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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Participação de Catadores na Coleta Seletiva

A Coleta Seletiva na Cidade do Rio de Janeiro é realizada pela Comlurb.

A Companhia planeja os roteiros, orienta e sensibiliza a população, contrata e guarnece as viaturas, fiscaliza o sistema e descarrega o produto de todo esse processo em centrais de triagem operadas por cooperativas de catadores que comercializam o material reciclável.

Todo o custo operacional de logística, pessoal e instalações fica a encargo da empresa pública e toda a receita da comercialização fica para os cooperativados. 

Existem metas consideráveis de percentual do lixo doméstico que deve ser reciclado que, não havendo inovação, significa intensificar os atuais custos operacionais. Existe também a pressão por parte de representante dos catadores para que as viaturas sejam guarnecidas por catadores, e que estes sejam remunerados pela coleta. Ou seja, custos e mais custos! 


Viatura de Coleta Seletiva da Comlurb

A usina do Caju, inaugurada há 20 anos, funciona com apenas um terço da sua capacidade Paulo Nicolella / Agência O Globo
Central de Triagem de Materiais Recicláveis

Mantendo o foco na Coleta Seletiva sem discutir questões de fomento à industria de recicláveis ou inovações como Unidades de Tratamento Mecanizado ou Waste to Energy, podemos questionar a espiral crescente de custos do modelo vigente.

Uma proposta inicial para discussão seria uma nova organização das atribuições:

1) A COMLURB realizaria o planejamento de roteiros em uma região. Realizaria em seguida ações para adesão da população com orientação e sensibilização. Com viatura e guarnição próprios  iniciaria a operação dos roteiros.

Até aí... tudo igual, mas daí para frente a coisa muda:

2) Quando os roteiros de uma região estivessem amadurecidos com boa adesão da população e baixo índice de contaminação do material reciclável, a Comlurb procederia com a seleção de Cooperativa de Catadores para receber contratualmente toda operação do sistema na região. A Cooperativa selecionada passaria a ser responsável pelas atividades de coleta seletiva, triagem e comercialização. Como a concessão de uma linha de ônibus.

3) Os técnicos, viaturas e guarnições da COMLURB então passariam para uma nova região para reiniciar o processo de implantação de roteiros visando a entrega total para as cooperativas. Ou seja, sem aumento de recursos públicos, seria possível fomentar a Coleta Seletiva em toda a cidade! 

A fragilidade deste modelo são as cooperativas de catadores que teriam que assumir um viés mais privado empresarial menos dependente do poder público, unica forma de remunerar todas as atividades de coleta e triagem com os recursos obtidos da comercialização do material reciclável. De imediato, improvisos na frota teriam que desaparecer!


Viatura improvisada de Coleta seletiva


Viatura improvisada de Coleta seletiva

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