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quinta-feira, 2 de maio de 2019

por mais que seja antipático...

Após um inconsistente movimento grevista tipo vaga-lume encerrado com a assinatura do acordo coletivo de 2019, por mais que seja antipático, é importante examinar com atenção o discurso sobre a questão salarial dos empregados da Comlurb sob a ótica patronal e sindicalista.

Pela ótica patronal, é dissonante da conjuntura da gestão pública o discurso vangloriando “a melhor cesta de benefícios da categoria no país”, destacando que “a maioria não sendo de obrigação legal”, e a concessão de aumento real por “entender que os empregados são importantes para o cidadão carioca”.

A evolução da remuneração do Gari e sua cesta de benefícios é incompatível com ambiente empresarial que busca flexibilizar relações trabalhistas e reduzir sistematicamente custos.

Pela ótica sindical, o discurso é maleável.  Da mesma forma que considera satisfatório assinar com as empresas de e asseio e conservação 3,76% de aumento, inicia uma greve para superar os 4% de aumento na Comlurb.

Existe uma autoestima institucional exacerbada que dificulta o correto julgamento sobre a realidade.  Parece que independente do mundo que nos cerca merecemos ter a maior carteira de benefícios, o vale refeição mais alto pago por toda a Prefeitura, ser a única categoria de servidores que conta com reajuste salarial todos os anos, "mesmo com as dificuldades financeiras".

Vitória do trabalhador? Vitória da Comlurb? Como seriam os discursos patronais e sindicais se a Comlurb não fosse uma empresa pública? Como serão os discursos quando o custo Comlurb corroer qualquer vantagem em relação ao modelo de gestão de resíduos existente em outras cidades?

Em algum momento será necessário empregar esforços para repensar a questão da remuneração dos empregados, especialmente os benefícios não obrigatórios existentes em acordo coletivo, visando a redução do "custo Comlurb".







"A proposta fechada em assembleia com o Sindicato dos Empregadores de Empresas de Asseio e Conservação do Rio (Siemaco-Rio) foi a apresentada na manhã de hoje (29/04), durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT):  aumento de 4,7% no salário, mantendo os benefícios de impacto econômico-financeiro na forma do Acordo Coletivo de 2018.
A Companhia oferece a melhor cesta de benefícios da categoria no país, que soma mais de 20 itens, incluindo planos de saúde e odontológico, extensivos aos dependentes, auxílio-creche, entre outros, a maioria não sendo de obrigação legal. Vale lembrar que só o vale refeição é o mais alto pago por toda a Prefeitura do Rio, R$ 710. A administração municipal reconhece a importância dos garis para a cidade do Rio e isso se reflete no fato de ser a única categoria que conta com reajuste salarial todos os anos, mesmo com as dificuldades financeiras".


O Acordo Coletivo 2019 foi assinado na tarde desta quinta—feira, dia 02 de maio, na sede da Companhia

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