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domingo, 5 de agosto de 2012

OS SUPERBARNABÉS *


Escolhido como a elite do funcionalismo público, um seleto grupo de servidores tem a missão de mudar a imagem de ineficiência do setor 

por Felipe Carneiro  

A ideia de formar um time de superfuncionários é uma forma que a prefeitura encontrou para acabar com a ineficiência e o desmazelo que sempre dominaram o serviço público. Por meio de provas, 149 servidores de todas as secretarias e empresas públicas cariocas foram selecionados para participar de um curso de gestão no COPPEAD, centro de referência em administração e finanças da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Batizado de Líderes Cariocas, o projeto tem como objetivo não apenas oferecer uma nova especialização profissional mas também realocar talentos de reconhecida competência em cargos-chave da administração pública, historicamente preenchidos por indicações políticas. Com o programa, a ser realizado anualmente, planeja-se ocupar 336 posições consideradas estratégicas para a cidade a médio prazo. "A proposta não é apenas treinar e qualificar um grupo de servidores, mas, sim, melhorar o serviço público como um todo", diz o secretário da Casa Civil Guilherme Schelder. "Queremos não apenas melhorar o padrão das ações públicas como também garantir sua continuidade por meio de funcionários mais preparados para exercer suas funções, seja quem for o prefeito."

  Alunos da Kennedy School of Government, em Harvard: servidores públicos de alto padrão


As ambições do programa, de fato, não são pequenas. Ao mesmo tempo em que se alinha com a tendência internacional de formar administradores públicos em instituições de primeiríssima linha, como a americana Kennedy School of Government, na Universidade Harvard, e a francesa École Nationale dAdministration (ENA), a especialização oferecida pelo COPPEAD mantém firmes raízes na iniciativa privada. As diferenças do curso para o MBA tradicional da escola, muito procurado por executivos de todo país, são mínimas. A afinação com o universo empresarial é tamanha que o presidente da fundação criada especificamente para gerir o projeto, Rodolfo Coelho, fez carreira na AmBev, empresa criadora de um modelo de administração considerado lapidar, tanto no Brasil quanto no exterior. Entre os destaques do curso está o formato da avaliação, feita por meio de um trabalho em que os alunos, reunidos em grupos de três, desenvolvem uma proposta para a cidade ligada ao plano estratégico da prefeitura - e que não precisa estar necessariamente relacionada a suas áreas de atuação.




(*) BARNABÉ : Estereótipo de servidor que pendura o paletó na cadeira e gasta o dia entre tarefas burocráticas e as rodinhas de conversa no cafezinho







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