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domingo, 5 de janeiro de 2025

Papeleiras onde são necessárias!!!!

Não há absolutamente qualquer fluxo de pedestres nessa esquina. A papeleira nunca será usada! Está lá provavelmente porque o "manual" diz para ter papeleiras em cruzamentos


 Um passeio pela cidade demonstra exemplos de locais onde as papeleiras existentes são totalmente desnecessárias, onde as papeleiras são insuficientes, onde atrapalham a circulação, onde são repedidas vezes depredadas, onde ficam em desarmonia com o espaço público, e, graças aos céus, locais onde estão muito bem posicionadas cumprindo sua função operacional e educacional.

Acredito que alguém com boa vontade caminhando pelos logradouros observando a movimentação das pessoas e a ambiência do espaço público percebe onde instalar papeleiras sem a necessidade de equações matemáticas. Porém, algumas recomendações deveriam ser consideradas:

1) Logradouros residenciais não devem ter papeleiras. Em um logradouro com baixa frequencia de varrição existe o risco de encontra inagens com esta onde a papeleira se transforma em ponto de disposição de lixo domiciliar fora do dia e horário de coleta:

2) Logradouros de lazer incluindo os de comércio semelhante a shoppings devem ter papeleira onde os usuários menos se locomovem. Em uma praça: próximo aos bancos e mesas de jogos, próximo a quiosques, brinquedos. Em um bulevar: próximo às esquinas e entrada de prédios públicos.
3) Logradouros comerciais e/ou de escritórios com movimentação intensa tipo centro da cidade deve haver infestação de papeleiras. Sem causar obstrução à circulação as papeleiras devem ficar como se os transeuntes quase tropeçassem nelas.
4) Em entradas e saídas de estações de metrô e trem, terminais rodoviários e marítimos devem ter papeleiras nos logradouros de acesso. Também em pontos de ônibus cobertos e pontos de taxi.

5) Padronização das papeleiras é vantajoso para a aquisição e manutenção, no entanto, alguma atenção deve ser dada para tipos diferenciados. Papeleiras mais resistentes em locais onde pode haver maior incidência de depredação tais como saída e acessos de estádios. Papeleiras mais elaboradas esteticamente para as maiores atrações turísticas. Até mesmo papeleiras temáticas como áreas de saída de praia ou shows.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Atacado e Varejo


Na gestão da limpeza urbana, duas abordagens contrastantes moldam a rotina das equipes e a percepção do trabalho pela sociedade: o "atacado" e o "varejo". Esses termos remetem a duas dimensões operacionais distintas, mas interdependentes, cada uma com seus desafios e benefícios. Compreendê-las em profundidade é essencial para uma gestão eficiente e sustentável.

O "atacado" refere-se a operações concentradas e de grande escala, que demandam mobilização massiva de recursos em ocasiões específicas, como eventos de grande porte ou desastres naturais. São os momentos em que a cidade precisa ser limpa rapidamente após festas populares, como o Carnaval ou o Réveillon, ou diante de situações emergenciais, como alagamentos. Nesses casos, a visibilidade do trabalho é altíssima, com resultados rápidos e impressionantes que capturam a atenção do público e da mídia. Essa exposição positiva eleva a autoestima dos trabalhadores envolvidos, que sentem o impacto direto de suas ações na vida da cidade. Além disso, o "atacado" exige planejamento detalhado e alta coordenação para lidar com grandes volumes de resíduos, frequentemente envolvendo ações inovadoras, como a integração de práticas sustentáveis e a cooperação com iniciativas de reciclagem.

Por outro lado, o "varejo" representa a rotina diária e contínua de manutenção urbana, um trabalho menos visível, mas igualmente indispensável. É no "varejo" que a cidade se mantém limpa e funcional no dia a dia, com atividades como varrição, capina, remoção de pequenos resíduos e desobstrução de bueiros. Essa esfera, embora essencial, enfrenta desafios únicos, principalmente relacionados à percepção pública. O trabalho contínuo muitas vezes passa despercebido, e os pequenos erros ou atrasos podem rapidamente se transformar em reclamações. Além disso, o "varejo" depende fortemente da motivação individual dos profissionais e de uma supervisão eficiente para manter altos padrões de qualidade.

A dicotomia entre essas duas abordagens revela um dilema enfrentado por gestores urbanos. O "atacado", com sua visibilidade midiática e impacto imediato, tende a ser mais valorizado, tanto por quem realiza o trabalho quanto pela sociedade. Já o "varejo", pela sua natureza discreta e permanente, carrega o ônus das críticas e reclamações acumuladas. Esse desequilíbrio na valorização pode gerar riscos para a gestão pública, como a priorização de esforços em eventos pontuais em detrimento de uma rotina diária eficaz.

Portanto, é crucial buscar um equilíbrio entre o "atacado" e o "varejo". A integração de tecnologia para monitorar e otimizar as operações, programas de incentivo que reconheçam o trabalho das equipes em ambas as dimensões, e campanhas educativas para envolver a população na manutenção da limpeza são estratégias fundamentais. Ao valorizar tanto os esforços extraordinários quanto o trabalho silencioso do dia a dia, a gestão pública pode construir cidades mais limpas e funcionais, garantindo que o brilho das grandes operações não ofusque a importância do trabalho contínuo que sustenta a qualidade de vida urbana.