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domingo, 30 de outubro de 2011

IDH e qualidade do serviço público



O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - criado pelos economistas Mahbubul Haq e Amartya Sen mede a qualidade de vida considerando indicadores como renda "per capta", saúde (expectativa de vida ao nascer) e educação (taxa de alfabetização de adultos e matrículas no ensino fundamental, médio e superior)

A reportagem anexada sugere que os de maior IDH reclamam mais dos serviços públicos e os de menor IDH reclamam menos.
Apesar de não ter encontrado base acadêmica para a hipótese da reportagem chamei os altos IDH de "conscientes" e os baixos IDH de "letárgico". Considerando as relações de IDH e reclamações da qualidade do serviço público chegamos a quatro opções:
  1. Qualidade do serviço Alta: IDH alto e quantidade de reclamações baixa pois apesar do IDH consciente não acontecem reclamações.
  2. Qualidade do serviço indeterminada: IDH alto e quantidade de reclamações alta possivelmente reflexo do IDH "consciente”
  3. Qualidade do serviço indeterminado: IDH baixo e quantidade de reclamações tambpe baixa possivelmente reflexo do IDH "letárgico”
  4. Qualidade do serviço Baixa: IDH baixo e quantidade de reclamações alta. As demandas estão altas apesar do baixo risco de surgimento de demandas devido ao IDH "letárgico”




quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Como fazer uma faxina



experiência colombiana de combate à corrupção policial é um exemplo e tanto de que é possível reduzir essa praga, a maior chaga das forças da lei no Rio
por Caio Barretto Briso, de Bogotá 19 de Outubro de 2011
Quando recursos públicos não são usados de forma eficiente ficando aquém do que poderiam realizar se houvesse empenho e dedicação em uma busca de melhoria contínua de processos e gestão, temos desperdício.
O desperdício surge não por desvios de conduta como o caso da corrupção policial, mas por um cenário que exige mais capacidade de gestão que o conjunto de atual de profissionais não possui ou não está disposto a oferecer.
Apesar de origem diversa que os problemas na segurança publica, a má gestão involuntária dos recursos, o desperdício, pode ser tratado com remédios semelhantes:

Tornar a luta contra o desperdício a prioridade número 1 de cada gestor

Criação de um órgão com amplos poderes de fiscalização responsável por avaliar e cobrar o desempenho profissional de cada gestor na busca de melhorias contínuas de qualidade e produtividade dos recursos sob sua responsabilidade.

Gestão de cargos e carreiras voltada para a meritocracia garimpando quais profissionais tem mérito para assumir cargos e responsabilidades. http://observatoriorh.blogspot.com/2010/09/trecho-de-entrevista-de-carlos-brito-ab.html

Incentivar a renovação de quadros atraindo diferentes perfis abrindo portas para pessoas com diplomas em diversas especialidades. Gradualmente os profissionais de nível superior substituem os colegas antigos que na melhor das hipóteses haviam concluído o ensino médio.
Limpeza Urbana se aprende em cursos internos bem estruturados e contínuos para os diversos cargos e funções. Ter mais profissionais treinados para um determinado cargo que as vagas para este mesmo cargo. Treinar antes para depois promover quando necessário.

Estimular a interação com a população como forma de identificar demandas e novos cenários, além de usa-la como um fiscal permanente das ações desenvolvidas nos logradouros.
Investir em tecnologia e mecanização. Novas formas de fazer antigos serviços. O simples aumento de efetivo já não responde eficientemente às demandas da população.

A questão é, no entanto, que a confiança da população com o Sistema de Limpeza Urbana e seus agentes é alta, um dos maiores índices. Então, porque fazer uma faxina em um lugar com que tem uma boa imagem?

É...
Também comemos em bons restaurantes sem saber o que acontece na cozinha!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

MEGAEVENTOS


Trash, trash, trash. If it’s a big problem with mega-events, it’s a total nightmare in Rio. Last week, I attended a public hearing about the redesign of the city law that grants permits for events to occur. One of the most serious public servants I have encountered, Gustavo Puppi, explained the disaster that mega-events of all kinds bring to the administration of COMLURB (the city’s trash collection service). In addition to generating thousands of extra tons of garbage per year, COMLURB has to reduce service in the Zona Norte to clean up the increased mess in the Zona Sul. The effects of these parties radiate unevenly through the city. At the Rock [sic] in Rio party, there was almost no coordination between the event producer and COMLURB, making their task doubly difficult. Worse, the Municipal and State governments can’t get organized enough to figure out how to deal with all the trash generated by the city. Between the closing of the Gramacho aterro and the opening of the dump in Seriopédica (which will not allow for catadores, the subject of Wasteland), more than 80% of Rio de Janeiro’s trash goes to informal dumps. Go on, tell me another one about mega-event sustainability.



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Velejar

Como na vida, em um veleiro estamos sempre indo de um ponto, mas a primeira coisa que percebemos é que o melhor caminho nunca é uma linha reta entre estes pontos. Nosso veleiro deve interagir com a natureza, com as mudanças da força e direção do vento e da corrente, da intensidade da maré, dos perigos ocultos sob a água.

Não conseguimos ir exatamente contra o vento, contra as forças impostas em nossa vida, mas podemos ziguezaguear cambando de tempos em tempos, nos aproximando aos poucos do ponto distante. Em algum momento as forças da vida estão a favor, o famoso vento em popa que faz o barco surfar e chegar ao nosso destino em dois tempos.

Pode não haver vento e ficamos pastando em uma calmaria sufocante. A brisa pode chegar e içamos todas as velas para aproveitar toda sua energia. O vento cresce como um furacão fazendo com que as velas tenham que ser arriadas, pois a vida está forte demais para que possamos controlá-la.

Mas o barco da nossa vida não é um veleiro moderno equipado com radar, localização por satélite, medidor de profundidade, cartas náuticas no computador, piloto automático. O barco da nossa vida é um veleiro do século XVIII que exige dias e noites de vigília, que as estrelas indicam onde talvez você esteja, a rocha submersa não está representada na carta.

Com dinheiro poderíamos comprar um motor potente transformando nosso lindo veleiro em uma lancha. Poderíamos ficar no convés despreocupados bebendo uísque enquanto a força de nosso hélice velozmente nos impulsiona em linha reta exatamente para onde queremos.

Quem já velejou e viu uma lancha passar sabe onde estão os verdadeiros marinheiros.

Sinta o vento e ajuste suas velas.

domingo, 9 de outubro de 2011

Rock in Rio - Legado

Trabalhar no Rock in Rio foi um aprendizado que começou em um excesso de confiança operacional e submissão a um suposto plano europeu maravilhoso e terminou com uma evidência na mágica capacidade de adaptação dos profissionais envolvidos e uma grave lacuna de discussão.

Por partes:

Excesso de confiança operacional: Convencidos que a limpeza da Cidade do Rock seria algo semelhante à operação de Carnaval no Sambódromo a coisa foi planejada considerando os critérios daquele tipo de serviço, presença de garis durante o evento fazendo manejo de containers e mantendo a limpeza e um grupo de garis pela manhã para limpar a área. Na limpeza entre noites de show o Rock in Rio se mostrou mais parecido com uma Operação Reveillon quando os recursos são dimensionados de forma a acabar a limpeza rapidamente, por outro lado, durante o show a coisa foi totalmente sem precedentes, pois estamos acostumados a não executar limpeza durante grandes shows como os que acontecem na praia.

Submissão a um suposto plano europeu maravilhoso: A coisa “terceiromundista” de achar que as coisas do além mar são perfeitas fez com que aceitássemos coisas que evidentemente não dariam certo na nossa realidade. Começando pela separação de lixo reciclável e lixo comum em dois containers diferentes na área de público, passando pelo posicionamento dos containers que os escondiam do público e chegando na necessidade de reciclar todo o material para obter a certificação 100R. O público não separou o lixo; as pessoas não se davam ao trabalho de procurar os containers nos cantos e o material potencialmente reciclável jaz em um galpão esperando separação.

Evidência na mágica capacidade de adaptação dos profissionais envolvidos: Com os problemas operacionais listados acima houve na primeira semana de evento uma enxurrada de reclamações e mídias negativas. Dando uma reviravolta na situação os containers foram reposicionados, efetivo e frota redimensionados de forma a enfrentar um evento semelhante a um réveillon continuado em vários dias. Chamados a participar e conscientes de que a coisa não foi boa, vários gerentes de departamento e suas equipes de mobilizaram e se motivaram a enfrentar a situação.

Uma grave lacuna de discussão: Passado o tsunami musical nem uma palavra foi dita, nenhuma reunião foi realizada, nada foi discutido de forma a internalizar a experiência adquirida. Com a proximidade de grandes eventos culminando com a Olímpiada uma discussão mais estratégica deveria haver de forma a aparelhar a empresa e treinar seus profissionais