Felicidade no Trabalho: A Receita Secreta Contra a Fraude?
Quem diria que a felicidade poderia ser um dos melhores antídotos contra a fraude em uma empresa? Parece até mágica, mas a ciência já comprovou: um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem valorizadas e engajadas é menos propício a comportamentos antiéticos.
Vamos imaginar o "Triângulo da Fraude" como um quebra-cabeça com três peças: pressão, oportunidade e racionalização. A felicidade entra em cena justamente para combater a pressão. Quando um empregado se sente feliz e realizado com o seu trabalho, ele está menos propenso a buscar atalhos ou a agir de forma desonesta para alcançar metas. Portanto, investir na felicidade dos colaboradores é, na verdade, uma medida estratégica para reduzir riscos e garantir um ambiente mais seguro e ético.
Pressão no trabalho pode vir de vários lugares: metas irrealistas, falta de reconhecimento, desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho, entre outros. Quando as pessoas têm um ambiente saudável, com apoio para lidar com desafios e momentos difíceis, elas se sentem menos pressionadas a agir de forma antiética.
Uma ideia interessante, trazida pelo empresário chinês Yu Donglai, é a "licença para a infelicidade", que permite aos empregados se afastarem temporariamente em momentos de grande descontentamento pessoal, sem serem julgados por isso. Essa licença pode ser uma forma eficaz de lidar com momentos críticos, prevenindo comportamentos indesejados.
Ainda que a "licença infelicidade" seja uma ideia inovadora, pode haver desafios culturais em aplicá-la, especialmente em ambientes de trabalho ocidentais. Muitas vezes, gestores focados exclusivamente em produtividade podem ver essa medida como um "luxo". No entanto, o crescente movimento em direção à valorização da saúde mental indica que estamos no caminho certo para, aos poucos, adotar práticas que visem o bem-estar dos colaboradores.
Claro que a felicidade sozinha não resolve tudo. Precisamos agir também nos outros pontos do Triângulo da Fraude: oportunidade e racionalização. Normas claras, acompanhamento contínuo e uma cultura de ética e transparência ajudam a reduzir as oportunidades para fraudes e a evitar que os empregados justifiquem comportamentos antiéticos.
A Comlurb, por exemplo, fortaleceu a governança e a transparência através de seu Programa de Integridade e Transparência com ações que minimizam as oportunidades de fraude e promovem uma cultura onde todos se sentem responsáveis pelo ambiente de trabalho.
Outros aspectos importantes para a felicidade no trabalho incluem a autonomia e a sensação de pertencimento. Profissionais que têm liberdade para tomar decisões e que se sentem valorizados tendem a ser mais engajados e leais à organização. Eles também são menos propensos a fraudar, pois sentem que fazem parte de algo maior. Na Comlurb, ações como a redução do microgerenciamento e o incentivo ao feedback contribuem para a criação de um ambiente positivo, no qual todos se sentem capazes.
Um gestor que valoriza a felicidade dos empregados não está apenas criando um ambiente mais agradável, mas está fortalecendo a integridade da organização e reduzindo os riscos de fraude. A "licença infelicidade" e os conceitos de "Organização Feliz" utilizados por estudiosos e líderes inovadores são ótimas ferramentas para criar uma cultura ética e comprometida.
Portanto, mais do que garantir bons resultados, é preciso garantir que esses resultados sejam alcançados por pessoas que se sentem valorizadas, seguras e, no final do dia, felizes. Essa é a receita secreta para um ambiente de trabalho saudável, seguro e resistente à fraude e a experiência da Diretoria de Compliance mostra que essa escolha não apenas impacta positivamente a vida dos empregados, como também fortalece o Programa de Integridade e Transparência, ajudando a construir uma organização mais justa e resiliente.
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