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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Rio em estado de Crise


O temporal que caiu na noite de ontem (14) e madrugada de hoje (15) no Rio de Janeiro estabeleceu um novo recorde de volume de chuva em uma hora, de acordo com o serviço meteorológico Alerta Rio, ligado à prefeitura.

Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro, a estação Barra da Tijuca/Riocentro registrou 123,6 milímetros (mm) de chuva entre 0h e 1h de hoje, o maior volume já constado desde 1997, quando o Alerta Rio começou a armazenar os dados.

O recorde anterior, de 116,2 mm, foi registrado em Campo Grande, também na zona oeste, em 19 de março de 2000.

Em toda a cidade, choveu 75% do esperado para o mês de fevereiro. Na Barra/Riocentro, a chuva chegou a 126% do esperado. Em Jacarepaguá, até as 2h de hoje já havia chovido 150% da expectativa para fevereiro.

As chuvas fortes causaram alagamentos, desmoronamentos e quatro mortes na cidade. A enxurrada prejudicou o transporte público e causou congestionamentos em vias expressas ainda na manhã desta quinta-feira.

Durante a madrugada, a cidade chegou a entrar em Estágio de Crise, o mais intenso em uma escala de três níveis. Nesta manhã, o alerta foi reduzido para Estágio de Atenção

Imagem do Radar do Alerta Rio as 23:30h do dia 14 de fevereiro



Estágio de Crise

Foram cinco horas em estágio de crise devido à chuva forte, que teve vento e raios. Às 5h30, a cidade retornou ao estado de atenção, mas várias vias seguiram interditadas e serviços ficaram suspensos, como trens e o BRT.

O estágio de crise é o pior de três estágios, com previsão de chuva forte a muito forte – desde 12 de março de 2016 o Rio não entrava em estágio de crise. Quando a cidade entra nessa situação, equipes emergenciais da prefeitura atuam contra transtornos generalizados, alagamentos e deslizamentos. O estágio de atenção é o segundo estágio, com previsão de chuva moderada a muito forte.

Estragos causados pela chuva no bairro de Higienópolis, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (15) (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
Estragos causados pela chuva no bairro de Higienópolis, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (15) (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)


Memória - Mobilização preventiva no Estágio de Crise em 2015

Em 05 fevereiro de 2015 o Centro de Operações emitiu um alerta que colocou os órgãos municipais de prontidão. A previsão é de pancadas de chuva forte, ocasionalmente muito forte, a partir do período da tarde. O cenário previsto para o final do dia tem potencial para provocar impactos semelhantes as chuvas que ocorreram na cidade do Rio em abril de 2011 e dezembro de 2013”, explicou o meteorologista do Sistema Alerta Rio, Pedro Jordam. 

A chuva forte esperada acabou desviada parte para o mar e outro núcleo foi para Região Serrana e a cidade voltou ao estágio de normalidade às 5h30 do dia 06 de fevereiro. Apesar dos memes na internet ironizando a previsão do temporal, o meteorologista-chefe do Alerta Rio Pedro Jourdan, afirmou que  seria uma irresponsabilidade das autoridades omitir a previsão. 

Na época, o chefe-executivo do Centro de Operações Rio Pedro Junqueira explicou além do Alerta Rio outras fontes consultadas mostravam condições críticas de chuva no Rio e que com as pancadas de chuva forte durante a semana, a prefeitura trabalhou com a mobilização baseada nessas previsões. 

“Nossa capacidade de resposta passa pela prevenção, pelo monitoramento com previsão do tempo, radares e pluviômetros, e passa pela mobilização e pelo apoio da população. Numa próxima ocasião em que haja uma condição dessa natureza, precisaremos nos comportar de forma parecida e deixar a cidade preparada para o que possa acontecer”, afirmou Junqueira.


Foi o primeiro grande exemplo de mobilização preventiva baseada em uma previsão. Não se concretizando a previsão, a mobilização serviu como treinamento. Todavia, se as chuvas previstas acontecessem , os profissionais dedicados à uma pronta resposta estariam preparados.


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