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quinta-feira, 1 de julho de 2010

LIMPAR OU COIBIR?

“As ruas e parques da cidade são também os locais onde os donos levam os seus cães para passear e também dar vazão às suas necessidades fisiológicas. Até o Inicio dos anos 1990, não havia qualquer lei regulando a escatologia animal. Ar ruas e calçadas de Paris eram, então, imundas, com fezes de cães por todos os lados. Durante o inverno, com o frio e a chuva, a situação era menos dramática, mas no verão, com o calor e tempo seco, o cheiro de urina e de excrementos tomava conta das ruas da cidade. Como Paris tem uma população canina elevadíssima em relação à sua população humana, a situação estava se tornando cada vez mais crítica, apesar dos esforços e investimentos crescentes da prefeitura na sua limpeza. Poucas cidades no mundo eram, e ainda são, tão freqüentemente lavadas e varridas quanto Paris. Ruas, sarjetas e calçadas são sistematicamente lavadas com o auxílio de maquinas especialmente projetadas para vencer os obstáculos urbanos, como os milhares de carros estacionados nas ruas. Para recolher as fezes dos cães das calçadas, a prefeitura utilizava curiosas motocicletas que, dotadas de um potente aspirador, sugavam os excrementos, deixando em seu lugar um liquido desinfetante. Entretanto, nem toda essa inventividade francesa foi capaz de resolver o problema, não restando ao poder público outra solução senão instituir locais apropriados para a defecação canina, as sarjetas, e multas para donos de animais que não recolhessem as fezes deixadas em locais proibidos. A adoção da lei foi precedida de uma longa campanha pública, estimulando os donos de cachorros a condicioná-los a só dar vazão aos seus instintos fisiológicos nas sarjetas. Hoje as calçadas de Paris são bem mais limpas do que eram há vinte anos graças a esse grande e bem sucedido esforço coletivo”

“Os Franceses”, Ricardo Corrêa Coelho, Editora Contexto

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