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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cooperação da População

O lixo é fornecido pela população, a Limpeza Urbana é fornecida pela Cidade. Como a capacidade de produzir lixo é potencialmente maior que a de limpar é necessário haver cooperação da população para que a Cidade consiga cumprir seu papel de forma eficiente.

Quem trabalha com Limpeza Urbana já enfrentou a lógica do “eu posso sujar porque existe o gari para limpar”. Em outras palavras, se a Cidade é a responsável por fornecer o bem público da Limpeza Urbana então, como cidadão, não preciso fornecer também. Esta lógica egoísta pode parecer agressiva, mas é verdadeira. Se não, porque, das 7.800 toneladas de lixo e de resíduos produzidos diariamente em toda a cidade do Rio de Janeiro, 40% são retirados das ruas?
Portanto, para produzir Limpeza Urbana é necessário, além da ação eficaz e eficiente da Cidade, uma forte cooperação da população em produzir o seu lixo de forma ordenada e de acordo com os meios operacionais existentes.
Esta cooperação, por ser um problema de ação coletiva, é obtida por incentivo, e a instalação de papeleiras é um bom exemplo, ou, na pior das hipóteses, por coerção através de autos de infração.

“Em sua formulação olsoniana, temos um problema de ação coletiva quando tal ação é requerida para a produção de algo que pode ser formalmente definido como um bem público”. (Santos, 1989, p.23)

“De acordo com a lógica utilitarista da ação coletiva, os bens públicos não serão providos na ausência de coerção ou de incentivos seletivos, a menos que o grupo seja pequeno”. (Santos, 1989, p.24)

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