“Sentinelas” são procedimentos,
conceitos, rotinas que continuam sendo feitas somente por serem consideradas
verdades inquestionáveis. Persistem mesmo que a razão de sua existência não
exista mais.
O antídoto para as “sentinelas” é
o constante questionamento!
Por muito tempo o “Padrão Comlurb”
encarou a papeleira como um equipamento essencialmente destinado à ocupação do
espaço, um vetor da marca da Companhia, algo como “estamos presentes”.
Com a implantação do Lixo Zero a população
descobriu a papeleira, ou melhor, a ausência de papeleira na construção de
ponderações: “não posso ser multado porque aqui não tem papeleira”; “não tem
papeleira para aumentar a quantidade de multas”.
Tudo até aqui força a necessidade
de instalar cada vez mais papeleiras! Uma sentinela bem custosa!
A questão das papeleiras na
cidade é algo que merece um profundo questionamento para revisar modelos,
tamanhos, propósito do equipamento, além de procedimentos de aquisição,
instalação, manutenção e limpeza, todos impregnados de sentinelas!
Um passeio pela cidade oferece
exemplos de locais onde as papeleiras existentes são totalmente desnecessárias
ou, por outro lado, insuficientes, onde atrapalham a circulação, onde são
repetidas vezes depredadas, onde ficam em desarmonia com o espaço público, e,
muitos locais onde são muito bem posicionadas cumprindo sua função.
Papeleira instalada em logradouro sem movimentação de pessoas, sem ponto de ônibus, sem residências e sem comércio que justifique sua necessidade |
Uma nova abordagem é encarar a
papeleira como um equipamento auxiliar do serviço de varrição. Papeleira é onde
o transeunte irá dispor seu lixo contribuindo para reduzir o esforço do gari
que varre o logradouro. No limite, esquecendo os resíduos naturais como as
folhas e poeira, se todo lixo gerado pelo transeunte for colocado em papeleira,
o varredor terá o trabalho somente de coleta-las.Essa abordagem leva uma premissa
fundamental:
Papeleiras devem existir onde são uteis!
Caminhando pelos logradouros e observando
com atenção a movimentação das pessoas e uso do espaço público, qualquer pessoa
de bom senso é capaz de perceber onde instalar papeleiras sem a necessidade de estabelecer rígidos padrões.
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