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sábado, 31 de dezembro de 2011

Lixo na areia da praia

Colocar um container na areia é uma mensagem para o usuário da praia de que aquele ponto é o correto para colocar o lixo. Como se estivéssemos dizendo para o cidadão: “sua participação na limpeza da praia termina quando você coloca seu lixo neste ponto”. Uma vez feita a parte do cidadão a responsabilidade a partir daquele ponto é do gari.

A questão operacional é onde colocar o container. Se ficar em um local próximo ao banhista, mas de difícil acesso o acúmulo de resíduos significa que a população fez a parte dela, mas o gari não. Portanto, o container deve ficar onde for melhor operacionalmente considerando acessos de equipamento e esforço do gari.
A faixa de areia da calçada até o mar pode ser dividida em faixas de uso. A primeira faixa, mais próxima da calçada, é a dos esportes com quadras de vôlei e futebol de areia, a segunda faixa é uma linha de barraqueiros e a ultima mais próxima da areia é a faixa de uso dos banhistas que ficam concentrados de tal forma que inviabiliza o manejo de resíduos e acesso de equipamentos. Copacabana tem uma faixa de areia tão larga que podemos acrescentar também uma zona desértica onde a areia é tão quente que não é usada, mas é ideal para a circulação de equipamentos mecanizados

Colocar containers na faixa de uso dos banhistas é suicídio, não haverá acesso produtivo para a remoção dos resíduos acumulados, o acúmulo é certeza de reclamações. Na faixa dos barraqueiros os containers serão usados pelos barraqueiros e o acumulo exigirá esforço do gari para puxada do resíduo até o ponto onde os equipamentos têm acesso. Colocar os containers na faixa de esportes seria mais produtivo, mas pode gerar reclamações por interferência nas quadras de vôlei e futebol.
Considerando o que foi dito acredito que a melhor posição para os containers é a mais próxima possível da calçada. Neste ponto o acesso de viaturas e equipamentos garante a maior freqüência de remoção com menor esforço dos garis. O objetivo operacional durante o dia seria percorrer a linha de containers tantas vezes quanto necessário para garantir o fluxo de escoamento dos resíduos da areia.


Uma campanha direcionada ao banhista para levar seu lixo para os sei lá quantos containers dispostos junto à calçada reforçaria a mensagem que a participação da população na limpeza da praia está em levar o lixo para fora da areia.
Também os barraqueiros, da mesma forma que se esforçam para transportar barracas de praia, cadeiras, geladeiras de isopor cheias de gelo e latas, diariamente para dentro e fora da areia, teriam por imposição de alvará que transportar o lixo gerado na barraca devidamente ensacado para a linha de containers junto à calçada.
No final do dia o lixo remanescente espalhado na areia seria um indicador da incivilidade do banhista e desrespeito do barraqueiro às normas impostas ao seu lucrativo comércio. Claro que continuaria havendo a limpeza das areias, mas a imagem seria de um serviço necessário porque a adesão à boa prática de levar o lixo para fora da areia não é total, culpa do banhista.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Os porquinhos vão à praia




As cestas de lixo nunca serão suficientes para os porquinhos. Porque o que conta é educação e cultura
RUTH DE AQUINO
Era lixo só. No domingo de Natal, ninguém se atrevia a ir à praia em Ipanema e Leblon, os bairros da zelite carioca. É o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, mas o que sobra em dinheiro falta em educação. Todo mundo culpou a Comlurb, a companhia municipal de limpeza. Que direito tem a prefeitura de expor nossa falta de respeito com o espaço público?
É verdade que houve uma falha operacional. Os garis do sábado à noite teriam de dar mais duro para compensar a redução da equipe da Comlurb no domingo. A praia mais sofisticada da cidade, que vai do canto do Arpoador até o fim do Leblon, amanheceu com 25 toneladas de lixo espalhadas, um espetáculo nojento. Cocos são o maior detrito: 20 mil por dia. Mas tem muita embalagem de biscoito e sorvete. As criancinhas imitam os pais que deixam na areia latas de cerveja, copos de mate, garrafinhas de água, espetos de queijo coalho, canudos de plástico. É o porco pai, a porca mãe e a prole de porquinhos.
Adorei o atraso da Comlurb por seu papel didático. Quem andou no calçadão dominical e olhou aquela imundície pode ter pensado, caso tenha consciência: e se cada um cuidasse de seu próprio lixo como pessoas civilizadas? O Rio está cheio de farofeiro. De fora e de dentro. De todas as classes sociais. Gente que ainda não aprendeu que pode carregar seu próprio saquinho de lixo na praia. A areia que sujamos hoje será ocupada amanhã por nós mesmos, nossas crianças ou os bebês dos outros. Falo do Rio, mas o alerta serve para o Brasil inteiro neste verão. Temos um litoral paradisíaco. Por que maltratar as praias?
Na Cidade Maravilhosa, o terceiro maior orçamento da prefeitura é o da Comlurb. Só perde para Educação e Saúde. Por ano, a prefeitura gasta R$ 1 bilhão coletando lixo dos prédios e das ruas. “Para recolher a lambança que as pessoas fazem nas ruas, parques, praias, são gastos R$ 550 milhões”, me disse o prefeito Eduardo Paes. “Daria para construir 100 escolas num ano, ou 150 creches, ou 200 clínicas da família.”

No ano passado, Paes criou o “lixômetro”, uma medição do lixo público nos bairros. Quem reduzisse mais ao longo do ano ganharia benfeitorias. O campeão foi a Cidade de Deus, comunidade carente pacificada. Menos lixo no espaço público significa economia para o contribuinte e trabalho menos penoso para os garis. A multa no Rio, hoje, para quem joga lixo na rua é de R$ 146, mas jamais alguém foi multado. Os guardas municipais raramente abordam os sujismundos e preferem tentar educar, explicar que não é legal.
As cestas de lixo nunca serão suficientes para os porquinhos. Porque o que conta é educação e cultura
Os porquinhos adoram um argumento: não haveria cestas de lixo suficientes. Na orla, as 1.400 caçambas não dariam para o lixo do verão. A partir de fevereiro, as caçambas dobrarão de volume, de 120 litros para 240 litros. E nunca serão suficientes. Porque o que conta é educação e cultura. Ou você se sente incapaz de jogar qualquer coisa no chão e anda com o papel melado de bala até encontrar uma lixeira, ou você joga mesmo, sem culpa nem perdão. O outro argumento é igual ao dos políticos corruptos: todo mundo rouba, por que não eu? Pois é, todo mundo suja, a areia já está coalhada de palitinhos, plásticos e cocos, que diferença eu vou fazer? Toda a diferença do mundo. O valor de cada um ninguém tira.
Em alta temporada, 200 garis recolhem, de 56 quilômetros de praias no Rio, 70 toneladas de lixo aos sábados e 120 toneladas de lixo aos domingos. A praia com mais lixo é a da Barra da Tijuca. Em seguida, Copacabana. Tenham santa paciência. Quando vejo aquela família que leva da praia suas barracas, cadeirinhas e bolsas, mas deixa na areia um rastro de lixo, dá vontade de perguntar: na sua casa também é assim?
A tímida campanha do “Rio que eu amo eu cuido” mostra que muito mais conscientização será necessária. A China produziu um gigantesco rolo compressor antes das Olimpíadas: em outdoors nas ruas, programas de rádio e televisão, o governo pedia à população que não cuspisse e escarrasse na rua. Era uma forma de tentar mostrar ao mundo que o povo não era tão mal-educado.

Experimente responder a estas perguntas. Jogo lixo na rua? Já deixei lixo na praia? De carro, furo o sinal vermelho? Acelero no sinal amarelo para assustar o pedestre? Buzino sem parar e xingo no trânsito? Dirijo depois de beber? Deixo meu cachorro fazer cocô na rua sem recolher? Já fiz xixi publicamente? Corro de bicicleta na calçada, pondo em risco velhinhos e crianças? Abro a mala do carro estacionado para fazer ecoar meu som predileto?

Que tal ser um cidadão melhor e menos porquinho em 2012?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Trem de Lixo na Alemanha

Os caminhões de coleta foram concebidos como um reboque que pode ser puxado por um trator. O veículo era o mais baixo possível para facilitar o esvaziamento manual. O primeiro reboque foi atrelado ao trator, um segundo reboque pode ser também atrelado fazendo um trem de cerca de 17 metros de comprimento e capacidade de 13 metros cúbicos de resíduos. Este conjunto operou por duas décadas em Colonia – Alemanha até todos os existentes serem destruídos na Segunda Guerra.

Lixo acumulado nas praias do Leblon e de Ipanema afugenta banhistas




http://oglobo.globo.com/rio/lixo-acumulado-em-praias-da-zona-sul-afugenta-banhistas-3513399

O céu encoberto por nuvens e o lixo acumulado tornaram as areias das praias de Ipanema e do Leblon pouco atraentes para cariocas e turistas no domingo de Natal. O ambulante Manuel de Souza disse que, ao chegar ontem às 6h à Praia de Ipanema, na altura do Posto 9, já encontrou a areia cheia de detritos, principalmente cocos abertos e produtos de plástico.
- A população é mal-educada, mas também não vi nenhum funcionário da Comlurb. O lixo de ontem (sábado) está todo aí - reclamou.
Antônio Souza, funcionário de um hotel no Leblon, contou que no dia anterior funcionários da Comlurb haviam pedido uma contribuição para o fim de ano.
- Muito engraçado isso. Ontem (anteontem) eles passaram pedindo caixinha de Natal. Hoje (ontem), eles não apareceram para limpar a praia - afirmou.
A turista inglesa Jane Douglas passou o Natal e também estará na cidade no réveillon. Ela se incomodou com o lixo acumulado na Praia do Leblon, na altura do Jardim de Alah:
- O Rio é lindo, mas andar em meio a todo esse lixo realmente é muito desconfortável.

Apenas por volta das 13h repórteres do GLOBO viram funcionários da Comlurb na areia do Leblon. Nesse horário, nas praias de Copacabana, Leme e Vermelha, o lixo já tinha sido recolhido. De acordo com a Comlurb, o planejamento da limpeza durante o Natal foi o mesmo para toda a orla. Os garis terminaram o trabalho às 17h de sábado e retornaram às praias às 9h de ontem. A companhia não soube informar por que havia grande quantidade de lixo nas praias de Ipanema e do Leblon.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

VALPARAISO - CHILE


Encontrei na parte alta de Valparaiso no Chile ruas sinuosas, vielas e escadarias que podem ser descritas como um bairro boêmio artístico tal qual Santa Tereza no Rio de Janeiro misturado com o que deverão ser as comunidades pacificadas com UPPs daqui a alguns anos após intervenções urbanísticas e de serviços que vem a reboque com o programa municipal “UPP Social”.
O fluxo de resíduos das vielas para os logradouros em Valparaiso é semelhante ao encontrado em comunidades no Rio de Janeiro. As vielas, tal qual pequenos afluentes, descarregam sua carga em pontos nos logradouros onde os equipamentos convencionais de coleta de lixo circulam, então, na boca de cada viela faz-se um ponto de lixo que apesar de necessário é incomodo aos olhos.
A questão parece ter dois focos de solução:
1) aumentar a freqüência de passagem dos equipamentos para reduzir a visibilidade do resíduo constantemente recebido das “vielas-afluentes”, e, ou,
2) reconhecer e aceitar a existência do ponto de acumulação de resíduos e melhorar a ambiência através de projetos urbanísticos.






O lutocar voltou... E agora?

http://www.rio.rj.gov.br/web/guest/exibeconteudo?article-id=2388259

Conforme publicado neste blog em 25 de outubro de 2010 o retorno do lutocar e a conseqüente extinção dos containers na varrição é parte de um conjunto maior de ações necessárias para encarar a varrição como um processo a ser melhorado

Considerações sobre o processo de varrição:

1. Promover a extinção do uso dos containers na atividade de varrição, pois não são projetados estruturalmente e ergonomicamente para percorrer os dois mil metros diários esperados para um varredor.

2. Considerar que o uso de sacos plásticos é inerente ao serviço de varrição, seu uso deve ser racionalizado, mas não extinto. É necessário promover uma análise de valor das características do produto como oportunidade de redução do custo unitário para redução do montante disponibilizado em sua aquisição, apesar do custo anual per capta não ser significativo.

3. Considerar retorno do uso do “Lutocar” como principal equipamento para o acondicionamento de resíduos de varredura, pois são projetados estruturalmente e ergonomicamente para percorrer os dois mil metros diários esperados para um varredor.

4. Considerar retorno da “remoção rápida” intensificando o uso de minibasculantes ainda mais compactos próximos ao tamanho de uma caminhonete trabalhando de forma combinada os veículos compactadores

5. Considerar o uso de um carrinho de 500 litros (170Kg), o “Gariquichá”, como uma opção para o acondicionamento de resíduos de varredura. Além de ser uma oportunidade de reduzir o consumo de sacos plásticos na varredura o “Gariquichá” pode ser utilizado para transportar resíduos de limpeza de ralos e roçada. Com modificações em sua caçamba podem ser criadas opções especiais para transporte de roçadeiras ou material de combate a pichação. Existindo “Gariquichás” pode haver a oportunidade de eliminar o custo de fabricação dos atuais carrinhos de mão na IGF.

6. Considerar o uso de caixas metálicas como uma opção para o armazenamento de resíduos de varredura em áreas públicas com local reservado para acondicionamento de lixo, tipo Ecopontos, e instalações da Comlurb com boa área de serviço. Sua utilização deve ser condicionada a existência de viatura compactadora com guindaste “Cangurú”

7. Considerar o uso de containers semi-enterrados como uma opção para o armazenamento de resíduos de varredura em regiões específicas da cidade onde sua presença entre em harmonia com o logradouro, ou em instalações da Comlurb com pouca área de serviço. Sua utilização deve ser condicionada a existência de viatura compactadora com guindaste “munk”.

8. Desenvolver uma viatura compactadora que combine guindaste “munk” e guindaste “canguru” como objetivo de aumentar a flexibilidade operacional para coleta de resíduos de varredura em caixas metálicas, containers semi-enterrados, vazamento de viaturas “satélite” e também coleta direta de sacos em logradouro.

9. Estudar para cada Região Administrativa qual o conjunto de equipamentos de acondicionamento, armazenamento e transporte de resíduos de varredura mais adequado do ponto de vista operacional e financeiro.

O Lutocar está de volta!



Praticamente uma década foi o tempo para as pessoas reconhecerem a falácia do uso de containers como equipamento de remoção de resíduos de varrição. O Lutocar está de volta com nova programação visual, linda! O mesmo projeto de antes, simples e eficaz, ergonômico, mas outrora abandonado em nome da gambiarra chamada containers.



Vitória do bom senso! Benefício para os garis!


O remo olímpico tem a ver com este blog...

http://www.youtube.com/watch?v=9GaDqzSDBk8

O que o remo olímpico tem a ver com este blog?

http://www.youtube.com/watch?v=9GaDqzSDBk8&playnext=1&list=PL641FA0E631862080




Ao longo de algum tempo desenvolvi uma metáfora que compara a rotina operacional da Limpeza Urbana com a prática do remo olímpico, esporte que tanto gosto e pratico.

O remo olímpico é uma repetição contínua de um mesmo ciclo, o ciclo da remada composto de um conjunto de movimentos iguais para todos no barco e também para todos de todos os barcos em regata. Diferente de outros esportes como o futebol onde um ou outro jogador se destaca em relação aos demais e o movimento é livre dentro do gramado, o remo olímpico exige que todos façam a mesma rotina de movimentos.

Da mesma forma o dia a dia da Limpeza Urbana é uma repetição contínua de mesmos procedimentos e protocolos. O varrido ontem é varrido hoje e o será amanhã, os roteiros de coleta percorrem os mesmos logradouros, as feiras são no mesmo dia a cada semana. O gestor de Limpeza Urbana gerencia a rotina, que é semelhante entre as diversas regiões.

Barcos com remadores executando os mesmos movimentos têm velocidades diferentes alcançadas pelo esforço e dedicação de seus atletas e, principalmente atenção aos detalhes do conjunto de movimentos de cada remada, da primeira a última na regata. Não adianta ser a melhor gestão de Limpeza Urbana no inverno quando a demanda é menor e perder a regata no verão quando tudo parece complicar, das férias escolares ao aumento na velocidade de crescimento da vegetação, passando é claro por eventos tipo Reveillon e Carnaval.

No remo olímpico também existe a figura do timoneiro, o “patrão”, atleta que não rema, mas conduz o barco, orienta o ritmo das remadas, motiva. Nas palavras de um remador: “o timoneiro ajuda quando a saca de arroz cai nas costas”, lá pelo meio da regata quando todo o corpo grita para reduzir o esforço e o cérebro se questiona o porquê daquele sofrimento, o timoneiro faz o remador fazer mais que gostaria. O gestor de Limpeza Urbana seja ele Diretor, gerente, encarregado é o timoneiro do conjunto de atletas garis.

Somente uma equipe muito entrosada, disciplinada e experiente prescinde de um timoneiro, como os barcos “sem patrão”. Mesmo nestes casos a figura do timoneiro é substituída pela lembrança do treinador acompanhando o barco com sua lancha.

Enfim o dia a dia da Limpeza Urbana é como o remo olímpico, maravilhoso!

Apresentação do Lutocar - Entrevista Record





sábado, 17 de dezembro de 2011

Água da terra para o mar



Av Atlântica após chuvas com água indo do logradouro para a praia, inverso do normal em ressaca quando estamos acostumados com água da praia para o logradouro

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ponto de Entrega Voluntária com Moloks

Seqüência de Moloks de material reciclado em um parque em Los Condes região metropolitana de Santiago do Chile. O equipamento estava bem novo parecendo ter sido recentemente inaugurado. Por ter acesso de veículos acredito que o arranjo é para receber moradores transportando seu próprio material a ser reciclado compondo um Ponto de Entrega Voluntária – PEV.

Próximo mas separado havia outro Molok para receber lixo do parque.








La Municipalidad Provincial de Cañete - PERU



Papeleira em Santiago - Chile



Posição de containers metálicos em Viña de Mar - Logradouro residencial


Indicação da posição de containers metálicos em um logradouro residencial de Viña de Mar - Chile

Observamos que os containers ficam fora da calçada ocupando uma vaga de carro. Também que a quantidade de containers por extensão é menor que um logradouro comercal

Posição de containers metálicos em Viña de Mar - logradouro comercial

Indicação da posição de containers metálicos em um dos principais logradouros comercias de Viña de Mar - Chile

Observamos que é permitido estacionar à esquerda e todos os containers fical à direita.






Containers Metálicos em Viña del Mar - Chile












SUPER GARI









Foi uma boa idéia criar o “Super Gari”, um personagem lúdico para tentar despertar a questão da necessidade de participação da população no Sistema de Limpeza Urbana. No entanto, a coisa ainda é muito artesanal, amadora e diminuta, uma verdadeira gota no oceano.
Grandes campanhas são necessárias, mas difíceis de articular. Campanhas como as da dengue, do câncer de mama, da lei seca poderiam servir de referência para uma abrangente campanha de cooptação da população sobre a necessidade de manter a cidade limpa.
O problema é que a questão do lixo é uma faceta de algo maior que é a corrosão de espírito cívico. Despertar interesse pelas questões de ambiência pública sobrepuja a necessidade de uma campanha por uma cidade limpa.
Não precisamos somente de uma cidade limpa, precisamos de uma cidade cidadã.







MECANIZAÇÃO DA CAPINA


Certamente existe um limite quando a contratação de mais empregados não é suficiente para superar as expectativas da população e seus governos. Como uma barreira do som a ser superada para alcançar maiores velocidades, a mecanização é o meio pelo qual novos patamares de qualidade e produtividade são estabelecidos.
Não se trata de substituir o homem pela máquina como em uma indústria que adquire um robô. Limpeza Urbana é um serviço, a coisa está mais para o aumento do poderio de um exército que incorpora carros de combate e novas tecnologias a sua infantaria.


O Papamato é um exemplo. Durante o expediente este trator com poderosos chicotes de aço consegue capinar mais que o que conseguiriam uma dúzia de bons garis, e com melhor qualidade! Para onde vão os doze garis? Aumentar a frequência e abrangência da varrição ou limpeza de ralos... sempre há algo a mais para se fazer em limpeza urbana.

O que sua cidade quer?

Valos relacionar a capacidade das pessoas sujarem com a capacidade de um Sistema de Limpeza Urbana limpar. Potencialmente a capacidade de sujar é sempre maior que a de limpar por ser mais fácil atirar algum lixo no chão que varrê-lo, coletá-lo e transportá-lo para um destino final adequado. Temos uma desigualdade onde o elemento “A”, potencial para sujar, é maior que o elemento “B”, potencial de limpar: A > B.
Também é irreal tentar fazer com que B superar A, não podemos ter equipamento e efetivo de prontidão para cada oportunidade que uma pessoa tem de sujar sua cidade. Não é dobrando a frota de caminhões ou trabalhadores que teremos uma cidade mais limpa, teremos uma cidade que se limpa mais, a um custo equivalente para esta opção.
Primeiro temos que buscar formas de reduzir o potencial de sujar através da coerção ou colaboração das pessoas envolvidas com o elemento “A”. Cooptar a população é a forma de reduzir o elemento “A” fazendo com que as pessoas não queiram optar pelo caminho simples de jogar o lixo no chão.
Depois temos que aumentar o elemento “B” tornando o Sistema de Limpeza Urbana não maior, mas mais eficiente e produtivo. Isto se obtém com melhores práticas de gestão e capacitação dos gestores responsáveis por estas práticas.
Então, reduzindo o elemento “A” e aumentando o elemento “B” é certo que a desigualdade se reduz e obtemos uma melhor limpeza. Atentos, no entanto que “A” sempre será alguma coisa maior que “B” pois sempre temos o carona (free rider) em questões de ação coletiva.

As questões fundamentais são: O que sua cidade está fazendo para reduzir “A”? O que sua cidade está fazendo para aumentar “B”? Qual nível de desigualdade entre “A” e ”B” sua cidade está disposta a aceitar?

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O lixo anda!



Um bilhão jogados no lixo!



“Um bilhão de reais por ano para limpar acidade do Rio de Janeiro! Nossa! É muito dinheiro para ser usado em Limpeza Urbana!” Essa é inegavelmente a primeira coisa que passa pela cabeça. Podemos ficar neste ponto e passar adiante que custa caro limpar a cidade, que o povo é sujo, que deve haver desperdício gerado por falta de gestão.

Por outro lado podemos relativizar a informação considerando algumas outras importantes informações. Afinal de contas são seis milhões de habitantes em uma cidade turística e há muito tempo que a “limpeza” deixou de ser somente limpeza.

Um bilhão per capita é o equivalente a pouco mais que 45 centavos por dia para cada morador. Compare isso com o custo de uma ligação no seu celular, ou com o custo do seu ultimo chope. Isso é relativizar. O número absoluto em si é alto, quem não quereria um bilhão no bolso? Um bilhão em um bolso é completamente diferente que um bilhão em seis milhões de bolsos.

“Limpeza Urbana” é o serviço de varrição das ruas e a coleta de lixo, certo? Parcialmente certo. O bilhão da limpeza também inclui a limpeza de hospitais reduzindo o risco de infecção hospitalar, a limpeza de escolas municipais e, pasmem, a preparação da merenda escolar, o manejo das árvores da cidade com a poda e eventual destoca, a reforma de praças, a limpeza da areia da praia, a limpeza de comunidades com acesso diferenciado, o corte de grama, limpeza de grandes eventos, e várias outras pequenas coisas que classicamente não seriam consideradas “Limpeza Urbana”. Coisas que em cidades (sem uma Companhia responsável por tudo isso que custa um bilhão) seriam desmembradas em vários contratos com vários responsáveis fracionando o valor total.

É claro que poderia ser mais barato, talvez se não se jogasse tanto lixo na rua, se após a praia levássemos embora o lixo, se as encostas não fossem lixeiras, coisas simples desse tipo. A Cidade do Rio de Janeiro é como uma dona de casa desleixada descarregando coisas pela casa porque sabe que tem uma boa empregada para por as coisas em ordem.


Audiência Pública - Orçamento 2013 - Comlurb e RioLuz - 31.05.2012 from Rio TV Câmara on Vimeo.

A política do Lixo



Varrição em Santiago do Chile





Outra paradinha aqui, outra ali...
Pode mudar o país e a forma de execução do serviço, no entanto, uma coisa é padronizada mundialmente: a paradinha do gari.



LIXO EM ENCOSTAS

A maior evidência da falta de compromisso de uma pessoa com o espaço público que a cerca é a existência de lixo em uma encosta. O que pensa alguém que joga o lixo na encosta ao lado de sua casa? Pensa? Será que tem a convicção que o lixo desaparece quando a cobertura vegetal aparecer? Passa por sua cabeça que o lixo não tem relação com os ratos, com o odor, com o risco de deslizamentos? Talvez seja uma forma de expressão buscando algo incompreensível quando aparece a turma de garis para limpar a encosta, algo tipo: “veja como eu consegui fazer alguém trabalhar por mim!” Pior que existe o Sistema de Limpeza Urbana presente logo ao lado, provavelmente no início da viela ou escadaria, está ali com sua rotina de containers, veículos e garis.













Se a pessoa sobe com o saco de compras porque não desce com o saco de lixo que é mais leve?
Lixo em encosta é pior do que o também desastroso lixo jogado em rios, pois quem arremessa algo nas águas tem a esperança, ou desculpa, de que a correnteza levará o resíduo para longe. O lixo em encosta fica ali, inerte, exposto, causando um problema sanitário, social, estético, moral visível até os garis aparecerem para removê-lo.

Surpreendente é as diversas vezes que os Garis são postos como vilões do lixo em encosta. A encosta está suja porque os garis não limparam... Não! Não! A encosta está suja porque o lixo é arremessado por pessoas! Por moradores! Por cidadãos!
Uma rotina de limpeza de encostas que exige uma turma específica até de especialistas em escalada e rapel é uma triste necessidade pelo comportamento selvagem de pessoas que usam o discurso da exclusão para fazer o que bem entendem.