Publicada em 26/11/2009 às 23h21m
O Globo
RIO - Quando o prefeito Eduardo Paes cumprir a ameaça de suspender a limpeza das praias por um dia, o carioca já sabe que vai tropeçar num mar de coco na areia. E um dia sem gari na Avenida Rio Branco, no Centro? O resultado, possivelmente, será um oceano de papéis sobre o asfalto e as calçadas, a maioria panfletos de propaganda distribuídos ao longo da via. São pelo menos 50 pessoas fazendo esse trabalho sujo, anunciando lojas de roupas, lançamentos imobiliários e, principalmente, "dinheiro fácil". Muitos pedestres dispensam os panfletos. Entre os que aceitam, o destino final do papel é quase sempre o chão.
- É só um papelzinho, não suja a rua. Pior são as latas e garrafas PET jogadas no meio da rua - justificou o comerciário Gustavo Paiva, de 32 anos.
A avenida é limpa a cada quatro horas, por dez garis, que recolhem diariamente uma média de 580 quilos de resíduos, em seis varreduras. Mas a Comlurb não sabe dizer quanto desse lixo estava no chão. Isso porque o mesmo gari que varre a avenida esvazia as 94 cestas coletoras distribuídas ao longo da via.
Preocupado com a presença da imprensa tentando flagrar pessoas jogando panfletos no chão, um guarda municipal disse:
- Acho que distribuir esses papéis é proibido - comentou com o guarda ao seu lado, deixando o local em seguida.
De fato é proibido. Distribuir panfletos de propaganda em via pública é vetado pelo artigo 51 da Lei de Limpeza Urbana, de setembro de 2001. Muito antes, a Lei de Publicidade, de novembro de 1992, já proibia a prática. Para quem faz a coisa certa e joga o lixo na lixeira, acabar com a ilegalidade seria o primeiro passo para reduzir a sujeira.
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