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domingo, 9 de outubro de 2011

Rock in Rio - Legado

Trabalhar no Rock in Rio foi um aprendizado que começou em um excesso de confiança operacional e submissão a um suposto plano europeu maravilhoso e terminou com uma evidência na mágica capacidade de adaptação dos profissionais envolvidos e uma grave lacuna de discussão.

Por partes:

Excesso de confiança operacional: Convencidos que a limpeza da Cidade do Rock seria algo semelhante à operação de Carnaval no Sambódromo a coisa foi planejada considerando os critérios daquele tipo de serviço, presença de garis durante o evento fazendo manejo de containers e mantendo a limpeza e um grupo de garis pela manhã para limpar a área. Na limpeza entre noites de show o Rock in Rio se mostrou mais parecido com uma Operação Reveillon quando os recursos são dimensionados de forma a acabar a limpeza rapidamente, por outro lado, durante o show a coisa foi totalmente sem precedentes, pois estamos acostumados a não executar limpeza durante grandes shows como os que acontecem na praia.

Submissão a um suposto plano europeu maravilhoso: A coisa “terceiromundista” de achar que as coisas do além mar são perfeitas fez com que aceitássemos coisas que evidentemente não dariam certo na nossa realidade. Começando pela separação de lixo reciclável e lixo comum em dois containers diferentes na área de público, passando pelo posicionamento dos containers que os escondiam do público e chegando na necessidade de reciclar todo o material para obter a certificação 100R. O público não separou o lixo; as pessoas não se davam ao trabalho de procurar os containers nos cantos e o material potencialmente reciclável jaz em um galpão esperando separação.

Evidência na mágica capacidade de adaptação dos profissionais envolvidos: Com os problemas operacionais listados acima houve na primeira semana de evento uma enxurrada de reclamações e mídias negativas. Dando uma reviravolta na situação os containers foram reposicionados, efetivo e frota redimensionados de forma a enfrentar um evento semelhante a um réveillon continuado em vários dias. Chamados a participar e conscientes de que a coisa não foi boa, vários gerentes de departamento e suas equipes de mobilizaram e se motivaram a enfrentar a situação.

Uma grave lacuna de discussão: Passado o tsunami musical nem uma palavra foi dita, nenhuma reunião foi realizada, nada foi discutido de forma a internalizar a experiência adquirida. Com a proximidade de grandes eventos culminando com a Olímpiada uma discussão mais estratégica deveria haver de forma a aparelhar a empresa e treinar seus profissionais

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