Chefe ou Líder? Cada vez que esta
pergunta é feita estamos pondo frente a frente os conceitos de Liderança e
Poder. São conceitos inter-relacionados como duas faces da mesma moeda, mas, o
poder seria o “lado negro” da liderança?
O Poder domina. Através de
influência um indivíduo poderoso “A” modifica o comportamento do indivíduo
submisso “B” criando uma relação de subordinação entre A e B. Liderança não é
também uma relação de subordinação entre A e B? Substituindo subordinação,
submissão, domínio, termos quase sempre relacionados historicamente com
injustiças e violência, por outros mais sedutores como motivação, objetivos
comuns, sinergia, não teríamos uma relação consensual de subordinação entre A e
B em nome do bem comum?
O chefe é apresentado formalmente
para exercer poder sobre seus subordinados, da mesma forma os subordinados
legitimam naquele indivíduo a capacidade de exercer o poder por sua posição
hierárquica. Com ações de coerção e de recompensas o chefe vai moldando
comportamentos e desempenho. Na diferença de potencial entre as influências
obtidas através da coerção com aquelas obtidas por promessas de recompensas
está uma das táticas mais eficazes de conquista de submissão. O chefe aumenta
seu poder quando o subordinado percebe que pode ser recompensado ao mesmo tempo
em que também teme a possibilidade de ser punido. Perceber somente a
possibilidade de recompensa ou somente temer punições não é tão eficaz.
Com o passar do tempo o chefe,
pelo menos o esclarecido, tem oportunidades de mostrar suas habilidades
específicas ou conhecimento passando a exercer menos poder formal
substituindo-o por poder pessoal através da competência. Melhor ainda se os
subordinados identificarem nele traços pessoais admiráveis. O fardo da chefia
vai ficando mais leve, pois o poder pessoal é mais eficaz que o poder formal.
Este chefe competente e admirável encontra
condições de estimular em seus subordinados interesses que vão além do
cumprimento de tarefas. Como queremos ser vistos? Para onde vamos? Punições e
recompensas deixam de ser motivo de conversas pelos corredores escuros.
Discussões sobre metas e objetivos passam a deflagrar em todo lugar. Estamos
assistindo o nascimento de uma equipe e a metamorfose do Chefe em Líder. As
pessoas comentam de quanto o chefe parecia ser um déspota draconiano quando
chegou e que na verdade é a pessoa que trouxe melhorias para todos.
O chefe continua com o poder de
punir e recompensar, também continua exercendo poder por sua capacidade de trabalho
e comportamento exemplar admirável, principalmente continua a ser chefe pela
ótica formal da estrutura hierárquica, mas agora este indivíduo é reconhecido
como líder da equipe e os membros desta aceitam consensualmente a influencia
que este líder exerce sobre suas vidas, é o poder consensual daquele que soube trilhar este caminho.
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