O artigo "As cinco forças competitivas que moldam a estratégia" publicado em 1979, na Harvard Business Review, por Michael Porter apresentou um modelo de análise do ambiente de competição entre empresas que considera cinco fatores, as “forças competitivas”, que servem de base para uma estratégia empresarial eficaz.
O clássico agora conhecido por as “Cinco Forças de Porter” analisa como os clientes; os concorrentes; a possibilidade de existência de produtos substitutos; novos entrantes e como os fornecedores podem alterar o ambiente empresarial exigindo uma resposta através de uma boa estratégia.
Todas as forças tem suas ameaças e oportunidades, mas, neste texto vamos nos concentrar no alerta que existe sobre a força dos fornecedores.
Se operação depende de poucos que fornecem ou que entregam algo muito específico, então a Companhia ficará à mercê das decisões dos fornecedores que terão controle da relação com a companhia. Isso se chama poder de barganha dos fornecedores.
Assim, ter um único ou poucos fornecedores gera uma situação delicada, pois desequilibra a relação entre as partes. A Companhia corre o risco de ficar à mercê de seus fornecedores e de tudo o que por eles for estabelecido, limitando o poder da empresa em relação à sua própria estratégia e decisão.
Uma empresa não pode correr o risco de ficar na mão de seus fornecedores. Esses estão aí para auxiliar na sua produção, e não para se tornar um empecilho. Devem então ser bem estudados e ter alternativas para não sofrer surpresas no futuro.
O monopólio estatal de um serviço como o de limpeza urbana facilita a análise sobre as forças de clientes; concorrentes e produtos substitutos deixando na mesa a questão dos novos entrantes e dos fornecedores.
A CS Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais Ltda é um parceiro de longa data da Comlurb. De forma excelente fornece por locação veículos e equipamentos de limpeza urbana da Cidade do Rio de Janeiro por quase duas décadas.
Seria leviano e absurdo haver qualquer questionamento na lisura dos processos licitatórios ou na qualidade da prestação do serviço contratado. No entanto, considerando a força de Porter sobre existência de poucos fornecedores, deve-se reconhecer que existe um risco empresarial que deve ser apontado.
A CS Brasil atualmente coleciona contratos de locação com a Comlurb:
- Veículos leves e utilitários para fiscalização e transporte de pessoas
- Mini Ônibus para transporte de turmas e ferramentas
- Equipamentos de Varrição Mecanizada e Controle de Capa Vegetal (roçada)
- Caminhões de Limpeza Urbana da Zona Sul (AP-02)
Contratação recente para locação:
- Caminhões e Equipamentos para Controle Urbano (remoção gratuita) e Coleta Seletiva
- Caminhões de Limpeza Urbana da Zona Oeste - Bangu e Realengo (AP-05 parcial)
- Caminhões de Limpeza Urbana da Zona portuária (AP01)
- Caminhões de Limpeza Urbana da Zona Norte (AP03) Processo Nº 01/509.460/17
O interessante é que a CS Brasil, participou e venceu os recentes processos licitatórios apesar das dificuldades em receber faturas vencidas e a ameaça de sua paralisação.
Caso vença licitação para locação de Caminhões de Limpeza Urbana da Zona Oeste (AP04 e o restante da AP05) que deve acontecer ainda este ano, a CS Brasil será a fornecedora de TODA a frota de limpeza urbana da cidade, ou seja, pela análise de Porter, terá um grande poder de barganha.
Considerando o exposto, existe o risco de um grande parceiro de longa data, sendo um fornecedor único, com toda frota operando e anos de experiência no assunto, influenciar de alguma forma a cidade a decidir pelo fim monopólio na operação de limpeza urbana, tornando-se um novo entrante.
Mas o fim do monopólio da Comlurb por ter somente um fornecedor é apenas um risco acadêmico de uma análise superficial das forças de Porter
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