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quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Dilema da Limpeza

 Tendo como base o Dilema dos Prisioneiros, onde a racionalidade individual entra em choque com a racionalidade coletiva, podemos apresentar o Dilema da Limpeza.


Tanto para a COMLURB quanto para a população temos duas estratégias possíveis: não cooperar para o bem público, neste caso, não limpar, ou cooperar e limpar. A combinação destas estratégias fornecem quatro situações possíveis.

A primeira combina a estratégia de não cooperação tanto da COMLURB quanto da população. Temos a completa ausência de Limpeza Urbana que pode ser visualizada após alguns dias de greve dos empregados.

Combinar a estratégia de não cooperação da COMLURB com a cooperação da população se justifica em áreas urbanas consideradas particulares. Quando acontece em local público, a população toma a iniciativa da ação coletiva por ausência do poder público. Há uma inversão de valores como quando se contrata uma firma de segurança para patrulhar o quarteirão.

Mais coerente com a realidade temos a terceira combinação de estratégias. A cooperação da COMLURB e a não cooperação da população. A Limpeza Urbana é obtida mas, como a disposição do lixo é desordenada e não padronizada, não há como otimizar o uso dos meios (caminhões e mão de obra) resultando em um serviço caro e com baixa qualidade.

A meta, portanto é a quarta opção conciliando a cooperação da COMLURB com a da população. Definindo procedimentos, padrões e normas que envolvam população e COMLURB pode-se obter a Limpeza Urbana de forma eficaz e com alta qualidade.

A COMLURB, por missão e profissionalismo, utiliza a estratégia da cooperação descartando as duas primeiras combinações. O Dilema da Limpeza fica reduzido, portanto, a decisão da população em cooperar ou não com a Limpeza Urbana.


Surge a figura do carona (free rider), o cidadão que não coopera por saber que a COMLURB fornecerá Limpeza Urbana com ou sem sua cooperação. O Paradoxo do Vizinho agrava a situação pois pensamos que sempre ele, o vizinho, é que deve cooperar, uma vez que ele é sempre o responsável.

"Na obtenção de um bem coletivo, o indivíduo racional prefere a força da união ao seu esforço isolado, mas prefere ainda mais a primeira hipótese sem a sua participação, pois com isso pode obter benefício sem custos". ( Orestein, 1993, p.63)

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