O evento gigante inflado pelo fenômeno “rave carnavalesca”, com foliões na rua emendando um
bloco no outro podem explicar o porquê de a Comlurb não ter dado conta de
tanto lixo no carnaval deste ano.
— O
primeiro problema foi a dispersão das pessoas, que, este ano, depois do bloco,
continuavam nas ruas. Para nós entrarmos com equipamentos, carros-pipas e
caminhões-varredeiras, é preciso que as ruas estejam liberadas. E elas
demoraram a ser liberadas. Além disso, este ano deve haver um crescimento na
geração de lixo no Sambódromo de 10% e de cerca de 28% nos blocos. Os blocos
sofreram um impacto muito maior — disse Vinicius Roriz, presidente da Comlurb,
reconhecendo ter havido problemas mais graves no Centro, em Ipanema e no
Leblon.
Bola Preta
O diretor
de Serviços da Comlurb, Luiz Guilherme Gomes, disse que o tumulto durante o
Bola Preta ajudou a complicar a situação:
—
Houve uma hora em que a Guarda Municipal disse que não havia condições de
garantir a integridade física, e nossas equipes deixaram o local. Só retomamos
o trabalho de madrugada. Entregamos tudo limpo, mas foi mais demorado. Tivemos
que convocar mais homens e atuamos com 160 garis no Centro até o meio-dia de
domingo. Enquanto a gente trabalhava, mais gente chegava para o Boitatá e outros
blocos no Largo da Carioca e na Praça Quinze. E essas pessoas se somavam às que
estavam emendando desde o dia anterior. Na Rua Farme de Amoedo, em Ipanema,
alguns bares não fecharam, e havia pessoas o tempo todo.
Sem
querer polemizar, responsabilizando o cidadão, a Comlurb, no entanto, diz que
trouxe para o Brasil lixeiras de 3200 litros semelhantes às usadas em Roma e
Paris. Foram instaladas dez na Cinelândia e dez na Lapa, de acordo com a
empresa, mas invariavelmente eram encontradas vazias, com lixo no entorno.
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