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terça-feira, 29 de junho de 2010

CIDADES SATÉLITES DO DISTRITO FEDERAL



Visitando algumas cidades satélites do Distrito Federal percebi algumas coisas consideravelmente diferentes do que estou acostumado no Rio de Janeiro.

Por ser uma “cidade” planejada, na verdade uma Região Administrativa do Distrito Federal, fica evidente a configuração de grandes avenidas paralelas onde o comércio deve se estabelecer, logradouros bem pavimentados que ligam transversalmente estas avenidas servindo de acesso logradouros menores, mas igualmente bem pavimentados, onde fica a área residencial. Como se o miolo entre as avenidas morassem as pessoas e nas avenidas existisse o comércio formal, isso porque onde deveria existir somente residências acaba surgindo pequenos comércios informais.
Os logradouros são bem pavimentados, com boa sarjeta e drenagem, mas é evidente que a ocupação é esparsa deixando muita área verde entre as avenidas e ruas. São logradouros para o futuro que aparentemente está longe de chegar.

Para varrer os quilômetros e mais quilômetros de sarjeta o trabalho é realizado sempre em dupla com um trabalhador varrendo e outro trabalhador coletando para lutocar com saco plástico. Espera-se que cada dupla faça 4,8 Km por jornada de 07 às 15h20minh de segunda a sábado. Existe o tempo improdutivo de distribuição desse contingente usando caminhão e ônibus e depois o tempo de recolhimento deste pessoal. Por volta das 14h30min vi grupos de trabalhadores juntos parados esperando a condução.



Nos descampados não ocupados entre os logradouros trabalhadores catam o lixo “branco” com espetos acondicionando os resíduos em sacos plásticos. Cada equipe de “catadores” é composta de 10 empregados. Este serviço é importante para o aspecto de limpeza da área. Pelo que vi algum trecho pode até ficar sem varredura, mas não deve ficar sem o “catador”.


Existem também grupos de trabalhadores “especializados” em pintura de meio fio para realizar teoricamente uma pintura anual em toda a extensão de sarjeta da área. Cada equipe de “pintores” é composta de 18 empregados. Apesar de não ser prática na Cidade do Rio de Janeiro, considero a pintura de meio fio interessante para dar um aspecto de limpeza em logradouros de áreas menos ocupadas. No Rio de Janeiro áreas mais para zona Norte e Oeste.

Concluindo a organização dos trabalhadores temos as turmas de “diversos” que executam tudo que os outros não fazem e praticam “mutirões” de limpeza principalmente em logradouros que ligam as “cidades”. Esse pessoal também executa capina para evitar que as sarjetas fiquem pesadas para os varredores.

Enfim, varredor, “carrinheiro”, catador, pintor e “diversos”, muita especialização para o que no Rio de Janeiro resume-se ao gari que faz tudo.

Esta divisão de tarefas antes de ter um motivo operacional atende ao motivo financeiro, pois o serviço é pago em Km varrido para o caso de varredura e Homem Apresentado para os demais serviços. O varredor deve varrer para garantir a fatura, mesmo que exista capim ou algum ralo sujo pelo caminho, estas coisas são para outras pessoas e outras faturas.

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