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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

população do Jacarezinho lida com restrições de serviços

Comlurb estima que um total aproximado de 400 toneladas de lixo está acumulado na comunidade desde o início do confronto


Rio - Depois de dez dias de confronto, além da falta de segurança e do medo, a população do Jacarezinho é obrigada a lidar com restrições de circulação e de serviços, como transporte, saúde, educação e coleta de lixo.

Ao todo, 11 escolas e 6 cheches estão fechadas nas regiões do Jacarezinho, Manguinhos, Triagem, Maria da Graça e Higienópolis. A paralisação prejudica mais de 8 mil alunos, a maior parte deles, cerca de 5.400, do Jacarezinho e Manguinhos. "Dizem que o caminho é a educação? Mas as escolas não abrem, como ficam nossas crianças, sem aula há uma semana?", indagou uma moradora.

A Clínica da Família localizada no Jacarezinho também não abriu as portas desde o começo dos confrontos. Em nota, a Secretaria de Saúde do município disse que a unidade só vai voltar a funcionar depois da avaliação que será feita do território amanhã pela manhã.

Desde o início dos conflitos, o serviço de trens da Supervia suspendeu a circulação do transporte em nove dias. Na terça-feira (15), passageiros não puderam contar com o sistema de transporte durante quatro horas. As linhas de ônibus que passam pela região também foram afetadas. Em 2017, a Supervia contabilizou 23 intervenções operacionais causadas por conflitos de segurança pública. Desse total, 19 foram no ramal Belford Roxo.

Por sua vez, a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) interrompeu a coleta feita todas as manhãs e que recolhe 40 toneladas de resíduos por dia. De acordo com a companhia, "a administração regional e a presidência da associação de moradores pediram que os garis suspendessem a coleta para preservar a integridade física da equipe". Estima-se um total aproximado de 400 toneladas de lixo acumulado. Um risco para a saúde dos moradores.

Acúmulo de lixo no Jacarezinho
"O acúmulo do lixo leva à proliferação de baratas, insetos, roedores e mosquitos, trazendo riscos de doenças comuns a estes ambientes como a leptospirose, zika, dengue e chikungunya. Crianças e idosos, principalmente correm mais riscos de contraírem alguma patologia", alertou o infectologista Edmilson Migowski.

A ONG Rio de Paz, que atua na região com projetos sociais, também paralisou as atividades. A decisão foi tomada depois que a sede da organização foi atingida por seis tiros. "O pobre não tem a quem recorrer e está vivendo um autêntico desespero, buscando refúgio dentro de banheiro, se jogando no chão. O Jacarezinho se tornou a Síria latino-americana", disse o presidente da entidade, Antonio Carlos Costa. 


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