20/04/2017 às 9h52 - Por Sidney Rezende
Quase ninguém sabe, mas a Comlurb, empresa de limpeza pública do município do Rio, utiliza vassouras, pneus e outros objetos encontrados no lixo num grande programa de reciclagem. Em Campo Grande, na Zona Oeste, a Fábrica Aleixo Gary, da Comlurb, funciona diariamente com objetivo de reaproveitar materiais e equipamentos usados pela empresa, além de cuidar da criação de diversas opções alternativas e sustentáveis.
Entre os produtos ecologicamente produzidos estão vassouras de fibra de coco com cerdas de garrafas pet; papeleiras danificadas que viraram papões, que são grandes pás usadas pelos garis; contêineres remodelados que viraram práticos carrinhos de lixo, chamados Lutocar 2.0; brinquedos como gangorras e balanços, entre outros. Também são confeccionados e recuperados carrinhos de mão, pás e espátulas para remoção de lixo, chaves de abertura dos ralos das ruas, dispositivo de fixação de contêineres, painéis de proteção para o uso de ceifadeiras, barras para ginástica e pranchas para exercícios abdominais.
Isso sem contar com equipamentos que estão instalados pela cidade. Um exemplo são os fraldários feitos de plástico reciclado, conhecidos como Comlurbebê, instalados em praças e outros espaços públicos, como o do parquinho em frente ao Corte Cantagalo, adequado à paisagem da Lagoa. Cada fraldário reutiliza quase 1.500 garrafas pet em sua fabricação e sua durabilidade é estimada entre 30 a 40 anos. Outra criação da fábrica foram as 50 placas de sinalização vertical do Parque Nacional da Tijuca, instaladas para auxiliar na orientação dos visitantes e frequentadores do local. O material utilizado foi resultado da reciclagem de polímeros e de fibras vegetais, como alternativa sustentável de substituição da madeira natural.
Com esta iniciativa, a Comlurb contribui com inúmeros benefícios ambientais, entre eles, a preservação das florestas, por evitar o corte de árvores, a utilização de materiais reciclados e a produção sem gases poluentes no processo de fabricação. A fábrica mantém a filosofia de criar e reaproveitar materiais desde o seu início na década de 30 quando teve como primeiro projeto a construção das carroças para coleta do lixo com tração animal. Isso aconteceu bem antes da criação da Comlurb. O nome da fábrica é uma homenagem ao empresário francês Pedro Aleixo Gary que, ainda no século XIX, estruturou os serviços de limpeza urbana na cidade do Rio de Janeiro.
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