Uma vez escutei a seguinte
história:
Um recém-promovido comandante de
um pequeno destacamento em uma pequena cidadezinha do interior estava tomando
ciência das rotinas sob seu comando.
O novo comandante ficou intrigado
com a importância que os seus oficiais e sargentos davam as coisas referentes à
“Sentinela 01”: um posto de guarda existente na praça da pequena cidadezinha
que deveria ser guarnecido por um soldado em uniforme de gala todos os dias
entre 15:00h e 20:00h.
Ninguém no destacamento conseguia
explicar qual a missão da Sentinela 01. Não havia nenhum motivo aparente,
nenhum marco histórico, nenhuma ordem sobre a necessidade de guarnecer a praça
com um soldado em uniforme de gala, ainda mais, todos os dias entre 15:00h e
20:00h.
O destemido comandante foi a
campo pesquisar, rodou a cidade toda e ninguém explicava o porquê da sentinela.
Até que encontrou um idoso ancião
que lhe explicou: -“Meu jovem, quando eu era criança eu brincava na pracinha.
Todo dia no final da tarde uma linda moça vinha se sentar no banco, sempre lendo
um livro. Aquela moça era a filha do comandante de seu destacamento. O seu
colega da época, preocupado com a segurança e tranquilidade da filha, emitiu a
ordem de haver um soldado em garboso uniforme, todos os dias entre 15:00h e
20:00h.”
Os comandantes passaram, a filha virou
bisavó, as pessoas não brincam mais na pracinha e até o banco onde a moça
sentava desapareceu... Mas a Sentinela 01 continua guarnecida por um soldado em
uniforme de gala todos os dias entre 15:00h e 20:00h, motivo de preocupação de
todos no destacamento!
Em nosso ambiente de trabalho
quantas Sentinelas continuam existindo quando a razão de sua existência já não
mais existe? Quantos procedimentos, conceitos, rotinas continuam sendo feitas
por serem consideradas verdades inquestionáveis? Quantas vezes escutamos que
isso ou aquilo existe “porque sempre foi assim” ou “é assim desde que eu
cheguei”?
No
ajuste dos atributos tangíveis e intangíveis com consequente redução de custos
visando criar uma Zona
de Economia é necessário eliminar
todas as nossas SENTINELAS DA PRACINHA!
É
fundamental reconhecer que nada é permanente, que os cenários estão em constante
mudança. Consequentemente a razão da existência de um importante procedimento
pode não existir amanhã. Para que persistir no procedimento se ele não oferece
mais atributos tangíveis e intangíveis e/ou redução de custos? Para que
insistir em algo que não agrega valor?
Onde
estão suas SENTINELAS DA PRACINHA?
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