Uma
cidade maravilhosamente imunda. Apenas no ano passado, foram recolhidas das
ruas, praias, encostas e outros lugares do Rio de Janeiro onde não deveria
haver lixo nenhum 1.225.690 toneladas de resíduos, equivalente a três estádios
do Maracanã repletos de lixo.
Para
completar a situação, o Rio de Janeiro foi escolhido em fevereiro a nona cidade
mais suja do mundo em uma lista de 40 dos mais importantes destinos turísticos
do planeta, um vexame internacional.
Nesta
terça-feira (9), o prefeito Eduardo Paes anunciou uma medida extrema para
reduzir o volume de lixo das ruas. A cidade vai mobilizar aproximadamente 500
fiscais para multar, a partir de julho, quem jogue lixo no chão. “Vamos começar
pelo centro do Rio de Janeiro, que é sempre uma área mais complexa que impacta
em toda a região metropolitana, não só na cidade, pela zona sul e algumas
concentrações comerciais no subúrbio carioca”, disse.
Para
resíduos pequenos, que tenham tamanho igual ou menor ao de uma lata de cerveja,
a multa é de R$ 157. Para resíduos maiores que uma lata de cerveja e menores
que um metro cúbico, o valor sobe para R$ 392. O que for descartado de forma
inadequada com tamanho acima de um metro cúbico custará ao infrator R$ 980.
Um
palmtop com acesso à internet, acoplado a uma impressora, será a arma usada
pela guarda municipal para combater a sujeira nas ruas da cidade. Basta o
número do CPF do infrator para que a multa seja impressa na hora. Se não quiser
dar o número do CPF, um policial militar o acompanhará até a delegacia mais
próxima, como aliás já acontece com quem é flagrado fazendo xixi na rua.
Quem for
multado tem o direito de recorrer. Se ainda assim, for considerado culpado e
decidir não pagar a multa, terá o título protestado pela prefeitura, ou seja,
poderá ter dificuldades para pedir empréstimos ou fazer compras parceladas no
varejo.
“Na
verdade, o objetivo da gente não é multar, não é arrecadar com isso. O objetivo
da gente é reforçar a educação com uma forma mais, que a gente acredita que vai
ser mais eficiente“, diz Vinícius Roriz, presidente da Companhia Municipal de
Limpeza Urbana.
Em Nova
York, o Departamento de Limpeza Pública um folheto para informar ao cidadão sobre
as responsabilidades legais dele para manter a cidade limpa. Comerciantes e
residentes se unem à prefeitura para conservar a limpeza dos bairros.
Para quem
sai da linha, é multa mesmo. Podem ser contestadas, mas, se devidas, devem ser
pagas. O valor começa sempre em 100 dólares e dobra a cada reincidência.
Em
Tóquio, é muito difícil encontrar uma sujeirinha na maioria das ruas, mesmo em
lugares movimentados, apesar de não haver lixeiras nas calçadas e ser raro
encontrar um gari. As leis no Japão sobre o assunto variam em cada cidade, e
algumas são bem rigorosas. Recentemente, na cidade de Osaka, um morador recebeu
uma multa equivalente a R$ 20 mil por ter jogado um toco de cigarro no chão.
Era reincidente.
Os
japoneses mantêm as suas cidades tão limpas não por medo das multas, mas por se
tratar de um aspecto cultural. São naturalmente obcecados por limpeza. De volta
ao Rio de Janeiro, não custa reforçar: antes de jogar o lixo no chão, lembre-se
do bolso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário