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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Empresa de coleta e descarte de lixo é investigada por crime ambiental no RJ


Cedro Soluções Ambientais costuma vencer licitações com preços muito abaixo do mercado. Companhia já fechou contratos com a Marinha e Exército.


Empresa de coleta e descarte de lixo é investigada por despejo irregular dos resíduos em Dique de Caxias

Uma empresa de coleta e descarte de lixo, que vence licitações com preços muito abaixo do mercado, está sendo investigada por crime ambiental. A empresa não apresenta nem responsável técnico pelo serviço, mas, ainda assim, fechou contratos com a Marinha e o Exército.

Um motorista e três funcionários da Cedro Soluções Ambientais foram presos em flagrante na quinta-feira (21), no bairro de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, após flagrante de despejo irregular de oito toneladas de lixo no local.

O crime é inafiançável e os funcionários podem pegar de um a cinco anos de prisão. Em depoimento à polícia, eles afirmaram que os despejos irregulares de lixo aconteciam de três a cinco vezes por semana, sempre tarde da noite e no mesmo local, e que obedeciam às ordens superiores dentro da empresa.

A Cedro, cuja razão social é FGP Andrade Transportes e Locação Limitada, ganhou várias licitações para serviços de coleta e destinação de lixo a preços bem abaixo do mercado. Boa parte desses contratos foi firmada com a Marinha e o Exército.

O RJTV teve acesso a documentos do Ministério da Defesa. Um deles mostra que empresa ganhou a concorrência feita pelo Exército cobrando R$ 30 o metro cúbico de lixo, quando o valor estimado é de R$ 127. Para a coleta de recicláveis, a empresa venceu com o preço de R$ 37, quando o padrão seria R$ 96,50.

Em outro contrato com a Marinha, a Cedro venceu a licitação cobrando o valor total de R$ 9 mil, quando o valor estimado para o serviço é de R$ 53 mil.

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) enviou ofício à Marinha, questionando a ausência da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), documento que identifica o profissional responsável pelo serviço. Já se passaram mais de dois meses da notificação.

"Essa empresa foi autuada recentemebnte 3 vezes pela falta de ART. Até hoje não houve resposta da Marinha e também não houve resposta da empresa", excplica Paulo Roberto Loureiro, coordenador regional do Crea.

A Cedro é uma das 46 empresas credenciadas pela Comlurb para a limpeza pública no Rio. Segundo o coordenador de fiscalização, os preços oferecidos pela empresa sempre causaram estranheza.

"A gente entende que a operação da empresa, para encaixar, para você manter o fluxo de pessoal, tributos (...) e a legislação adequada, realmente a conta não fechava. ", diz Luiz Eduardo Bastos, coordenador de fiscalização da Comlurb.

A delegada Raíssa Celles disse que vai ouvir representantes legais empresa: "A atividade ilegal já está caracterizada (...) Vamos verificar se as pessoas que contrataavm essa empresa, se elas tinham conhecimento ou não dessa prática criminosa".

O flagrante de despejo irregular na semana passada levou a Comlurb a iniciar uma investigação que poderá resultar no descredenciamento da Cedro. A delegada responsável pelo caso, Raíssa Celles, intimou os diretores da Cedro a prestarem depoimento esta semana.

O que dizem os citados?

A Cedro afirmou que opera dentro da lei, com preços compatíveis com o mercado e que não foi notificada pelo CREA.

A Marinha informou apenas que a Cedro cobrou um preço menor do que as concorrentes e tem prestado um serviço satisfatório, mas não respondeu sobre o despejo ilegal de lixo.

A equipe de reportagem também entrou em contato com o Exército, mas não teve resposta.

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