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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Patronagem inflacionada

Passado metade do mandato entra em jogo na estratégia de patronagem as expectativas quanto ao próximo resultado eleitoral em outubro de 2020. Candidatos fortes e eleição começam a influenciar, e a possibilidade ou não de uma reeleição passa a ser contabilizada politicamente.

A indicação de cargos neste momento, faltando pouco mais de um ano para a eleição municipal, visando uma base para reeleição é uma "fatura" complicada de saldar. 

Para atender a todos é necessário inflacionar o "mercado de indicações" criando cada vez mais cargos, consequentemente reduzindo o valor de cada cargo. Na tentativa de agradar a todos, nenhum fica satisfeito. 

A patronagem agora, pelo visto na reportagem, não é uma apólice de seguro anti novo processo de impeachment, e parece que a indicação de cargos neste momento é vantajosa somente para os parlamentares em seus cálculos eleitorais.



Vereadores já falam em novo pedido de impeachment de Crivella

Parlamentares argumentam que "fatura" por terem barrado o primeiro afastamento não está sendo paga pelo prefeito do Rio



O prefeito do Rio, Marcelo Crivella
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella - Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Rio - Mais uma tentativa de afastamento do prefeito Marcelo Crivella (PRB) pode estar por vir. E, justamente, em ano eleitoral, para atrapalhar os planos de reeleição. Já há um grupo de vereadores que cogita a possibilidade de um novo pedido de impeachment. Pela Lei Orgânica da cidade, se Crivella fosse afastado no terceiro ano do mandato (como teria ocorrido este ano, caso o pedido tivesse sido aprovado), a nova eleição seria direta, ou seja, pela população. Mas, caso ocorra no último ano da gestão (em 2020), a escolha do chefe do Executivo é indireta. Ou seja, os parlamentares escolhem o sucessor. 

AS MOTIVAÇÕES PARA O AFASTAMENTO 

Motivos não faltam. Vereadores argumentam que a “fatura” por terem barrado o primeiro impeachment não está sendo paga por Crivella, segundo eles, da forma como deveria. Além de secretarias e cargos na prefeitura, os parlamentares querem obras em bairros onde estão as suas bases eleitorais. De acordo com eles, a sensação é de paralisia porque, efetivamente, não se vê a máquina da prefeitura nas ruas. Dos 35 vereadores que rejeitaram o afastamento de Crivella em 25 de junho, apenas 12 ainda o apoiam. O resto está insatisfeito. 

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