Como na vida, em um veleiro estamos sempre indo de um ponto, mas a primeira coisa que percebemos é que o melhor caminho nunca é uma linha reta entre estes pontos. Nosso veleiro deve interagir com a natureza, com as mudanças da força e direção do vento e da corrente, da intensidade da maré, dos perigos ocultos sob a água.
Não conseguimos ir exatamente contra o vento, contra as forças impostas em nossa vida, mas podemos ziguezaguear cambando de tempos em tempos, nos aproximando aos poucos do ponto distante. Em algum momento as forças da vida estão a favor, o famoso vento em popa que faz o barco surfar e chegar ao nosso destino em dois tempos.
Pode não haver vento e ficamos pastando em uma calmaria sufocante. A brisa pode chegar e içamos todas as velas para aproveitar toda sua energia. O vento cresce como um furacão fazendo com que as velas tenham que ser arriadas, pois a vida está forte demais para que possamos controlá-la.
Mas o barco da nossa vida não é um veleiro moderno equipado com radar, localização por satélite, medidor de profundidade, cartas náuticas no computador, piloto automático. O barco da nossa vida é um veleiro do século XVIII que exige dias e noites de vigília, que as estrelas indicam onde talvez você esteja, a rocha submersa não está representada na carta.
Com dinheiro poderíamos comprar um motor potente transformando nosso lindo veleiro em uma lancha. Poderíamos ficar no convés despreocupados bebendo uísque enquanto a força de nosso hélice velozmente nos impulsiona em linha reta exatamente para onde queremos.
Quem já velejou e viu uma lancha passar sabe onde estão os verdadeiros marinheiros.
Sinta o vento e ajuste suas velas.
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