reboque com a geração diária de uma população de 43 mil pessoas.

Ou seja, o semi-reboque com essas características seria uma opção como destinação de resíduos de muitos municípios brasileiros que prescindiriam de ter seu aterro sanitário, utilizando, em seu lugar, o transporte para um aterro sanitário distante.

O equipamento pode ser visto também como opção para estações de transferência em assentamentos precários urbanos, locais isolados em alguma metrópole (Ilha do Governador no Rio de Janeiro por exemplo), e até mesmo como destino de eventos temporários como carnaval, reveillon e shows.







O desenvolvimento do semi-reboque compactador, patenteado, cuja operação é completamente autônoma e sustentável, sem produzir ruídos irritantes e gases poluentes é fruto do trabalho de dois entusiastas da energia renovável: Dario Tortorelli e  Pasquale De Bonis.



Diferenças sutis

Combate sistemático e consistente ao desperdício de recursos de um empresa, principalmente uma empresa pública, só é possível entendendo que não existe equipamento, procedimento ou rotina que não deva e possa ser melhorado por mais que estejamos certos de seu bom desempenho.

Questionando e contrapondo o existente em uma espécie de dialética empresarial cronica é o caminho para a melhoria contínua!

Por exemplo:

Para o carregamento de resíduos de poda, porque usar um veículo de borda baixa se podemos usar um veículo de borda alta para aumentar a capacidade de transporte? As imagens sugerem que não deve ser por causa da dificuldade de carregamento pela guarnição.

Carregamento de um veículo de borda alta por uma empresa privada

Carregamento de um veículo de borda baixa na COMLURB

Jolly Lift - COSECO


O "Jolly Lift" da empresa italiana COSECO é um veículo de satélite de 4 a 7,5 toneladas adequado para carregamento a partir do nível da estrada e transporte de unidades tipo roll on rolloffs, tais como caçambas metálicas e plataformas multiusos.
As caçambas metálicas de 5-7 m³ tem formato que favorece a descarga de resíduos sólidos urbanos direto em compactadores de carga traseira de médio e grande porte.

O equipamento parece ser uma opção para a coleta de resíduos ponto a ponto em assentamentos precários urbanos em substituição ou em complemento aos poli guindastes duplos e caixas compactadoras estacionárias.








domingo, 23 de dezembro de 2018

Ferramentas para Inovação de Serviços


É crescente a demanda por métodos de gestão de processos mais ágeis na área pública. As fases e os métodos exigidos na gestão de portfólio tradicional de projetos são extensas e burocráticas e tornam esse modelo na contramão da exigência da sociedade. Neste contexto, metodologias ágeis, simples e que trazem agilidade aos processos estão se tornando cada vez mais comuns como por exemplo as seguintes:


Scrum


A metodologia Scrum, também conhecida como Metodologia Ágil, foi criada nos anos 1990 por Ken Schwaber e Jeff Sutherland, que viram os gargalos no gerenciamento de projetos “clássico”. Devido a isso desenvolveram um método capaz de resolver problemas complexos, de maneira criativa, com foco na entrega de produtos de alto valor agregado. Uma das características principais do método é sua capacidade de lidar com situações complexas utilizando o conhecimento e a experiência para a tomada de decisão. Para isso, ele utiliza uma abordagem iterativa e incremental com equipes multifuncionais para desenvolver produtos com maior valor agregado.

O Scrum é desenvolvido sempre por um “Time Scrum”, que deve ser auto gerenciável e com pessoas de habilidades e competências complementares. O modelo desse estilo de time é focado em gerar maior flexibilidade, criatividade e produtividade.

Sugestões de Leituras:



O método Lean é um método de melhoria de processos, com foco na melhoria contínua da gestão e dos processos de uma organização. Significa criar um sistema de gestão enxuto (lean). A essência do pensamento lean é a contínua eliminação de atividades desnecessárias, os desperdícios, que permeiam praticamente todos os tipos de processos, assistenciais, de suporte e administrativos. Se formos capazes de eliminar o esforço desnecessário, haverá mais tempo e recursos disponíveis para as coisas realmente importantes. Eliminar desperdícios significa ser capaz de deixar de fazer o que é irrelevante, liberando capacidade de trabalho para aprimorar aquilo que realmente interessa. Isso implica repensar a maneira como se lidera, gerencia e desenvolve pessoas.  



Sugestões de Leituras:



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Comunitas é uma organização da sociedade civil brasileira que tem como objetivo contribuir para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos e estimular a participação da iniciativa privada no desenvolvimento social e econômico do país. 





sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Sem apadrinhamento:




Se você pensa que só apadrinhados compõem a equipe de um deputado, no Congresso Nacional, então você está enganado. A deputada federal eleita Tabata Amaral, do PDT de São Paulo, decidiu abrir uma exceção e lançou processo seletivo público para formar sua nova equipe de gabinete. As vagas são para assessor legislativo, coordenador de comunicação, assessor político, coordenador de agenda política, assessor e assistente de comunicação. As oportunidades são, em sua maioria, em Brasília/DF, e o restante na capital de São Paulo.



Os contratados trabalharão no gabinete da deputada eleita ou no gabinete compartilhado, estrutura que será criada por Tabata e por mais dois parlamentares também recém eleitos, Alessandro Vieira (senador por Sergipe) e Felipe Rigoni (deputado federal pelo Espírito Santo). Os três são integrantes do Acredito, movimento de renovação política criado por jovens com a finalidade de lutar pela diminuição das desigualdades e mudar a forma de se fazer política.

Os parlamentares, além de optar por convocar seus funcionários através de uma seleção, também lançam um programa de recrutamento de talentos para a estrutura de gabinete compartilhado entre os três – um coworking no Congresso. A utilidade seria ter pessoas de diferentes gabinetes usando o mesmo espaço para trabalhar juntos, como uma startup política.

São mais de 40 vagas no total, somando os três gabinetes individuais de cada parlamentar e o gabinete compartilhado.

As principais etapas do processo seletivo são: análise de currículo, testes online de raciocínio lógico e perfil profissional, envio de vídeo, teste de alinhamento de valores e integridade ética, entrevista por competências, entrevista com chefes de gabinetes e painel final com os eleitos.

O processo seletivo é intitulado Talentos no Congresso e funcionará como um programa de trainee, com uma seleção rigorosa em várias etapas feita para cargos chave do gabinete de cada um dos três parlamentares eleitos e para a equipe multifuncional que irão compartilhar. O processo começa dia 6 de dezembro e termina dia 23 de janeiro de 2019.



Currículo
Tabata Claudia Amaral de Pontes é cientista política formada em Harvard e ativista pela educação brasileira. Filiada ao Partido Democrático Trabalhista, foi eleita deputada federal por São Paulo, sendo a sexta candidata mais votada no estado, com 264.450 votos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Mortandade de Peixes - versão 2018

Comlurb já recolheu 13,6 toneladas de peixes mortos na Lagoa Rodrigo de Freitas
Segundo biólogo, Canal do Jardim de Alah entupido por areia pode ter impedido a renovação da água e provocado a mortandade
Gustavo Goulart
 Até as 18h desta quinta-feira, a Comlurb já havia retirado 13,6 toneladas de peixes mortos, principalmente savelhas, da Lagoa Rodrigo de Freitas. Os alertas do biólogo Mário Moscatelli sobre as condições da lagoa foram confirmados na manhã desta quinta-feira com uma grande mortandade de peixes. O profissional percorreu trechos da lagoa e descobriu pontos de lançamento de esgoto e o Canal do Jardim de Alah totalmente entupido por areia, o que impediu a renovação da água e pode ter sido um dos principais motivos para a mortandade. 
Paisagem foi alterada por causa da mortandade Emily Almeida / Agência O Globo

A Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) atribuiu a morte de peixes à proliferação de cianobactérias e fitoplânctons. Segundo nota da prefeitura, esses microrganismos têm ciclo de vida rápido, se proliferam com as altas temperaturas e, ao morrerem, consomem muito oxigênio. Moscatelli disse que fez uma vistoria em pontos da lagoa com técnicos da Subsecretaria de Meio Ambiente e que não encontrou na água condições que indicassem a presença de microrganismos.  
— Posso estar errado, pois não fiz análise da água. Mas, vi a água muito clara. Não consegui identificar onde está essa proliferação de microrganismos. A água com a presença deles fica com cor opaca. O comportarmento que estou vendo dos peixes e crustáceos remete a mortandades anteriores, que não tiveram a ver com microrganismo. Embora tenha melhorado, continua o lançamento de esgoto. Além disso, o canal do Jardim de Alah está completamente entupido por areia. E também há a situação climática agressiva — comentou Moscatelli. 
Ele destacou que, dessa vez, a mortandade não se limitou às savelhas, cuja suposta super-população já foi usada, no passado, como argumento pelas autoridades.
— Calor, Canal do Jardim de Alah obstruído e lançamento de esgoto formam a receita certa para a mortandade. Tem de tudo aí. E não é savelha, não. Dessa vez, não tem aquela história de super população de savelhas. São todas as espécies. Robalo, Parati, Tainha, Tilápia, está variado o cardápio — contou o biólogo. 
Por meio de nota, a Seconserma disse que os órgãos ambientais estão em alerta desde a madrugada, mas não mencionou o entupimento do canal, um dos principais motivos do fenômeno da mortandade, de acordo com o biólogo. 
Atleta em treinamento no meio da lagoa com peixes mortos Emily Almeida / Agência O Globo
“Os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento da Lagoa estão em alerta desde esta madrugada, quando se registrou tendência declinante nos valores das concentrações de Oxigênio Dissolvido (OD) na água, com forte perda desses níveis, chegando de 0h30 até a última leitura das 10h ao valor de = < 0,1mg/L, indicando início de anoxia (ausência ou diminuição de oxigênio)"; explicou em nota.
Para o ambientalista, a prefeitura está perdendo uma boa oportunidade para acelerar a troca de água da lagoa, já que os níveis de maré estão altos, muito pela proximidade da lua cheia.
— Observando a tábua de marés do Centro de Hidrografia da Marinha, sabemos que a uma hora e dois minutos da madrugada desta quinta-feira (ou 2h02m fora do horário de verão) a maré chegou a 1.2 metro. É muito alto. Às 7h28m, a maré atingiu 0.2. É maré de escoamento, de baixa mar. Depois, às 14h11m, a maré atingiu 1.1. E às 20h49m, 0.1, muito baixa. A prefeitura teve oportunidade de facilitar a troca, mas não desobstruiu o canal. No próximo sábado, teremos lua cheia. Maré de 1.3 às 3h28m, no horário de verão. Alta demais. Possibilitaria entrada de água na Lagoa. Se a prefeitura não ficar esperta e aproveitar, vai perder uma oportunidade de ouro. Pois vamos ter marés altas até quarta-feira, quando teremos 1.1. As mais intensas, sábado e domingo, com 1.3 - alertou. 
Para a operação de limpeza da Lagoa foram necessários 601 garis, 61 agentes de limpeza e quatro catamarãs.
Também por nota, a Seconserma disse que a Fundação Rio Águas está monitorando as comportas para a renovação da água da lagoa, mas também não mencionou o entupimento do canal.  
"A Fundação Rio-Águas está mantendo as comportas do Canal do Jardim de Alah abertas desde do dia 14/12 e a da General Garzon, desde hoje, às 10h30m, a fim de reduzir a temperatura da água e melhorar a oxigenação. Contudo, a maré está baixa e a ausência de vento também não colabora para que ocorra a troca de água entre o mar e a lagoa". 
— Se não nos adaptarmos às novas condições climáticas, com toda tecnologia que temos à disposição atualmente, de nada adiantará a simples tarefa de desobstruir o canal e facilitar a troca de água — concluiu Moscatelli.
O trabalho da Comlurb vai continuar durante toda a madrugada e, se necessário nesta sexta-feira, até cessar a mortandade, informou a Companhia em nota.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

O conceito pouco entendido de Viatura Satélite

"Os minibasculantes são para remoção de lixo público e especial em áreas de difícil acesso, como comunidades e assentamentos. Eles podem agora despejar o lixo diretamente nos caminhões compactadores de 19m3 sem precisar passar pelas estações de transferências, dando mais agilidade aos serviços. Os da antiga frota tinham capacidade de apenas 3m3."
Apesar de apregoado como uma inovação, o veículo com caçamba de 5m3 foi utilizado pela primeira vez em 2014, quando a Diretoria de Serviços Oeste aposentou todos os seus antigos tratores e adotou uma viatura satélite diferente do antigo modelo "Pitt Bull" 

Viatura satélite de 5m3 da zona oeste em 2014

"Pitt Bull" surgiu de uma série de tentativas de ajuste do equipamento a problemas de manutenção sem a busca da verdadeira causa através de um criterioso exame e questionamento. O resultado foi um equipamento mais voltado para um mini basculante que para uma viatura capaz de ser realmente um satélite. 

"Pitt Bull" operando em uma comunidade

O conceito de viatura satélite, conforme adotado na Europa, nunca foi plenamente entendido pelos técnicos responsáveis por definir suas especificações, assim como os responsáveis por sua operação. Vendo o equipamento mais como um minibasculante direcionaram sua utilização para remoção de entulho e volumosos e o distanciaram do objetivo de apoio a coleta domiciliar ou resíduo de varrição.


Nova frota de caminhões para área de Bangú e Realengo

A frota da Comlurb é renovada por etapas. Em 2017, a renovação se deu nos veículos leves. Este ano, foi renovada a frota da coleta seletiva. E, agora, chegou a vez dos veículos da região administrativa de Bangu e Realengo. Dos 45 novos veículos entregues nesta quarta, 22 são compactadores (14 de 19m3 e outros oito de 15m3); 12 basculantes (sete deles de 12m3 e cinco, de 7m3); oito minibasculantes, de 5m3; e três poliguindastes duplos.


– São veículos que  permitem o transbordo dos resíduos que são coletados dentro das comunidades nos  compactadores, que, aí sim, vão para as estações de transferência. Esses veículos têm uma série de inovações tecnológicas em relação aos que já estavam operando – afirmou Tarquínio Prisco, presidente da Comlurb.





AS INOVAÇÕES QUE AUMENTAM A SEGURANÇA


Os minibasculantes são para remoção de lixo público e especial em áreas de difícil acesso, como comunidades e assentamentos. Eles podem agora despejar o lixo diretamente nos caminhões compactadores de 19m3 sem precisar passar pelas estações de transferências, dando mais agilidade aos serviços. Os da antiga frota tinham capacidade de apenas 3m3.

Os novos compactadores possuem faróis de LED posicionados na traseira para auxiliar nos trabalhos noturnos, aumentando a visibilidade, ao mesmo tempo em que a geração de calor para o gari é menor. A mudança do guincho hidráulico para içamento de caçambas estacionárias abertas de 5m³ nos compactadores de 19 m3 da parte superior para a traseira reduz os riscos de derrubada de galhos ou de atingir fiações.

Os alertas luminosos estão agora na dianteira e na traseira dos veículos, para garantir que fiquem mais visíveis no trânsito. Os prefixos dos veículos podem ser vistos em todos os lados da nova frota, para facilitar que sejam identificados e monitorados.

A Comlurb continua priorizando a segurança na renovação dos veículos da frota. Todos os compactadores possuem botões de emergência dos dois lados para parada imediata do ciclo de compactação em caso de emergência. Há ainda uma campainha de fácil acesso entre o gari e o motorista para comunicação de qualquer evento. Vale lembrar que os caminhões continuam mais silenciosos do que os de frotas antigas por terem transmissão automática.


A FROTA TOTAL DA COMLURB:


• 671 veículos para limpeza urbana (caminhões): 641 terceirizados e 30 próprios;

• 254 veículos leves (carros pequenos e vans);

• 256 máquinas e equipamentos (minitrator/ pá carregadeira/minivarredeira, entre outros): 158 terceirizados e 98 próprios.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Uma questão de interpretação

TERCEIRIZAÇÃO

O Decreto nº 28981 de 31 de janeiro de 2008 que trouxe o manejo arbóreo para a Comlurb determina em seu Art. 1º a constituição “Diretoria de Conservação de canteiros, praças, parques, podas e rios que fica responsável, pela conservação, manutenção e reformas de todos os canteiros, praças e parques da Prefeitura assim como o programa "guardiões dos rios" e as podas de árvores”.

Ser responsável por algum serviço público não obriga que o órgão seja o executante do serviço podendo delegar a execução para parceiro privado através de contrato de terceirização ou concessão mantendo para si a regulamentação e fiscalização do serviço.

E uma empresa terceirizada para a poda poderia se interessar em buscar receitas acessórias realizando serviços privados e beneficiando o material produzido.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Equipamento de Destoca de Raizes

O melhor presidente que a Comlurb já teve, Paulo Carvalho, sempre dizia que temos que incansavelmente economizar nas pequenas coisas para poder investir em grandes coisas que poderão gerar mais economia. Um círculo virtuoso que demanda dedicação de todos os empregados, dos que tem condições de economizar nas pequenas coisas até aqueles que decidem em investir em grandes necessárias coisas.

Existem equipamentos praticamente para todos os serviços de limpeza urbana, o que não existe são recursos para ter estes equipamentos a disposição. 

Se o circulo virtuoso do saudoso Paulo Carvalho ainda estivesse no pensamento de todos, talvez surgisse a oportunidade de isentar os garis do sacrificante serviço de destoca de raízes utilizando marreta "Sexta Feira" de 13 Kg e picareta.  




quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Grandes Líderes!



https://www.jrbconsultoria.com/

equipamento compacto multiuso para roçada


Exemplo de implemento para roçada instalado em equipamento compacto. A troca de implementos transforma o equipamento compacto em um recurso multiuso ideal para demandas que não justificam seu pleno uso apenas com um tipo de função.


Se hoje o equipamento compacto opera com um implemento de capina mecanizada, amanhã pode operar com um de varrição, depois com um de roçada e até mesmo, em sua versão mais usual, carregamento de viaturas.





terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O Parlamentarismo Municipal


O artigo aborda de forma mais ácida problema descrito no Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do grau de Especialista em Gestão Pública com ênfase em governo Local – Infraestrutura LocalAgência Municipal Reguladora de Serviços Operacionais Urbanos



Sérgio Ramalho

CRIVELLA TERCEIRIZA GESTÃO E QUEM MANDA NO RIO É PAULO MESSINA, UM VEREADOR COM 15 MIL VOTOS


ÀS VÉSPERAS DE COMPLETAR dois anos à frente da Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella terceirizou a gestão municipal na esperança de reverter os números negativos de seu mandato, o mais impopular dos últimos 25 anos, segundo o DataFolha. Nos bastidores da política municipal, o desconhecido vereador Paulo Messina, responsável pela Casa Civil, passou a ser tratado como primeiro-ministro e vê seu poder aumentar à medida que o bispo-prefeito diminui enquanto gestor.

Pouco interessado no rame-rame da administração municipal e tido como gestor hesitante, Crivella não demorou a vestir a carapuça de monarca meramente decorativo. É Messina, e não Crivella, que responde publicamente sempre que a prefeitura é cobrada por algum tema mais espinhoso, caso das chuvas que provocaram alagamentos em vários pontos da cidade no fim de novembro. Foi o secretário e não o prefeito que passou a segunda-feira no Centro de Operações minimizando os problemas em entrevistas à imprensa.

“O prefeito não tem a mínima vocação para a administração pública e, por isso, terceirizou sua função para o chefe da Casa Civil”, diz um ex-aliado político e servidor de carreira, exonerado de uma função de chefia após desavenças com o “primeiro-ministro”. “Crivella quer aplausos, não vaias.”

Mas tanto acúmulo de poder nas mãos de Messina vem gerando insatisfação e disputas entre antigos aliados de Crivella. No último domingo, uma reportagem sobre o racha na gestão municipal publicada no Jornal do Brasil levou Messina à beira de um ataque de nervos. Indignado, ele foi ao Facebook e num textão não poupou críticas aos “inúteis que ficam espreitando nas suas salas, tão próximos ao prefeito, fazendo negócios escusos na cara de todo mundo, cantando bravatas e, agora, passando notas”. “Infelizmente, ou melhor, felizmente, esse tipo de merda dentro da prefeitura me odeia”, ataca o primeiro-ministro, sem citar os nomes dos funcionários que estariam envolvidos em negócios escusos tão próximos a Crivella.


Crivella costuma fazer trocadilhos com o nome do vereador: “Me ensina”.  

Vereador de pequena expressão, reeleito com pouco mais de 15 mil votos, Messina se identifica em seus perfis no Facebook, Twitter e Instagram como “Matemático, professor e vereador do Rio”. Com a ressalva de que os perfis são “exclusivamente pessoais”, ele pede que respeitem seu espaço. Neles, não há referência ao cargo de chefe da Casa Civil. Ele começou a carreira política no PV nas eleições de 2012, mas, logo no primeiro mandato, pulou para o Solidariedade, ficou um breve período sem partido, depois entrou para o antigo PMDB. De lá, saiu para se reeleger pelo PROS, mas logo se converteu ao PRB do bispo-prefeito. Ideologia parece não ser o forte do político, que em seis anos passou por cinco partidos.

O tom professoral usado por Messina nas reuniões encantou Crivella, que costuma fazer trocadilhos com o nome do vereador: “Me ensina”, pede o prefeito em reuniões. Enquanto Crivella passou o primeiro ano do mandato tentando em vão emplacar o filho Marcelo na Casa Civil, decisão proibida pelo STF por caracterizar nepotismo, Messina cresceu.


As contas que não fecham

Ex-líder do governo na Câmara Municipal, Messina pavimentou o caminho até a Casa Civil conseguindo a aprovação de quatro dezenas de projetos de lei de autoria do Executivo. Entre eles, o que permitiu a revisão dos valores da base de cálculo do IPTU do Rio. Há 20 anos ela não era atualizada. Messina foi à lousa e fez contas para mostrar aos vereadores a necessidade de atualização da alíquota do tributo, mas convenceu mesmo com a velha política do toma lá, dá cá. Vereadores que votaram a favor do aumento do IPTU foram agraciados com a indicação de aliados para ocuparem postos na Prefeitura.

Na ponta do lápis, o matemático falhou. A atualização do IPTU não corrigiu antigas discrepâncias e fez aumentar injustiças na cobrança do tributo. Os bairros da zona oeste foram os mais impactados. Em Vila Kennedy, por exemplo, moradores que eram isentos receberam carnês com valores acima de R$ 1 mil. Muitos desses contribuintes vivem em imóveis antigos e em ruas sem pavimentação e mal iluminadas. Com a aprovação do imposto progressivo, o próximo carnê vai chegar com valores ainda mais salgados.

A conta também pesou para o município, que é a capital recordista na concessão de isenções ao IPTU: 40% dos imóveis cadastrados na base de IPTU continuam sem pagar o imposto o que gera perda estimada aos cofres da cidade de aproximadamente R$ 500 milhões ao ano. Parte desses imóveis são ocupados por igrejas, isentas do pagamento de IPTU graças à uma lei aprovada por Crivella enquanto senador.

Paulo Messina também errou nas contas ao defender a aprovação de uma escala de serviço de 12 horas trabalhadas por 60 horas de descanso para os guardas municipais. A GM do Rio é a única entre as capitais a ter essa escala de serviço. Na ponta do lápis, quem perdeu foi o controle urbano – a escala anterior era de 12 horas de trabalho, para 36 de descanso. A cidade está tomada pela desordem.

Na mesma enchente em que Messina se desdobrou para defender a falta de ação do município para impedir alagamentos, quase não haviam guardas municipais trabalhando para orientar os moradores. Tampouco a prefeitura parece se importar com o sem fim de ambulantes que tomam às ruas do centro e mesmo os trilhos do VLT.

É Messina, e não Crivella, que responde publicamente sempre que a prefeitura é cobrada por algum tema mais espinhoso.
 

Foto: Celso Barbosa/Codigo19/Folhapres
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Napoleão de hospício.

Além de garantir a aprovação de projetos controversos, Messina também conseguiu o feito de arquivar ao menos três pedidos de impeachment contra Crivella. Para isso, chegou a ser exonerado do cargo para voltar à Câmara e votar a favor do chefe. Habilidade que não demonstrou para evitar que o ex-secretário de Educação César Benjamin fosse alvo de uma CPI que apura suposta prática de assédio moral e os contratos emergenciais assinados durante a sua gestão. Talvez a falta de empenho se explique pelo fato de Benjamin ter lhe pespegado o apelido de Napoleão de Hospício.

As desavenças entre Benjamin e Messina começaram em meio a reuniões de secretariado, com direito a acalourados bate-bocas, que não raro se estendiam às redes sociais, indo parar, claro, na imprensa. O primeiro ministro de Crivella queria ampliar sua área de influência e não poupou esforços até conseguir a saída de Benjamin. A queda de braço terminou em julho com a exoneração do secretário de Educação. Benjamin, ex-guerrilheiro do MR-8 no período da ditadura militar, saiu atirando e num dos posts repetiu publicamente no Facebook o apelido de Messina nos corredores da prefeitura. A alcunha pegou.

Benjamin não foi o único a ter problemas com o escolhido de Crivella. Desde que assumiu a Casa Civil, Messina cortou recursos de pastas, exonerou indicados de velhos aliados do bispo-prefeito e aumentou seu próprio orçamento. Para 2019, vai ter a disposição um orçamento de cerca de R$ 588 milhões, com direito a um acréscimo de R$ 42 milhões.

Em contrapartida, a secretaria de Saúde vai sofrer um corte de R$ 725 milhões. Por trás da tesoura, o matemático planeja agora gerir também os recursos do Feop, o Fundo Especial de Ordem Pública, criado no primeiro ano de governo com o objetivo de garantir caixa para a Secretaria de Ordem Pública investir em… ações de controle urbano.

Para concretizar a mudança, Messina vem articulando na Câmara a aprovação de um novo texto que passe à Casa Civil a responsabilidade de gerir o dinheiro. Até outubro, o Feop já havia recebido cerca de R$ 75 milhões. Pouco antes, o primeiro ministro já havia anexado ao seu espólio o Centro de Operações Rio, o COR, que também estava na estrutura da Seop – com um orçamento de R$ 18 milhões. O COR é a principal vitrine da prefeitura do Rio, pois alimenta o cidadão e a imprensa com informações em tempo real sobre a rotina na cidade.

O matemático, que prefere o colchão ao sistema financeiro, no entanto, parece não ter sido capaz de fazer muito mais do que manter o bispo afastado de processos de impeachment. A presença do primeiro-ministro na Casa Civil não reverteu a imagem de Crivella, tampouco tem ajudado seus aliados. Prova disso foram os resultados das urnas nas últimas eleições. Crivella Filho teve 35 mil votos e não se elegeu deputado federal pelo PRB – ficou na suplência. O coringa do prefeito, Rubens Teixeira (PRB), que em um ano de gestão passou por duas secretarias (Conservação e Meio Ambiente e de Transportes), teve apenas 20 mil votos para deputado federal, ficando de fora do Congresso.