O Eco Parque de Colônia, na Alemanha, é um dos maiores e mais completos de toda Europa. Não à toa, especialistas da área costumam brincar, chamando suas instalações de “Disney World da gestão de resíduos”. Em uma área de mais de 500 mil m², este Eco Parque realiza os mais diversos processos para separação de resíduos, obtendo subprodutos como o composto para a agricultura, gás, combustível derivado de resíduos (CDR) orgânico e CDR inorgânico de alta qualidade.
De todo lixo coletado e tratado pelo Eco Parque de Colônia, apenas cerca de 10 a 15% são depositados em aterros. Todo o restante é aproveitado de alguma forma.
Esta instalação atende à toda região metropolitana de Colônia, que possui um total de 1,4 milhão de habitantes, geradores de uma quantidade diária de cerca de quatro mil toneladas de lixo. A coleta em toda cidade é seletiva, garantindo assim um processo mais simples para o tratamento na planta, com uma estimativa de tratamento em 40% de orgânicos e 60% de inorgânicos.
Em matéria de tecnologia empregada, Colônia apresenta muitas semelhanças com o que já se pode encontrar em alguns poucos dos mais modernos eco parques brasileiros. No entanto, ao analisar o resíduo ainda no seu momento de entrada na planta, já é possível perceber uma grande diferença na forma de descarte por parte das indústrias, comércio, restaurantes e até mesmo da população.
“O nível de conscientização das pessoas sobre a forma de descarte do lixo na Alemanha, e em quase toda Europa, é o grande diferencial do processo”, afirma Geraldo do Amaral Filho, diretor da Cetesb que acompanhou a visita à planta. “Precisamos de tecnologia, mas acredito que neste momento o mais importante é conseguirmos fazer com que a população perceba o quão importante é a questão de separar o lixo e, se possível, já tê-lo limpo, sem riscos de contaminação.”
Um fato curioso, em toda Alemanha, é que as embalagens de plástico PET trazem em seu invólucro o custo da garrafa, que pode ser encaminhada para reciclagem.
No Ecoparque de Colônia a maior parte dos processos é automatizada, tanto que as esteiras de separação manual já foram abandonadas. Como a coleta é seletiva, sem contaminação de orgânicos, o lixo inorgânico passa por uma etapa inicial de peneiras com pedaços de até 50 centímetros, sendo triturados em uma máquina de baixa rotação. Na etapa seguinte, um leitor ótico consegue separar o lixo de acordo com as especificações desejadas, seja de cor, tamanho ou tipo, eliminando assim a necessidade de interação humana.
Móveis velhos, restos de madeira e galhos de árvore são transformados em cavacos de madeira para queima em fornos. Restos de papel e papelão são compactados em fardos para reciclagem. Garrafas de vidro são retornadas ou recicladas, chegando ao requinte de terem sua separação feita pelas cores de cada vidro. Sacos plásticos, junto de outros rejeitos inorgânicos são secos e triturados para produção de CDR. Restos de comida são fermentados para gerar biogás, e este material passa depois por compostagem para a produção de adubo orgânico. Em Colonia quase nada se perde, tudo se transforma.
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