Há alguns anos, durante meu período como Gerente de Departamento, implementamos diversas iniciativas para melhorar a assiduidade dos funcionários da limpeza urbana. Uma das mais eficazes foi a introdução das "Reuniões de Silêncio". Estas eram organizadas da seguinte maneira:
A cada semana, um grupo de empregados, selecionado aleatoriamente, participava de um encontro sem uma agenda ou tema definido. Ao iniciar a reunião, eu, como Gerente de Departamento, informava aos colaboradores que estava aberto para ouvir qualquer demanda que eles quisessem apresentar. Inicialmente, reinava um silêncio, muitas vezes devido à surpresa ou à timidez, o que justifica o nome da reunião. Porém, pouco a pouco, as pessoas começavam a fazer perguntas, compartilhar experiências e, mais importante, sugerir melhorias.
Foi nessas reuniões que surgiram ideias valiosas, como a utilização de bilhetes presos aos cartões de ponto, uma forma de comunicação mais eficiente do que os avisos nas paredes. Também foi sugerida a necessidade de treinamento para supervisores sobre assédio moral e a criação da Comissão Departamental de Segurança. Esta última tinha o objetivo de permitir que os gestores tratassem dos assuntos abordados na CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) de maneira mais eficaz. Essas reuniões provaram ser uma ferramenta poderosa para engajar os funcionários e impulsionar melhorias significativas no ambiente de trabalho.
Os encontros organizados pelo atual presidente da Companhia assemelham-se às reuniões que costumávamos realizar no passado. Contudo, há uma diferença significativa: agora, os empregados participantes são selecionados pelos seus superiores. Essa mudança pode introduzir um viés nas oportunidades de diálogo, influenciando a diversidade e a abrangência das perspectivas apresentadas.
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