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terça-feira, 25 de março de 2025

Ecoparque do Caju da Comlurb é destaque em conferência internacional sobre clima

Ecoparque do Caju da Comlurb é destaque em conferência internacional sobre clima

O Banco de Alimentos funciona no antigo refeitório do Ecoparque, que foi totalmente reformado para o projeto - Divulgação

O Ecoparque do Caju, da Comlurb, foi destaque da Conferência Internacional sobre Clima e Ar Limpo 2025, organizada pela ONU. O projeto participou da sessão “Breakthrough Ambitions in Organic Waste”, sendo um modelo de gestão inspirador para outros países. O evento foi realizado em Brasília e contou com diversas autoridades brasileiras e estrangeiras. Os projetos apresentados são exemplos de bom uso de recursos financeiros, de fundos nacionais e internacionais, para a implantação de tecnologias de baixo carbono e alto impacto social.

Dentro do Ecoparque do Caju, a Comlurb promove diversas ações de cunho ecológico, como a operação de uma Unidade de Biometanização, que transforma resíduos orgânicos em biogás e energia elétrica e abastece uma estação de recarga de carros elétricos da companhia. Além disso, no local é realizado um moderno processo de produção e beneficiamento de composto orgânico, insumo que fomenta a Agricultura Urbana no município. O ecoparque também possui um robusto equipamento de Processamento Mecânico de Resíduos de Poda, que produz cavaco de madeira para compostagem e para reaproveitamento energético na indústria cerâmica.

Outra iniciativa de destaque é o Banco de Alimentos, que contribui para a redução do desperdício de alimentos e promoção da segurança alimentar, já que doa o excesso não comercializado em lojas do supermercado Zona Sul, mas em ótimas condições nutricionais de consumo, para famílias em situação de vulnerabilidade social que vivem no bairro do Caju, uma das regiões com menor índice de desenvolvimento humano do Rio.

Os projetos do Ecoparque, apresentados em um stand pelo coordenador de Projetos da Comlurb, Bernardo Ornelas, demonstraram como uma gestão mais sustentável, circular e transversal dos resíduos orgânicos pode ser implementada nos municípios, associando a ação climática à promoção da segurança alimentar, agricultura urbana, geração de energia limpa e melhoria da saúde pública.

O coordenador de Sustentabilidade da Companhia, Marcelo Sicri, também fez uma apresentação na conferência, quando anunciou a adesão do Rio de Janeiro à iniciativa Lowering Organic Whaste Methane (LOW-M), que visa reduzir, em cidades estratégicas, as emissões de metano no setor de resíduos orgânicos. O profissional destacou a Comlurb como protagonista nesta meta, por meio da substituição de parte da frota diesel por caminhões movidos com o biometano produzido no Centro de Tratamento de Resíduos  CTR- Rio, em Seropédica, e também pelo trabalho de compostagem da Companhia, essencial para o desenvolvimento da agricultura urbana e combate à insegurança alimentar.

– Participar de um evento deste porte é muito importante para dar visibilidade às ações da Comlurb, que vão além da limpeza urbana e também porque possibilita atrair investimentos para novos projetos – pontuou.

domingo, 23 de março de 2025

Em dois anos, país aumenta reciclagem de embalagens PET em 14%

Mesmo assim, reciclagem ainda está abaixo do potencial

Bruno Bocchini - repórter da Agência Brasil

Brasília (DF), 24/03/2025 - Centro de reciclagem de garrafa pet. Foto: Edmar Chaperman/Funasa© Edmar Chaperman/Funasa

O Brasil reciclou 410 mil toneladas de embalagens PET em 2024, montante 14% superior às 359 mil toneladas recicladas 2022, segundo a 13ª edição do Censo da Reciclagem do PET no Brasil, divulgado nesta segunda-feira (24) pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).

Apesar do resultado positivo, a entidade ressalvou que a falta de políticas públicas de coleta seletiva dificulta a destinação correta das embalagens descartadas pelos consumidores, o que está gerando ociosidade no setor. 

“As empresas recicladoras chegam a atuar com uma ociosidade média de 23%, chegando a picos de até 40%”,  destaca o presidente da Abipet, Auri Marçon. “Com isso, a indústria de reciclagem do PET está chegando no seu limite, por não ter a matéria-prima necessária para seus processos produtivos, ao mesmo tempo em que toneladas de embalagens são destinadas aos aterros comuns ou descartadas incorretamente no meio ambiente”, acrescenta.

Destino das PETs recicladas

De acordo com o censo, em 2024, o principal destino da resina reciclada das PETs – 37% do total – foi a fabricação de uma nova embalagem, utilizada principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras bebidas não alcoólicas. O setor têxtil vem em segundo lugar, com um consumo de 24% da resina reciclada, seguido pela indústria química (13%), lâminas e chapas (13%), e fitas de arquear, utilizadas em empacotamento e fechamento de caixas (10%).

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Comlurb alcança nível Aprimorado no Índice de Adequação à LGPD

 Nossa Companhia tem o orgulho de compartilhar que, após avaliação realizada pela Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados (SMIT), alcançamos a nota 0,8676 no Índice de Avaliação da Adequação dos Órgãos e Entidades do Município do Rio de Janeiro à Lei Geral de Proteção de Dados (IAALGPD). Esta nota nos posiciona no nível Aprimorado do índice, superando a média da Prefeitura, que foi de 0,4395.

Segundo o relatório final, a SMIT destacou que: “A Comlurb possui uma maturidade institucional impressionante, alcançando maturidade aprimorada. Já avançado em aspectos bastante significativos da governança em proteção de dados pessoais e da privacidade”. Este reconhecimento reflete o nosso compromisso com a governança e com a proteção dos dados pessoais, um tema cada vez mais essencial para o nosso tempo.

Agradecemos aos empregados que contribuíram para esse resultado. E reafirmamos o nosso empenho em aprimorar nossas práticas, garantindo segurança e privacidade em todas as nossas operações.

Parabéns, equipe Comlurb!




Prefeitura entrega 64 novos caminhões sustentáveis para a frota da Comlurb na Zona Norte


Publicado em 30/01/2025 

Ação foi antecipada em um mês e completa a previsão de 160 veículos para atender a Zona Norte - Divulgação

A Prefeitura do Rio entregou, nesta quinta-feira (30/1), 64 novos caminhões com tecnologia sustentável à frota da Comlurb na Zona Norte da cidade. A entrega foi antecipada em um mês e, com isso, a companhia de limpeza urbana completa 160 veículos para atuar no atendimento da coleta domiciliar e remoção de lixo público nos bairros da região.


Os novos caminhões seguem a norma de sustentabilidade Euro 6, protocolo que estabelece limites para a emissão de poluentes por veículos a diesel. A frota da Comlurb já segue essa regra desde 2024 com os caminhões emitindo em média 80% menos partículas poluentes em comparação aos anteriores.

– A gente vem fazendo um esforço muito grande de renovação da frota da Comlurb. Estávamos com uma frota antiga na Zona Norte, essa é a segunda parte da região que pega muito dos bairros que fazem fronteira com a Baixada Fluminense, uma área muito importante da cidade. Agora pedimos a colaboração da população porque custa caro e o que paga é o imposto das pessoas. Se tivermos mais civilidade a Prefeitura vai economizar, pelo menos, R$ 300 milhões por ano, um dinheiro que pode ir para a Saúde e para a Educação – afirmou o prefeito Eduardo Paes, durante o evento de apresentação dos novos caminhões no Parque Radical de Deodoro.

A renovação da frota da Comlurb na Zona Norte começou em 12 de janeiro. Agora, a leva de 64 veículos entregues completa o processo. Dos caminhões incorporados à companhia, 21 são compactadores, destinados ao serviço de coleta domiciliar; 20 são basculantes, para remoção de lixo público; 11 são minibasculantes, para operações em áreas de difícil acesso, como ruas estreitas e becos, especialmente em comunidades; sete são poliguindastes, para recolher resíduos de caixas de entulho; e cinco são pipas d´água, para lavagem de logradouros e limpeza de ruas após feiras livres e eventos.

Os veículos serão utilizados nos serviços da Comlurb em Vigário Geral, Honório Gurgel, Engenho da Rainha, Complexo do Alemão, Cordovil, Jardim América, Costa Barros, Pavuna, Fazenda Botafogo, Coelho Neto, Ricardo se Albuquerque, Anchieta, Complexo do Chapadão, entre outros.

Os veículos e equipamentos vão otimizar e dar um melhor ordenamento à coleta, garantindo mais eficiência e qualidade nos serviços da Companhia. Uma vantagem da nova frota é que todos os caminhões, inclusive os menores que trafegam em comunidades, possuem dispositivos para basculamento automático dos contêineres de 1.200 litros, o que torna a remoção do lixo mais rápida e eficiente.

– No início de janeiro entregamos a primeira leva e agora a segunda leva. Estamos entregando hoje veículos diferenciados. É uma frota nova, ambientalmente correta, pois polui cinco vezes menos do que a frota anterior. A eficiência e a produtividade, com certeza, vão aumentar. É uma nova vida de coleta na Zona Norte – disse o presidente da Comlurb, Jorge Arraes.



 

Mais equipamentos para a Zona Norte

Além da nova frota, a Zona Norte vai receber no total quase 8 mil contêineres de 1.200 litros, caixas compactadoras e caixas metálicas para deposição de resíduos. Contêineres e caixas serão instalados principalmente nas comunidades.

A região também recebeu 210 novas roçadeiras de alta tecnologia para o corte de mato e grama na cidade. Além de agilizar e tornar mais eficientes esses serviços, os equipamentos são mais leves, produzem menos ruídos, e contam com dispositivo que ameniza os efeitos dos esforços repetitivos na operação, garantindo mais conforto, saúde e qualidade de vida ao gari. São também mais ambientalmente sustentáveis, consumindo menos combustíveis e emitindo menos gases poluentes.


Reportagem O Dia



domingo, 26 de janeiro de 2025

Paes cobra pessoalmente homem sobre descarte irregular de lixo e entulho na Zona Oeste do Rio

Prefeito esteve em Jacarepaguá, onde mora o rapaz, explicando que seu trabalho estava sendo realizado de forma ilegal; não houve multa

Por Raphael Fernandes 

Veja o video


Eduardo Paes conversando com homem sobre descarte irregular de lixo e entulho no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/Internet

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, publicou um vídeo em suas redes sociais, neste domingo (26/01), cobrando pessoalmente um cidadão sobre descarte irregular de lixo e entulho na cidade.

No vídeo, que é o episódio 2 do quadro ”Civilidade com Dudu”, criado pela Prefeitura para ensinar a população carioca sobre atitudes a serem tomadas respeitando a legislação municipal, Paes vai à casa do homem, na região de Jacarepaguá, Zona Oeste, e informa a ele que seu trabalho de remoção de lixo e entulho está sendo realizado de forma ilegal, uma vez que o descarte ocorre em áreas proibidas para tal. O prefeito destacou que, no site oficial da Comlurb e também pelo número 1746, são informados os locais liberados para o ato.

Segundo Eduardo Paes, a Prefeitura do Rio gasta cerca de R$ 24 milhões por mês para reparar os descartes irregulares na capital fluminense, o que dá quase R$ 300 milhões anuais. Com esse dinheiro, de acordo com o prefeito, seria possível construir 30 escolas ou 60 Clínicas da Família, por exemplo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

DIRETORIA DE COMPLIANCE - Retrospectiva 2021/2024

A impermanência é um dos princípios mais profundos e belos do budismo. Ela nos ensina que tudo o que existe está em constante transformação e que a verdadeira força reside na nossa capacidade de aceitar o fluxo da vida, adaptando-nos com coragem e serenidade às mudanças inevitáveis. Hoje, com este artigo, nos despedimos da Diretoria de Compliance da Comlurb no formato que ela é hoje, mas não do legado que construímos juntos. 

A DCO foi muito mais do que uma estrutura administrativa ou um conjunto de normativas. Ela foi a manifestação viva do compromisso da Comlurb com a integridade e a transparência. A essência da nossa missão transcende a Diretoria e deve pulsar em cada profissional da Companhia, em cada norma aprimorada, em cada ato de governança responsável. 

Ao longo dos anos, a DCO se tornou um exemplo de como valores sólidos podem guiar ações concretas. Projetos como o fortalecimento da apuração de denúncias, as ações de compliance trabalhista, a interação profissional com os órgãos de controle, o desenvolvimento de sistemas digitais seguros, incluindo a proteção de dados pessoais, as normativas bem redigidas, e os treinamentos realizados para milhares de empregados refletem um trabalho dedicado e inspirador reconhecido pelo diagnóstico de maturidade em integridade pública da Prefeitura.

Como ensina o budismo, o apego a estruturas e títulos pode limitar nossa capacidade de evolução. A DCO, enquanto Diretoria, cede seu espaço para novos formatos e desafios, mas sua essência continua viva. Em cada setor da Comlurb, o aprendizado e as conquistas desta trajetória permanecem como sementes prontas para florescerem sob novas condições.

 Gostaria de relembrar as palavras do filósofo Heráclito: "Tudo flui". Essa é a natureza do tempo e das organizações. O que parecia permanente é, na verdade, uma parte do grande fluxo da transformação. Assim, devemos olhar para esta transição não com pesar, mas com a gratidão de quem reconhece a oportunidade de algo novo emergir. 

Que os ensinamentos de impermanência e desapego guiem nossa caminhada como instituição. Que possamos encarar este momento como uma renovação, acolhendo o futuro com coragem e serenidade. Acredito que o legado da Diretoria de Compliance é um alicerce firme, e cabe a todos nós continuar construindo, com ética e integridade, a história da Comlurb. 

Com profunda gratidão

Gustavo Puppi, Diretor de Compliance 


Panorama DCO 2021 a 2024 by Gustavo Puppi on Scribd



quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Coleta seletiva: Rio recicla apenas 0,5% do lixo reciclável que produz

Opinião

O discurso de ampliação da coleta seletiva com recursos públicos apresenta fragilidades significativas quando analisado sob o conceito de logística reversa e a ideia de que a reciclagem deve ser financiada e operada prioritariamente pela iniciativa privada. O modelo atual transfere ao setor público a maior parte dos custos operacionais, enquanto as cooperativas lidam com materiais insuficientes ou de baixa qualidade para gerar renda sustentável, agravando a precariedade do sistema.

A reciclagem não é apenas uma questão de coleta seletiva, mas um mercado de commodities com grande potencial econômico. No entanto, ao negligenciar a participação obrigatória de fabricantes e importadores no financiamento e gestão dos resíduos gerados, o sistema atual falha em criar incentivos para a utilização de materiais reciclados pela indústria e para a sustentabilidade de toda a cadeia de valor. A logística reversa propõe a internalização dos custos ambientais pelas empresas, garantindo que a reciclagem seja financiada por quem coloca os produtos no mercado.

A profissionalização dos catadores é fundamental para transformar o sistema. Eles devem ser vistos como parceiros estratégicos da iniciativa privada, integrados a um modelo de negócios em que participem da coleta e triagem como empreendedores e agentes produtivos. Esse modelo elimina a dependência de subsídios governamentais, promovendo maior autonomia financeira e eficiência operacional. Empresas, por sua vez, poderiam contratar cooperativas para executar atividades dentro da cadeia logística reversa, garantindo remuneração justa e estabilidade.

Portanto, expandir a coleta seletiva sem reavaliar sua estrutura perpetua um sistema caro e ineficiente. É essencial que a iniciativa privada assuma seu papel, financiando a reciclagem, enquanto os catadores evoluem para uma posição de parceiros autossuficientes, possibilitando um sistema sustentável, inovador e alinhado às melhores práticas ambientais.


Segundo Comlurb, a quantidade de recicláveis que chega às cooperativas é muito pequena, são apenas 1.500 toneladas por mês. Apesar dos 21 anos de existência da coleta seletiva de recicláveis no Rio de Janeiro, o serviço ainda é invisível para boa parte da população.

Por Anita Prado, André Trigueiro, RJ2

A cidade do Rio de Janeiro recicla apenas 0,5% de todo o lixo misturado que o município envia por mês para o aterro sanitário de Seropédica, Baixada Fluminense. Segundo Comlurb, a quantidade de recicláveis que chega às cooperativas é muito pequena, são apenas 1.500 toneladas por mês.

Apesar dos 21 anos de existência da coleta seletiva de recicláveis no Rio de Janeiro, o serviço ainda é invisível para boa parte da população. O serviço prestado pela Comlurb é alvo de muita desconfiança.

A frota da coleta seletiva da Companhia Comlurb conta com apenas 16 caminhões para a cidade inteira, que circulam com aproximadamente 30% de espaço ocioso.

Os caminhões azuis que fazem a coleta seletiva podem misturar sem problemas papel, papelão, vidro, plásticos e metais. Misturar o chamado lixo seco não causa nenhum prejuízo à reciclagem. Só não pode misturar os recicláveis com o lixo orgânico, que são os restos de comida.

“Mistura todo o reciclável não é misturar tudo orgânico. Então cuidado, pode parecer que a gente vai lá com o caminhão azul e mistura o orgânico e reciclável, não é”, explica Edison San Romã, coordenador da coleta seletiva da Comlurb.



Entretanto, o RJ2 entrevistou muita gente que não acredita que os caminhões da coleta seletiva levem os recicláveis para o lugar certo.

“Acho que colocam tudo e vai para o aterro sanitário, algo do tipo. Se você não sabe para onde vai, porque você vai fazer na sua casa, se no final não vai ser correspondido teu trabalho em casa”, questiona Thiago Roldão.

“Não sei onde deixam tudo separado porque é lixo, é muito lixo”, diz Anete Braga.

“Você acha que eles separam isso tudo? Claro que não! Claro que não separam. Vai tudo para o lixão comum como sempre vai”, conta Frederico Costa.

“Acho que vai tudo para o mesmo lugar, por mais que a gente separe em casa”, diz Mateus Cabral

Para confirmar o caminho que fazem os materiais recicláveis recolhidos pelo caminhão azul, o RJ2 instalou um rastreador em materiais recicláveis coletados numa Rua do Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, e acompanhou o deslocamento do caminhão azul sem que a Comlurb soubesse.

O veículo seguiu direto até a Rua Matapi, no Jacaré, Zona Norte do Rio, onde fica uma das cooperativas de catadores que participam do projeto.

“Tem a roteirização de todos esses caminhões, então todos os caminhões saem para um roteiro determinado e, no final, a gente também tem determinado qual é a cooperativa que eles vão levar através de um sistema de monitoramento de todos os caminhões via satélite.

 A quantidade do material reciclável que chega às cooperativas mal dá para garantir a renda dos catadores, dizem os coordenadores das cooperativas.

“O material vem, mas meio vazio. A gente precisa mais rotatividade, mais caminhões dentro da população do Rio de Janeiro para fazer essa coleta seletiva e chegar até mesmo às cooperativas. Falta muita campanha mesmo para fazer essa separação e seleção para que chegue material de fato nas cooperativas”, explica Ana Carla Nistaldo, diretora financeira da cooperativa Coopideal.

Um dos diretores da cooperativa Copam, Luiz Carlos Fernandes, diz que a Comlurb precisa aumentar a frota.

“Acho que a Comlurb precisa aumentar a frota de caminhões porque já tivemos número muito maior de pessoas trabalhando e a gente teve que reduzir devido a quantidade de material que chega. O número de resíduos reduziu bastante”.

“A gente tem que dar nosso jeito para correr atras de material. Falta uma conscientização das pessoas sobre a reciclagem. Muitas pessoas não entendem e acabam jogando o material no rejeito. São muitas bandejas de ovo, que é pet, mas não é reciclável, bandeja de uva, esponja, muita embalagem aluminada por dentro. Nada disso é reciclável e gera uma grande quantidade de rejeito na cooperativa. Fica difícil para a gente que depende desse material”, diz Adilson Farias da Silva, representante da triagem da Copam.

“Aqui somos 22 famílias nesse espaço aqui, que depende desse material para viver. A gente depende que esse material seja separado em casa”, disse Luiz Carlos Fernandes.

A diretora da Coopideal fala sobre os catadores.

“São catadores que vieram do antigo lixão de Gramacho, que hoje estão aqui nessa luta pelejando pra que chegue material na cooperativa, pra que eles possam levar seu sustento pra dentro de casa”.

Sem campanhas públicas de estímulo à reciclagem, os interessados em participar da coleta seletiva têm que procurar informações por conta própria no site da Comlurb, onde há um espaço para saber se a rua onde mora está na rota dos 117 bairros cobertos pelo projeto.

Oficialmente, a Prefeitura do Rio estima que a coleta seletiva garanta a separação de pelo menos 10% dos recicláveis. Mas nem o prefeito acredita nesse número. Eduardo Paes falou sobre isso há menos de um mês. Pela quarta vez prefeito da cidade, Paes ainda não encontrou um caminho para popularizar a coleta seletiva.

“A sensação que a gente tem é de muito mais baixo do que isso. Portanto, acho que a gente tem que querer ousar nisso. Avançar, mas não é aquele padrão, não acho que tenha que ser o padrão. Não vamos conseguir trazer o padrão europeu pra cá. Separação em casa, colaboração da população, a gente vai ter que olhar um pouco para nossa realidade e eventualmente a gente pode disparar esse número”, fala o prefeito do Rio.

O diretor da Comlurb (?), Thales Malta, afirma que a solução está na educação de base.

“A gente não vê isso no dia a dia, não vê propaganda, não vê de certa forma de que isso vai funcionar e vai gerar resultado positivo para a sociedade pra no dia a dia. Se a gente tiver na base das crianças uma educação voltada para isso e de alguma forma. Atingir pais e mais velhos em ter consciência de separar resíduo reciclável, isso leva tempo, até haver mudança de cultura. Mas acho que é caminho fundamental. Trabalhei 16 anos da minha vida dentro do lixão e é um sonho que o Rio realmente de fato, com tantas cooperativas que tem município grande, tenha coleta seletiva de verdade. Que tenha caminhões e mais caminhões chegando nas cooperativas, toneladas de materiais recicláveis, dando sustentabilidade a nós catadores”.

A Comlurb disse ao RJ2 que o serviço de coleta seletiva conta com divulgação constante pra população da cidade em feiras livres, praças e pontos de grande movimentação de pessoas, todos os fins de semana. E que além disso, são realizadas campanhas nas redes sociais.


domingo, 5 de janeiro de 2025

Papeleiras onde são necessárias!!!!

Não há absolutamente qualquer fluxo de pedestres nessa esquina. A papeleira nunca será usada! Está lá provavelmente porque o "manual" diz para ter papeleiras em cruzamentos


 Um passeio pela cidade demonstra exemplos de locais onde as papeleiras existentes são totalmente desnecessárias, onde as papeleiras são insuficientes, onde atrapalham a circulação, onde são repedidas vezes depredadas, onde ficam em desarmonia com o espaço público, e, graças aos céus, locais onde estão muito bem posicionadas cumprindo sua função operacional e educacional.

Acredito que alguém com boa vontade caminhando pelos logradouros observando a movimentação das pessoas e a ambiência do espaço público percebe onde instalar papeleiras sem a necessidade de equações matemáticas. Porém, algumas recomendações deveriam ser consideradas:

1) Logradouros residenciais não devem ter papeleiras. Em um logradouro com baixa frequencia de varrição existe o risco de encontra inagens com esta onde a papeleira se transforma em ponto de disposição de lixo domiciliar fora do dia e horário de coleta:

2) Logradouros de lazer incluindo os de comércio semelhante a shoppings devem ter papeleira onde os usuários menos se locomovem. Em uma praça: próximo aos bancos e mesas de jogos, próximo a quiosques, brinquedos. Em um bulevar: próximo às esquinas e entrada de prédios públicos.
3) Logradouros comerciais e/ou de escritórios com movimentação intensa tipo centro da cidade deve haver infestação de papeleiras. Sem causar obstrução à circulação as papeleiras devem ficar como se os transeuntes quase tropeçassem nelas.
4) Em entradas e saídas de estações de metrô e trem, terminais rodoviários e marítimos devem ter papeleiras nos logradouros de acesso. Também em pontos de ônibus cobertos e pontos de taxi.

5) Padronização das papeleiras é vantajoso para a aquisição e manutenção, no entanto, alguma atenção deve ser dada para tipos diferenciados. Papeleiras mais resistentes em locais onde pode haver maior incidência de depredação tais como saída e acessos de estádios. Papeleiras mais elaboradas esteticamente para as maiores atrações turísticas. Até mesmo papeleiras temáticas como áreas de saída de praia ou shows.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Os números do Reveillon


Opinião

A operação de limpeza do réveillon de 2024 registrou o maior volume de resíduos já divulgado, com 980 toneladas coletadas, sendo 508 em Copacabana. Apesar do avanço operacional, com maior efetivo de garis e mais contêineres, os dados ainda são baseados em estimativas de uma tabela antiga que calcula o peso pelo volume transportado nos caminhões, sem pesagem real. Essa metodologia limita a precisão e a confiabilidade dos resultados, que não devem ser usados como indicadores de público, civilidade ou sucesso do evento, pois refletem apenas uma estimativa grosseira.

Embora eficiente no restabelecimento da limpeza até as 10h do dia 1º, a apuração de resultados da operação carece de modernização. Recomenda-se implementar a pesagem direta dos resíduos, atualizar a tabela de estimativas e incorporar métricas complementares que abranjam aspectos operacionais e a percepção pública. Isso garantiria maior transparência e dados mais úteis para planejamento e avaliação das próximas operações.






Comlurb remove 980 toneladas de lixo no Réveillon 2025 em todos os pontos oficiais de festas na cidade

Os fogos iluminaram o céu e os garis garantiram a limpeza na virada para 2025! As equipes da DLU e DSU marcaram presença nos pontos de festa em todas as regiões da cidade, garantindo uma limpeza eficaz. Com o maior efetivo da história, os 5.000 garis recolheram 980 toneladas de resíduos, sendo 508 toneladas apenas em Copacabana. As praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes somaram juntas 180 toneladas. A Praia de Sepetiba contabilizou 17, 5 toneladas.

A expertise do nosso time garantiu as vias e as calçadas limpas até as 10h do primeiro dia de 2024. Em seu primeiro dia à frente da Presidência da Comlurb, Jorge Arraes deu detalhes da operação especial de limpeza.

“A nossa operação especial de limpeza foi feita em cima de um planejamento estratégico, setorizado, o que contribuiu para tornar ainda mais eficiente o trabalho dos garis. Foi muito importante o aumento do número de contêineres em toda a orla, que facilitou o descarte por parte do público, agilizou e tornou ainda mais eficiente o nosso trabalho”, afirmou Jorge Arraes.



Atacado e Varejo


Na gestão da limpeza urbana, duas abordagens contrastantes moldam a rotina das equipes e a percepção do trabalho pela sociedade: o "atacado" e o "varejo". Esses termos remetem a duas dimensões operacionais distintas, mas interdependentes, cada uma com seus desafios e benefícios. Compreendê-las em profundidade é essencial para uma gestão eficiente e sustentável.

O "atacado" refere-se a operações concentradas e de grande escala, que demandam mobilização massiva de recursos em ocasiões específicas, como eventos de grande porte ou desastres naturais. São os momentos em que a cidade precisa ser limpa rapidamente após festas populares, como o Carnaval ou o Réveillon, ou diante de situações emergenciais, como alagamentos. Nesses casos, a visibilidade do trabalho é altíssima, com resultados rápidos e impressionantes que capturam a atenção do público e da mídia. Essa exposição positiva eleva a autoestima dos trabalhadores envolvidos, que sentem o impacto direto de suas ações na vida da cidade. Além disso, o "atacado" exige planejamento detalhado e alta coordenação para lidar com grandes volumes de resíduos, frequentemente envolvendo ações inovadoras, como a integração de práticas sustentáveis e a cooperação com iniciativas de reciclagem.

Por outro lado, o "varejo" representa a rotina diária e contínua de manutenção urbana, um trabalho menos visível, mas igualmente indispensável. É no "varejo" que a cidade se mantém limpa e funcional no dia a dia, com atividades como varrição, capina, remoção de pequenos resíduos e desobstrução de bueiros. Essa esfera, embora essencial, enfrenta desafios únicos, principalmente relacionados à percepção pública. O trabalho contínuo muitas vezes passa despercebido, e os pequenos erros ou atrasos podem rapidamente se transformar em reclamações. Além disso, o "varejo" depende fortemente da motivação individual dos profissionais e de uma supervisão eficiente para manter altos padrões de qualidade.

A dicotomia entre essas duas abordagens revela um dilema enfrentado por gestores urbanos. O "atacado", com sua visibilidade midiática e impacto imediato, tende a ser mais valorizado, tanto por quem realiza o trabalho quanto pela sociedade. Já o "varejo", pela sua natureza discreta e permanente, carrega o ônus das críticas e reclamações acumuladas. Esse desequilíbrio na valorização pode gerar riscos para a gestão pública, como a priorização de esforços em eventos pontuais em detrimento de uma rotina diária eficaz.

Portanto, é crucial buscar um equilíbrio entre o "atacado" e o "varejo". A integração de tecnologia para monitorar e otimizar as operações, programas de incentivo que reconheçam o trabalho das equipes em ambas as dimensões, e campanhas educativas para envolver a população na manutenção da limpeza são estratégias fundamentais. Ao valorizar tanto os esforços extraordinários quanto o trabalho silencioso do dia a dia, a gestão pública pode construir cidades mais limpas e funcionais, garantindo que o brilho das grandes operações não ofusque a importância do trabalho contínuo que sustenta a qualidade de vida urbana.