Bruno Rousso e Carlyle Jr., do R7, no Rio
Tema de debates na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável), a reciclagem é um problema histórico no Rio de
Janeiro. Das 260 mil toneladas jogadas fora mensalmente na cidade, menos de 3%
são reaproveitadas. Desse total, cerca de 0,25% são coletados pela Comlurb
(Companhia Municipal de Limpeza Urbana).
A maioria do material reciclado, aproximadamente 2,5%,
é resultado do trabalho dos catadores, distribuídos por 23 cooperativas
cadastradas no município e que não recebem apoio formal. Na Europa, a média de
reutilização de resíduos sólidos supera os 40%.
O plano da prefeitura, que prevê investimento de R$
50 milhões em parceria com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social),
é ampliar até 2015 o sistema de coleta seletiva, englobando os 160 bairros da
capital fluminense.
Hoje, 42 bairros já recebem a visita semanal do caminhão especial da Comlurb, que atende principalmente as zonas sul e oeste. A zona norte representa menos de um quarto do serviço, que não se estende às favelas.
Apesar
dos avanços em coleta seletiva, a estrutura de reciclagem erguida do Rio
não tem potencial para funcionar em larga escala. Das três usinas construídas a
um gasto total de cerca de R$ 80 milhões, a de Jacarepaguá (zona oeste),
inaugurada em 1992, está inativa há anos. As fábricas de Irajá (zona norte) e a
do Caju (zona portuária), construídas entre as décadas de 1970 e 1990,
funcionam parcialmente.
O fechamento do lixão de Gramacho, na baixada,
pôs um ponto final numa de história 34 anos de destinação inadequada do lixo
produzido no Rio. O depósito, considerado o maior da América Latina, chegou a
acumular mais de 60 milhões de toneladas de resíduos.
O
fim do aterro de Gramacho atende a um dos principais pontos da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, que, além de decretar a extinção dos lixões até
2014, determina a utilização de aterros sanitários, a reciclagem e a coleta
seletiva.
Segundo o Prefeito Eduardo Paes: — “Com a construção do aterro
sanitário de Seropédica, além de definir o espaço adequado para receber os
resíduos da cidade do Rio, estamos trabalhando para ampliar a coleta seletiva e
a reciclagem. A proposta para os próximos quatro anos é ampliar para 25% o índice de lixo reciclado na cidade, promovendo também a inclusão social e
produtiva de até 1.500 catadores, que trabalharão nas novas centrais de triagem”.
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