Barragan diz que o trabalho remoto é pouco frequente no setor público em comparação à quantidade de servidores que trabalham presencialmente
Barragan:"É preciso que a gestão pública faça com que o aparelho estatal se torne menos custoso e mais eficiente para a população
Já pensou em comandar uma equipe que trabalhe remotamente, ou seja, em que nenhum dos seus funcionários – e nem você - estejam presentes ao mesmo tempo em cadeiras e mesas em uma mesma sala?
Eis o trabalho remoto, uma das inovações que a Era Digital alavancou (apesar de ser uma prática não tão recente). Para o setor privado, o trabalho remoto já é mais comum do que se imagina, chegando a existir setores de empresas que são totalmente remotos.
Claramente, os números demonstram o crescimento vertiginoso do trabalho remoto no mundo, que aumentou 115% nos últimos dez anos. Entretanto, ainda se apresenta pouco frequente no setor público em comparação à quantidade de servidores públicos que trabalham de forma presencial.
Na área privada, pela análise do resultado das empresas que optaram por adotar aquela modalidade de trabalho, é possível constatar que se tornaram muito menos custosas, como é o caso da Dell, famosa empresa do ramo tecnológico, que já conseguiu uma economia de 60 milhões de dólares.
Logo, a redução de custos é notória com a adoção do trabalho remoto, tornando-se desnecessária a manutenção do custo fixo de aluguel de imóveis (como salas, andares e prédios inteiros), bem como o custo variável de energia elétrica, água, gás, telefonia, entre outros, que a empresa teria que arcar.
Assim, ao decidir aumentar a quantidade de trabalho remoto no setor público, além da economia que o país fará, haverá um aumento da flexibilidade, da agilidade nos procedimentos e, principalmente, da produtividade.
Com o trabalho remoto, o servidor público passa a ter maior flexibilidade para a execução das tarefas que lhes são designadas, podendo organizar melhor o seu tempo para as etapas de cada daquelas tarefas até a conclusão.
É o que ocorre, por exemplo, em muitas empresas privadas localizadas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, que adotam o trabalho remoto e são extremamente eficientes.
Neste sentido, percebe-se com evidência que a gestão de pessoas adaptou o seu formato para as novas tecnologias e o trabalho remoto passou a ser a realidade atual que avança cada vez mais para dentro dos setores das empresas e para as repartições públicas ao redor do mundo. E o Brasil não pode ficar para trás.
Então, aproveitando a vibe da redução de custos por parte de muitos dos atuais prefeitos, governadores e do presidente da República, os gestores públicos brasileiros dos três Poderes deveriam começar a alinhar os seus pensamentos e atos no sentido de incentivar e permitir o trabalho remoto de seus subordinados.
O Poder Judiciário, por exemplo, possui plenas possibilidades para colocar a maioria de seus funcionários em trabalho remoto, porquanto os processos judiciais eletrônicos já são realidade no país.
Portanto, é preciso que a gestão pública faça com que o aparelho estatal se torne menos custoso e mais eficiente para a população, sendo o trabalho remoto, por sem dúvida, a melhor escolha para atingir aquele objetivo.
* Antonio Carlos Barragan é gestor público; empreendedor; advogado; contador; professor de Empreendedorismo, Educação Financeira, Direito Tributário e Digital; MBA em Gestão, Empreendedorismo e Marketing; Pós-graduado em Direito Público e Mestre em Direito Econômico e Desenvolvimento.
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