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terça-feira, 2 de abril de 2019

Considerações sobre o fim do mundo!


Em agosto de 2017 houve um alerta a Secretaria Municipal de Fazenda que dívidas representadas por Despesas de Exercícios Anteriores (DEA), somados a fortes cortes no orçamento e falta de recursos financeiros para pagar fornecedores formavam um cenário de possibilidade concreta "de paralisação dos serviços e da limpeza urbana".

O cenário se agravou com uma sequencia de gestores com práticas dissociadas das questões prementes para a sustentabilidade do Sistema de Limpeza Urbana e até mesmo existência da Comlurb.

  1. Voltar a ter uma governança insulada de interesses eleitoreiros;
  2. Incorporar os preceitos de transparência e Compliance; 
  3. Exonerar atividades estranhas a sua atribuição como o preparo de alimentos.
  4. Terceirizar serviços agregados como o manejo arbóreo.
  5. Promover uma rigorosa reforma em sua política de remuneração; e, 
  6. Desenvolver uma gestão que realmente abrace as boas práticas da moderna Administração Pública.
No limite, se considerar exaurido o modelo de empresa pública, encontrar um modelo de parceria público privada que preserve seus profissionais da melhor forma possível mantendo o legado da Comlurb existente na forma de agência reguladora.


Com aterros fechados, caminhões da Comlurb fazem fila na Avenida Brasil

Quatro das cinco Estações de transferência de Resíduos (ETRs) na cidade estão fechadas por falta de espaço para receber lixo


Cerca de 100 veículos estão parados na faixa da direita da Avenida Brasil Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob

RIO - A crise na coleta de lixo no Rio por causa de uma dívida de aproximadamente R$ 72 milhões da prefeitura com a concessionária Ciclus Ambiental pode ter chegado ao seu ápice nesta terça-feira. Quatro das cinco Estações de transferência de Resíduos (ETRs) na cidade estão fechadas por falta de espaço para receber lixo. Cada uma já tem mais de 12 mil toneladas de lixo. Como apenas a de Santíssimo está aberta, o número de caminhões da Comlurb aguardando vez para despejar resíduos é gigantesco, o que provoca um grande congestionamento na Avenida Brasil, sentido Zona Oeste.

Carros de passeio e até pequenos caminhões estão utilizando uma faixa de pedestres para escapar do engarrafamento. Cerca de 100 veículos estão parados na faixa da direita da Avenida Brasil. O congestionamento se estende até a Vila Kennedy, distante cerca de 3 Km da estação de Santíssimo.

- Em 16 anos de trabalho na Comlurb, isso nunca tinha acontecido. Está sendo o pior dia de trabalho na empresa desde que comecei. Despejamos resíduos em Santa Cruz, mas a estação está fechada. Chegamos na fila às 10h30m. Já é quase meio-dia e ainda estamos aqui sem saber a hora que poderemos fazer o despejo. Nem sabemos a hora em que vamos almoçar - lamentou um gari de dentro de um dos caminhões.

As estações de transferência fechadas ficam em Jacarepaguá, Caju, Fazenda Botafogo e Santa Cruz. Elas são administradas pela empresa Ciclus. Após o transbordo da carga em Santíssimo, motoristas da empresa foram sendo deslocados para as estações de tratamento para ajudar na retirada do lixo acumulado. Os veículos seguiram depois para Seropédica.

Operação policial

Na manhã desta terça-feira, policiais militares do Comando de Polícia Ambiental (CPAm), da Polícia Militar, fizeram uma operação na Estação de Tratamento de Resíduos de Gericinó. A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Polícia Militar informou que "policiais militares do CPAm foram acionados para verificar possível transbordo irregular de resíduos na Estação de Gericinó. Segundo a PM, nada foi constatado.

Porém, o aterro foi fechado assim que a PM chegou. Nenhum caminhão pôde mais entrar. Todos deram meia volta e acabaram indo para a fila dos caminhões na Avenida Brasil para depósito na estação de Santíssimo.

Uma equipe de reportagem do GLOBO flagrou caminhões da Comlurb transportando lixo orgânico tentando entrar no Centro de Tratamento de Resíduos de Gericinó. O local está vetado para o recebimento de lixo orgânico e pode apenas receber outros tipos de resíduo - como, por exemplo, entulho de obra. No entanto, pelo menos cinco motoristas da Comlurb que chegaram ao aterro de Gericinó afirmaram a um repórter do GLOBO que estavam transportando lixo orgânico.

Por meio de nota, a Comlurb informou que, como são menores as opções de descargas num momento de crise é normal haver desinformação.

"Num momento como esse, onde as opções de descargas são menores, é natural que haja desinformação na operação, que é bastante capilarizada. Os veículos que, inadvertidamente, se encaminharam para Gericinó, foram direcionados para Santíssimo e Seropédica, uma vez que o local se encontra fechado para o vazamento de lixo orgânico", disse a empresa.

Segundo funcionários da empresa que administra o local, o fechamento se deu com a chegada de agentes do CPAm.

Em nota, a Comlurb informou que não está depositando resíduos domiciliares no Aterro de Gericinó nesta terça-feira:

"O Aterro de Gericinó está fechado e não recebe lixo da coleta domiciliar. Os caminhões estão aguardando para vazar nas estações de transferência e os que fazem a coleta nos bairros da Zona Oeste, próximos do Centro de Tratamento de Resíduos CTR-Rio, em Seropédica, estão levando diretamente".

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