A Casa de Banho de Dom João VI, na
cidade do Rio de Janeiro, é um casarão do início do século XIX de nove cômodos
e alpendre, de propriedade do negociante de café Antonio Tavares Guerra. A
construção adquiriu certa fama por D. João VI, após a instalação da família
real portuguesa no Rio de Janeiro, ter a usado para tomar banhos de mar na região, atual bairro do Caju, que, à época, desfrutava de uma paisagem natural
intocada.
Os banhos de mar de D. João VI foram uma recomendação
médica para curar a infecção da mordida de um carrapato. Além disso, à época, o
trajeto percorrido da residência da corte no Paço de São Cristóvão até o Caju
era concluído sem dificuldades.
Em 1938, o casarão foi tombado pelo IPHAN. Entretanto, como não abrigava nenhuma instituição, acabou sendo
ocupado por um grupo de pessoas. Décadas depois, em 1961, já no governo de
Carlos Lacerda, a construção foi desocupada. Mas continuou sem utilidade e, por
mais de uma vez, quase desabou.
Em 1979, o escritor Rubem
Fonseca, então diretor da Fundação Rio, sugeriu que a casa se transformasse em
centro de artesanato. Todavia, o plano não foi adiante.
No ano de 1985, foram iniciadas
obras de restauração do imóvel. As obras foram finalizadas, o casarão voltou a
ser como era nos tempos de glória, mas seguiu sem função e três anos depois foi
ocupado por uma família sem-teto.
Na década seguinte, em 1996, foi
feita uma nova restauração, com financiamento da COMLURB em parceria com a
Região Administrativa da Zona Portuária, e passou a ser o Museu da Limpeza
Urbana, ganhando função e valorização. No
entanto, em 2012, o museu foi fechado para visitação devido à falta de
segurança no bairro do Cajú.
O casarão resiste ao tempo pronto
para ser útil em alguma nobre função. Em
seu interior, jaz o acervo histórico da Limpeza Urbana aguardando pacientemente
por um novo momento de valorização cultural.
Antiga carrocinha de lixo |
Acervo guardado no interior do casarão |
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